ANÁLISE-BCE pode cortar juros mais rapidamente com aumento do risco de recessão

Publicado 07.04.2025, 12:12
Atualizado 07.04.2025, 12:15
© Reuters. Sede do Banco Central Europeu, em Frankfurt, na Alemanhan18/07/2024nREUTERS/Jana Rodenbusch

Por Balazs Koranyi e Francesco Canepa

FRANKFURT (Reuters) - As perdas recentes nos mercados globais induzidas pelo esquema de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, têm solidificado os argumentos por outro corte na taxa de juros pelo Banco Central Europeu na próxima semana e apoiado a defesa de um afrouxamento ainda mais rápido nos próximos meses.

A desaceleração econômica esperada induzida pelas tarifas, junto das consequências da volatilidade do mercado, provavelmente será um entrave tão grande para os preços que superará o impacto inflacionário de quaisquer medidas de retaliação por parte da União Europeia, dizem os economistas.

Os mercados agora veem quase dois cortes de juros nas próximas duas reuniões do BCE e veem entre três e quatro reduções entre agora e o final do ano. 

Embora os membros do BCE estejam longe de um consenso sobre o que tudo isso significa no longo prazo, as perdas nos mercados tornam o corte de juros na próxima semana quase certo e os juros podem cair muito mais neste ano do que se pensava anteriormente, sem comprometer a meta de inflação de 2%.

De fato, a turbulência no mercado é tão grande que uma recessão é agora uma possibilidade real e a sustentação do crescimento poderá em breve se tornar uma preocupação maior do que a inflação, que tem se mantido acima da meta do BCE nos últimos quatro anos.

"Eles precisam cortar em todas as reuniões, mesmo que seja apenas por causa da incerteza", disse Frederik Ducrozet, da Pictet Wealth Management. "Não há sinais de aumento da pressão inflacionária no longo prazo."

Uma série de influentes autoridades do BCE, incluindo Pierro Cipollone, Francois Villeroy de Galhau e Yannis Stournaras, pediram maior afrouxamento da política monetária no ambiente atual.

Em conversas privadas, alguns membros até questionaram a projeção do próprio BCE de que as tarifas mais a retaliação da própria UE reduziriam o crescimento em apenas meio ponto percentual no primeiro ano e argumentaram que o impacto seria maior.

Entretanto, os membros mais "hawkish" (agressivos no combate à inflação) do BCE, falando em particular, argumentam que o banco central pode estar subestimando o impacto inflacionário das medidas tarifárias e que sua previsão de um efeito de curta duração pode estar errada.

Eles argumentam que as tarifas significam menos comércio, novas cadeias de valor e custos mais altos, tudo isso apontando para uma inflação subjacente mais alta no longo prazo, como nas décadas anteriores à globalização.

(Por Balazs Koranyi e Francesco Canepa)

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