Fique por dentro das principais notícias do mercado desta quarta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 16.07.2025, 07:55
© Reuters

Investing.com – Os índices futuros das bolsas norte-americanas operavam perto da estabilidade, sem direção única, nesta quarta-feira, em meio à repercussão dos dados mistos de inflação ao consumidor e à expectativa por novos indicadores de preços.

Investidores também monitoram a divulgação de resultados corporativos, enquanto a fabricante europeia de equipamentos para semicondutores ASML (AS:ASML) alerta que pode não crescer em 2026, citando os possíveis entraves decorrentes das tarifas norte-americanas.

No campo geopolítico, o presidente Donald Trump revelou um novo acordo comercial com a Indonésia, a poucos dias da entrada em vigor das tarifas "recíprocas", programadas para 1º de agosto.

Já no cenário político local, o governo federal pede à justiça medida cautelar para retomar o decreto que aumenta o imposto sobre operações financeiras (IOF), após falta de acordo com o Congresso em audiência de conciliação ontem.

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1. Futuros estáveis em Nova York

Os principais índices futuros de Wall Street operam estáveis, sem direção única, nesta manhã, diante da expectativa pela divulgação de indicadores inflacionários e de uma nova leva de balanços corporativos.

Às 7h45 de Brasília, o Dow Jones subia 0,05%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq recuavam 0,04% e 0,18%. respectivamente, no mercado futuro.

Na sessão anterior, o Dow Jones Industrial Average e o S&P 500 encerraram em território negativo, com os investidores avaliando os dados de inflação de junho. Embora os números tenham vindo em linha com o esperado, houve aceleração no custo de itens diretamente afetados pelas tarifas comerciais.

Com isso, aumentou a percepção de que o Federal Reserve manterá os juros inalterados na próxima reunião, prevista para este mês, cenário que pode acirrar o embate político entre Trump e o presidente do Fed, Jerome Powell. O mandatário voltou a criticar Powell publicamente e chegou a mencionar a possibilidade de sua destituição, frustrado com a ausência de cortes na taxa básica.

No setor bancário, os primeiros balanços da temporada trouxeram resultados acima do consenso, embora a reação do mercado tenha sido heterogênea. As ações do JPMorgan (NYSE:JPM) recuaram levemente, o Citigroup (NYSE:C) subiu 3,7%, e o Wells Fargo (NYSE:WFC) teve queda de 5,5% após revisar para baixo sua estimativa de receita líquida de juros para o ano.

2. Trump sela pacto tarifário com a Indonésia

Na terça-feira, o presidente Trump anunciou que os Estados Unidos aplicarão uma tarifa de 19% sobre produtos importados da Indonésia, como parte de um novo acordo comercial com o país asiático.

Atualmente, as mercadorias indonésias estão sujeitas a uma alíquota de 10%, enquanto o governo local não impõe tributos sobre bens norte-americanos. O novo pacto também prevê penalidades adicionais para práticas de "transbordo", quando produtos oriundos da China são desviados para os EUA por meio da Indonésia.

O acordo sucede tratativas semelhantes recentemente divulgadas pela Casa Branca com o Reino Unido, a China e o Vietnã.

Segundo Trump, outros acordos estão em estágio avançado de negociação. O prazo final para a entrada em vigor das chamadas tarifas “recíprocas” permanece 1º de agosto, conforme reiterou a Casa Branca, após o adiamento anterior causado por forte volatilidade nos mercados em abril.

De acordo com projeções do Yale Budget Lab, considerando os anúncios tarifários feitos por Trump até o último domingo, a alíquota média efetiva passará a 20,6%, ante um patamar entre 2% e 3% vigente antes de seu retorno ao poder em janeiro.

3. Temporada de balanços ganha tração

Nesta quarta-feira, diversos balanços de grandes empresas dos EUA devem ser divulgados, dando sequência à temporada trimestral de resultados.

Entre os destaques do dia estão os relatórios de instituições financeiras como Bank of America (NYSE:BAC), Morgan Stanley (NYSE:MS) e Goldman Sachs (NYSE:GS), que poderão lançar luz sobre as perspectivas para o setor nos próximos trimestres.

