Cacau atinge nova mínima de 4 meses com melhores perspectivas de oferta

NOVA YORK (Reuters) - Os contratos futuros de cacau na bolsa ICE atingiram novas mínimas de quatro meses nesta terça-feira, devido à melhora das perspectivas climáticas na Costa do Marfim, o maior produtor, e aos relatos de aumento do excedente previsto para esta temporada.

CACAU

* O cacau em Londres caiu 125 libras, ou 1,9%, para 6.406 libras por tonelada métrica, tendo atingido seu nível mais baixo desde o início de novembro, a 6.291.

* As chuvas acima da média, combinadas com longos períodos de sol na semana passada na maioria das regiões produtoras de cacau da Costa do Marfim, devem melhorar as condições de cultivo e fortalecer o desenvolvimento da safra intermediária de abril a setembro.

* "O bom tempo deve impulsionar a produção da safra intermediária tardia e da nova safra. As estimativas para a safra intermediária da Costa do Marfim são atualmente bastante amplas, entre 300.000 e 400.000 toneladas métricas", disse a corretora StoneX.

* Ela também informou que os consultores TRS by Expana aumentaram sua previsão de excedente para 2024/25 em 32.000 toneladas, para 77.000 toneladas, devido a uma queda esperada na moagem do cacau, uma medida da demanda.

* "A previsão da TRS para a temporada 2025/26 é de um excedente de 166.000 toneladas", observou a StoneX.

* O cacau em Nova York caiu 1,5%, para US$8.302 a tonelada.

AÇÚCAR

* Os contratos futuros do açúcar bruto caíram 1%, para 18,67 centavos de dólar por libra-peso.

* Os negociantes disseram que as preocupações com o clima seco no Brasil, o maior produtor, melhoraram ultimamente, e os temores com o início tardio da safra 2025/26 foram dissipados, já que duas usinas começaram a colheita mais cedo.

* "Ao todo, o sentimento predominante continua sendo o de que os preços tendem a cair para incentivar a demanda e restringir a oferta", disse o corretor e consultor Michael J. Nugent em um relatório.

* O USDA cortou novamente sua projeção para o consumo de açúcar nos EUA na terça-feira.

* O açúcar branco caiu 1,2%, para US$ 524,50 a tonelada.

CAFÉ

* O café arábica subiu 9,75 centavos, ou 2,5%, para US$3,9375 por libra-peso.

* Os negociantes disseram que as condições de seca no Brasil, o maior produtor, continuam a ser uma preocupação, mas já foram precificadas até certo ponto, e agora surgem temores quanto ao impacto dos preços altos sobre a demanda.

* Os negociantes disseram que uma grande preocupação na conferência da National Coffee Association, realizada na semana passada em Houston, foi "o quanto a demanda cairá em 2025".

* O café robusta subiu 3,3%, para US$ 5.552 a tonelada.

(Reportagem de May Angel e Marcelo Teixeira)