WASHINGTON (Reuters) - O ministro da Fazenda da Argentina mostrou confiança nesta quarta-feira sobre fechar um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), após dois dias de conversas em Washington, e disse que buscou apoio dos Estados Unidos para garantir a aprovação da chefia do FMI.
O peso argentino subiu 1,38 por cento, a 38,52 por dólar nesta quarta-feira, marcando uma pausa nas perdas que eliminaram 50 por cento de seu valor neste ano, uma das piores performances entre moedas de países emergentes.
O ministro da Fazenda da Argentina, Nicolas Dujovne, disse acreditar que um acordo para liberar mais rápido um empréstimo de 50 bilhões de dólares com o FMI pode ser apresentado ao Fundo no fim do mês, ajudando a recuperar confiança de investidores na terceira maior economia da América Latina.
A Argentina já recebeu 15 bilhões de dólares da linha de crédito, que foi acertada em junho mas não conseguiu dissipar preocupações sobre a habilidade do país de pagar sua dívida.
"Tive uma reunião produtiva", disse Dujovne sobre as conversas com a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, e o primeiro vice-diretor-gerente, David Litpon.
"Vejo o avanço que fizemos com enorme confiança e estou certo de que revisar o acordo vai nos permitir deixar para trás esses dias de angústia", disse Dujovne, adicionando que a chefia do Fundo pode votar o acordo revisado antes do fim do mês.
Dujovne negou notícia do veículo de mídia Infobae de que a Argentina também estava negociando com o Tesouro dos Estados Unidos uma linha de crédito de 5 a 10 bilhões de dólares.
A notícia elevou o preço dos títulos da Argentina nesta quarta-feira e ajudou o índice Merval a fechar em alta de 4 por cento.
Dujovne disse que, enquanto representantes da Argentina não negociaram crédito direto dos EUA, conversou com o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, sobre apoio ao pedido da Argentina para assegurar aval do FMI para o novo acordo.
"O apoio do Tesouro dos EUA à Argentina se manifesta por meio do apoio que ele exerce como acionista do Fundo Monetário Internacional", disse Dujovne.
Os Estados Unidos controlam 16,52 por cento dos votos no FMI, a maior participação de um país.
(Reportagem de Jorge Otaola e Daina Beth Solomon; reportagem adicional de Scott Squires e Luc Cohen)