Bruxelas, 21 fev (EFE).- A Grécia pode precisar de uma ajuda adicional de 50 bilhões de euros entre 2015 e 2020, depois que acabar o segundo resgate do país, segundo o relatório de sustentabilidade da dívida grega citado pelo "Financial Times".
O relatório, de dez páginas, mostra que o programa de resgate se descarrilou e sugere que a Grécia poderia necessitar de outro resgate uma vez o segundo tenha acabado em 2014.
Além disso, o documento da "troika" - a Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu - afirma que as necessidades de financiamento da Grécia durante o segundo resgate chegaria a 170 bilhões de euros se não forem tomadas medidas adicionais para reduzir sua dívida.
Em princípio estavam previstos 130 bilhões de euros, mais 100 bilhões procedentes do perdão da metade da dívida por parte dos credores privados, para reduzir junto com o programa de ajustes a dívida grega de 160% do PIB para 120% em 2020, mas o relatório "da troika" aponta para 129% ou pior se não forem adotadas medidas para corrigir o desvio.
O relatório também se baseia em um cenário em baixa para sugerir que a dívida grega poderia cair mais lentamente do que o esperado, para 160% do PIB em 2020, muito acima dos 120% estabelecidos pelos parceiros internacionais.
Nesse caso, a Grécia necessitaria de cerca de 245 bilhões de euros em ajudas, explica o "Financial Times", que destaca que o relatório revela por que países como Alemanha, Holanda e Finlândia reagiram duramente após receber na semana passada o documento e o panorama sombrio que este desenha.
A "troika" adverte que as autoridades gregas poderiam não ser capazes de completar as reformas estruturais e os ajustes ao ritmo previsto sob o cenário base.
O relatório assinala que uma maior flexibilidade salarial poderia encontrar a resistência dos agentes econômicos, a liberalização dos mercados de serviços e produtos poderia sofrer por causa de uma grande oposição de partes com interesses e as reformas para melhorar o clima empresarial também poderiam ser atrasadas devido a demoras burocráticas.
O documento explica detalhadamente a razão do descarrilamento do programa grego.
O "Financial Times" explica que a recapitalização dos bancos gregos, que teria custado 30 bilhões de euros, agora se situaria em 50 bilhões com os cálculos da "troika", e o plano de privatizações, que inicialmente devia fornecer 50 bilhões de euros, se atrasará cinco anos e somente somará 30 bilhões no final da década. EFE