Por Noah Barkin
BERLIM (Reuters) - A Alemanha endureceu sua retórica nesta quarta-feira em resposta a um fluxo acelerado de pessoas que buscam asilo, prometendo aumentar a deportação de imigrantes e acusando a Áustria de tentar passar refugiados pela fronteira comum ao anoitecer.
O tom mais firme do ministro do Interior, Thomas de Maiziere, aconteceu à medida que uma nova pesquisa de opinião mostrou queda no apoio ao partido conservador da chanceler Angela Merkel, por conta de como o governo tem lidado com a crise de refugiados.
Ela foi atacada por seus aliados conservadores na Baviera, estado sulista onde a maior parte dos imigrantes estão entrando da Áustria para Alemanha, por se recusar a se comprometer com medidas para conter o fluxo.
Nesta quarta-feira, o jornal mais vendido da Alemanha, o Bild, relatou que Horst Seehofer, premiê da Baviera e chefe da União Social Cristã (CSU (SA:CARD3)), estava considerando retirar três dos ministros de seu partido que estão no gabinete de Merkel em Berlim, em protesto às políticas da chanceler.
Embora Seehofer tenha feito uma série de ultimatos nas semanas recentes que não foram realizados, a reportagem destacou a proporção da seriedade que as tensões no governo federal tornaram, à medida que milhares de imigrantes, em maioria da Síria e Afeganistão, entram na Alemanha.
Merkel argumentou que a crise só pode ser solucionada ao atacar a fonte dos problemas: a guerra na Síria e as condições ruins para refugiados em países como Líbano, Jordânia e Turquia.