No segmento farmacêutico, o mercado aguarda os números da Johnson & Johnson (NYSE:JNJ), que podem oferecer um retrato preliminar da indústria neste início de segundo semestre.

Já no setor aéreo, a United Airlines (NASDAQ:UAL) divulgará seus resultados após o fechamento do pregão. Na semana passada, a Delta Air Lines (NYSE:DAL) restabeleceu sua projeção para o ano, antes suspensa, amparada por sinais de estabilização da demanda e pela redução da capacidade operacional no setor, fatores que podem favorecer a recuperação da receita por milha de assento disponível.

4. IPP de junho e Livro Bege do Fed no radar

Além dos balanços, o mercado acompanhará nesta quarta-feira a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (IPP) referente a junho, que deve oferecer mais pistas sobre a trajetória da inflação.

A expectativa é de que o IPP acumule alta de 2,5% em doze meses, levemente abaixo dos 2,6% registrados em maio. Na comparação mensal, estima-se uma variação de 0,2%, superando o avanço de 0,1% observado no mês anterior.

Também será publicado o Livro Bege, relatório elaborado pelo Federal Reserve com base em informações qualitativas sobre a atividade econômica dos EUA. O documento reúne dados de campo obtidos por meio de entrevistas com empresários, analistas de mercado e representantes do setor produtivo.

Para os analistas da Vital Knowledge, o relatório ganhou relevância adicional no cenário atual, marcado por múltiplos vetores que afetam os indicadores macroeconômicos. “O Livro Bege deve refletir uma combinação de pressões inflacionárias persistentes e obstáculos ao crescimento, características típicas de um ambiente estagflacionário agravado por disputas comerciais”, escreveram em nota enviada a clientes.

5. Governo Lula quer volta do IOF

O governo federal recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para restabelecer o decreto que elevou o IOF, após sua derrubada pelo Congresso, argumentando que a medida é constitucional e necessária para preservar a separação entre os Poderes.

Em audiência de conciliação conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, a Advocacia-Geral da União (AGU) rejeitou negociações com o Legislativo e pediu decisão urgente, enquanto Senado e Câmara pedem mais tempo para discutir alternativas durante o recesso.

A judicialização do tema pressiona o Supremo a se posicionar rapidamente, reacendendo tensões entre os Poderes e potencialmente ampliando o desgaste político de Moraes, caso decida contra o Parlamento.

Também ontem, a Câmara dos Deputados aprovou, em primeiro turno, o texto-base da PEC que muda a forma de contabilização dos precatórios a partir de 2027, permitindo que esses pagamentos, que hoje ultrapassam R$ 120 bilhões, sejam gradualmente incorporados à meta fiscal ao longo de dez anos, começando com pelo menos 10% no primeiro ano.

A medida, articulada com o Ministério do Planejamento, visa viabilizar o cumprimento das metas fiscais dentro do novo arcabouço aprovado em 2023, diante da pressão crescente das despesas obrigatórias.

A proposta ainda precisa passar por nova votação na Câmara e retornar ao Senado, mas já é vista como uma tentativa de criar fôlego fiscal para o próximo governo, embora especialistas alertem que ajustes estruturais seguirão sendo necessários.

Por fim, o governo dos Estados Unidos decidiu iniciar uma investigação comercial contra o Brasil, alegando que medidas adotadas pelo governo estariam prejudicando empresas norte-americanas de tecnologia.

A apuração, conduzida pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA por ordem do presidente Donald Trump, se baseia na Seção 301 da lei comercial dos EUA e pode resultar na aplicação de sanções econômicas, como tarifas adicionais, além da já anunciada taxa de 50% sobre produtos brasileiros.

Segundo Washington, o Brasil estaria retaliando “big techs” por questões de moderação de conteúdo, favorecendo parceiros comerciais com tarifas reduzidas e descumprindo normas internacionais de transparência, anticorrupção e proteção à propriedade intelectual.

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