Investing.com - A briga comercial entre EUA e China provavelmente continuará sendo um dos principais impulsionadores do ânimo na semana que se segue, após os relatórios serem divulgados dizendo que presidente Donald Trump quer avançar com tarifas de US$ 200 bilhões em produtos chineses.
Temores relativos à guerra comercial entre EUA e China estão fervendo há meses Nenhum dos lados está mostrando sinais de recuo, alimentando preocupações de que as duas maiores economias do mundo estão em uma guerra comercial que poderia abalar a economia global.
Além da retórica comercial, os EUA terão uma semana relativamente calma em termos de dados econômicos, com um relatório sobre o setor imobiliário provavelmente atraindo maior parte da atenção.
Já na Europa, investidores terão acesso aos últimos dados de inflação no Reino Unido e das vendas no varejo, assim, irão obter mais indicações sobre o efeito contínuo que a decisão do Brexit está tendo sobre a economia.
O calendário desta semana também apresenta dados de pesquisas rápidas sobre a atividade comercial da zona do euro em setembro, o que deve dar alguma indicação de como a economia da região está lidando com conflitos comerciais globais, políticas italianas e confusas negociações do Brexit.
Já na Ásia, um anúncio de política monetária do Banco do Japão estará na agenda, embora nenhuma mudança seja esperada.
Antes da próxima semana, a Investing.com compilou uma lista dos cinco maiores eventos do calendário econômico com maior probabilidade de afetar os mercados.
1. Negociações comerciais entre EUA e China
O foco do mercado estará em grande parte sintonizado com os próximos passos possíveis na disputa comercial entre os EUA e a China.
O nível da taxa provavelmente será de cerca de 10%, informou o Wall Street Journal, citando pessoas familiarizadas com o assunto. Isso está abaixo dos 25% que a administração disse estar considerando para essa possível rodada de tarifas.
A decisão chega apesar de um convite do Tesouro na semana passada a altos funcionários chineses, incluindo o vice-primeiro-ministro Liu He, para mais conversas para tentar resolver as diferenças comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Trump exigiu que a China cortasse seu superávit comercial de US$ 375 bilhões com os Estados Unidos e encerrasse as políticas destinadas a adquirir tecnologias e propriedade intelectual americanas e reverter os subsídios industriais de alta tecnologia.
Investidores temem que uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo possa atingir o crescimento global e prejudicar os ânimos.
2. Dados do setor imobiliário dos EUA
O Departamento de Comércio deverá divulgar relatório sobre licenças para construção e construção de novas casas em agosto às 9h30 da próxima quarta-feira.
Espera-se que os dados mostrem que as licenças para construção caíram ligeiramente 0,1% e totalizaram 1,310 milhão no mês passado enquanto as projeções para a construção de casas novas está previsto para mostrar um ganho de 5,8%, totalizando 1,240 milhão.
Além dos dados de habitação, um calendário econômico bastante leve desta semana também apresenta pesquisas sobre as condições de fabricação nas regiões da Filadélfia e Nova York.
Os palestrantes do Fed também estão quietos antes de sua reunião de 25-26 de setembro, onde eles devem aumentar as taxas de juros.
Em Wall Street, há uma pausa no final do trimestre nas notícias de ganhos, com apenas alguns relatórios sendo divulgados na próxima semana, incluindo os da FedEx (NYSE:FDX) e da Oracle (NYSE:ORCL) na segunda-feira, o da General Mills (NYSE:GIS) na terça-feira e o da Micron (NASDAQ:MU) na quinta-feira.
3. Números da inflação do Reino Unido
O Escritório de Estatísticas Nacionais do Reino Unido (ONS, na sigla em inglês) divulgará dados sobre a inflação dos preços ao consumidor para agosto na terça-feira às 9h30.
Os analistas esperam que o IPC anual caia para 2,4%, um pouco mais lento do que o aumento de 2,5% observado em julho, enquanto o núcleo da inflação deve cair de 1,9% para 1,8%.
Além do relatório de inflação, os investidores vão se concentrar nos dados mensais de vendas no varejo, que devem ser divulgados na quinta-feira, para mais dicas sobre a saúde da economia.
O Banco da Inglaterra (BoE) manteve as taxas de juros inalteradas na semana passada e destacou as maiores preocupações do mercado financeiro sobre o Brexit.
As negociações do Brexit devem se intensificar na próxima semana, com a primeira das três cúpulas, que os líderes da União Européia esperam, possa estabeleçam um acordo para a saída da Grã-Bretanha nos próximos dois meses.
Autoridades da UE receberão uma atualização sobre as negociações na Áustria na quinta-feira e também decidirão se realizarão uma cúpula especial sobre o Brexit em novembro, agora que não esperam mais fechar um acordo em seu encontro regular marcado para 18 e 19 de outubro.
O momento das reuniões coincide com a sugestão do negociador da UE Brexit, Michel Barnier, de que um acordo de saída poderia ser fechado entre seis a oito semanas, se os negociadores forem realistas em suas exigências.
A maioria dos economistas não espera que o BoE aumente as taxas até que a Grã-Bretanha deixe a União Européia.
4. PMIs da zona do euro
O Índice da Atividade dos Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do IHS Markit para a zona do euro deve ser divulgado às 5h00 (horário de Brasília) da quinta-feira em meio a expectativas de em meio a expectativas de um leve declínio para 54,4.
O índice mede a produção combinada dos setores de indústria e de serviços e é visto como um bom guia para a saúde econômica geral.
Antes dos PMIs da zona do euro, França e Alemanha divulgarão seus próprios relatório de PMI às 4h e 4h30, respectivamente, em horário de Brasília.
O Banco Central Europeu também manteve sua política inalterada como esperado na semana passada, mantendo-se no caminho certo para encerrar as compras de bônus este ano e elevar as taxas de juros no próximo outono.
5. Reunião de Política do Banco do Japão
Espera-se amplamente que o Banco do Japão (BOJ) mantenha sua meta de taxa de juros de curto prazo em menos 0,1% e a meta de rendimento dos títulos públicos de 10 anos em torno de zero por cento na conclusão de sua reunião de dois dias na quarta-feira.
Espera-se que o banco central debata se a escalada das tensões comerciais globais que poderia minar sua confiança de que a economia dependente das exportações manterá uma expansão moderada.
O Japão e os EUA provavelmente realizaram uma segunda rodada de negociações comerciais na sexta-feira entre o ministro da Economia, Toshimitsu Motegi, e o Representante Comercial americano, Robert Lighthizer.
Tóquio quer evitar tarifas exageradas nas exportações de automóveis e se defender das exigências americanas por um acordo bilateral de livre comércio.
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