Investing.com - A próxima semana marca o início da temporada de resultados do quarto trimestre em Wall Street. Os analistas esperam que os lucros sejam bastante fortes, mas estão atentos para ver o que as empresas dizem sobre o trimestre atual e o resto do ano, dadas as expectativas de uma economia de crescimento mais lento.
Enquanto isso, no calendário econômico, o último relatório sobre os preços ao produtor nos EUA, que devem dar sinais mais claros sobre o ritmo da inflação, serão os maiores dados da semana.
Os relatórios sobre as vendas no varejo e o índice de casas novas, originalmente agendados para esta semana, foram adiados por causa da paralisação parcial do governo que já dura três semanas.
Os mercados financeiros globais também prestarão muita atenção aos comentários de um punhado de autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) para obter mais informações sobre as perspectivas para a política monetária nos próximos meses.
Na Europa, o parlamento britânico deve realizar uma votação na terça-feira sobre a proposta da primeira-ministra Theresa May para o Brexit depois que a primeira tentativa de votação do acordo ter sido adiada no mês passado.
Já na Ásia, a China está preparada para divulgar seus dados sobre o crescimento mensal, que serão atentamente observados. Os investidores vão estudar os dados para ver se o conflito comercial em curso com os EUA teve algum impacto nas exportações e importações em dezembro.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com estes e outros eventos significativos que podem afetar os mercados.
1. Início da temporada de resultados do 4.º tri nos EUA
A temporada de ganhos do quarto trimestre em Wall Street começará na próxima semana, a partir de segunda-feira, quando o Citigroup (NYSE: C) deve ser o primeiro dos principais bancoa americanos a divulgar seus resultados trimestrais.
O JPMorgan Chase (NYSE:JPM) e a Wells Fargo (NYSE:WFC) devem divulgar seus ganhos na terça-feira, seguidos pelo Bank of America (NYSE:BAC) e Goldman Sachs (NYSE:GS) na quarta-feira e Morgan Stanley (NYSE:MS) na quinta-feira.
Outros grandes nomes que devem publicar a resultados incluem Netflix (NASDAQ:NFLX), UnitedHealth (NYSE:UNH), American Express (NYSE:AXP), Blackrock (NYSE:BLK), Delta Airlines (NYSE:DAL), e a United Continental (NASDAQ:UAL).
2. Dados da inflação ao produtor
A Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos EUA divulgará os números de inflação dos preços ao produtor em dezembro às 11h30 na terça-feira.
Os preços ao produtor devem ter caído 0,1% no mês passado, de acordo com estimativas. Se confirmado, seria o primeiro declínio em quatro meses.
Excluindo-se o custo de alimentos e combustíveis, projeta-se que o núcleo da inflação ao produtor suba {{ec-62 || 0,2%}} em relação aos mês anterior e 2,9% em uma base anual, um pouco mais rápido que o aumento de 2,7% registrado em novembro.
Além dos dados do IPP, um calendário econômico bastante leve desta semana também apresenta um par de pesquisas sobre as condições industriais nas regiões de Filadélfia e Nova York, bem como uma leitura preliminar do índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan.
3. Discursos de membros do Fed
Alguns discursos de membros do Fed chamarão a atenção do mercado nesta semana, já que investidores buscam mais indicações sobre as taxas de juros.
No topo da agenda estarão os comentários do presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams (NYSE: WMB), que falará na sexta-feira sobre as perspectivas econômicas e a política monetária na Nova Zelândia, no Fórum de Liderança Econômica da Jersey Bankers Association.
Discursos da presidente do Fed de Kansas City, Esther George, do presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, do presidente do Fed de Dallas, Robert Kaplan, Fed de Filadélfia, Patrick Harker e do governador do Fed, Randal Quarles, também estarão em foco.
O presidente do Fed, Jerome Powell, disse na semana passada que o balanço do banco central será reduzido significativamente de onde está agora, mas também reiterou que os formuladores de políticas estavam preparados para esperar antes de subir as taxas novamente.
4. Votação do Brexit
Os investidores ficarão de olho na votação do parlamento britânico sobre o acordo da primeira-ministra Theresa May para deixar a União Européia na terça-feira.
É amplamente esperado que a votação não passe enquanto May se esforça para garantir o apoio que ela precisa dos legisladores de seu próprio partido.
May repetidamente insistiu que o seu acordo, que prevê continuar a manter laços estreitos com a UE, é o único na mesa e que as alternativas são uma dolorosa saída "sem acordo" da UE ou a possibilidade de um "não-Brexit".
A Grã-Bretanha, quinta maior economia do mundo, deve deixar a UE em 29 de março.
Além do Brexit, os participantes do mercado se concentrarão nos números mensais de inflação, bem como no último relatório de vendas no varejo, para obter mais dicas sobre a saúde da economia.
5. Balança comercial da China
A China deve divulgar os números do comércio de dezembro na manhã de segunda-feira.
O relatório deve mostrar que o superávit comercial do país aumentou de US$ 44,7 bilhões para US$ 51,5 bilhões no mês passado.
A previsão é de que as exportações tenham subido 3,0% em relação ao ano anterior, mais lento que o aumento de 5,4% em novembro, enquanto as importações devem subir 5,0%.
Dados recentes começaram a mostrar que a economia da China pode estar perdendo força, aumentando preocupações sobre as possíveis conseqüências da disputa comercial EUA-China.
Os EUA cobrou tarifas de mais de metade dos US$ 500 bilhões em importações chinesas, razão pela qual a China retaliou, depois que várias rodadas de negociações não conseguiram resolver as reclamações sobre as políticas industriais chinesas e falta de acesso ao mercado na China.
- Reuters contribuiu com esta reportagem