Madri, 8 fev (EFE).- O ex-diretor gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Rodrigo Rato disse nesta quarta-feira que atuou conforme as leis tributários e que contestará "pontualmente" o Ministério da Fazenda da Espanha, que o acusa de sonegar cerca de US$ 7 milhões entre 2004 e 2015.
Rato fez essas declarações após o Escritório Antifraude do mencionado Ministério remeter seu relatório acusatório ao juiz de Madri que investiga a origem de sua fortuna.
O relatório afirma que o ex-diretor do FMI, que também foi ministro da Economia e vice-presidente do governo espanhol, obteve rendas não declaradas superiores a US$ 14 milhões entre 2004 e 2015 através de uma rede societária que teria servido para defraudar cerca de US$ 7 milhões.
Rato negou as acusações e afirmou que poderá provar que atuou conforme as leis tributárias "o tempo todo". Também ressaltou o fato de terem se passado 19 meses desde a busca realizada em sua casa e sua detenção para que o Escritório Antifraude remetesse a julgamento seu relatório definitivo.
Enquanto esperava, o ex-diretor do FMI apresentou em março de 2016 um documento elaborado por peritos e encomendado por ele sobre sua situação tributária, segundo disse, "perante a falta de concreção do Escritório Antifraude em suas acusações".
Nesse relatório, Rato expõe que no período investigado pagou mais de US$ 7 milhões em Imposto de Renda para Pessoa Física (IRPF).
Segundo a Fazenda espanhola, o ex-ministro da Economia cometeu crimes com "lucro de patrimônio não justificado derivado do envio de dinheiro ao exterior e não declarado fiscalmente; lucro de patrimônio sem prévia transmissão de rendas, rendimentos de atividades econômicas como conferencista e despesas da atividade empresarial não dedutíveis".
A investigação sobre a origem da fortuna do ex-diretor do FMI começou em abril de 2015, quando supostas irregularidades levaram a polícia a fazer buscas em sua casa e em seu escritório.