Investing.com - Os mercados estarão atentos a quaisquer desenvolvimentos importantes na frente comercial EUA-China nesta semana, já que os dois lados correm para chegar a um acordo antes do prazo de sexta-feira. As tarifas americanas sobre as importações chinesas, de US$ 200 bilhões, deverão subir de 10% para 25%, caso nenhum acordo seja alcançado até 1º de março.
Além do comércio, haverá também um importante depoimento do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que comparecerá na terça-feira e na quarta-feira perante os painéis do Congresso para falar sobre economia e política monetária.
Vários relatórios econômicos importantes também são esperados, com o PIB do quarto trimestre, que foi adiado devido à paralisação do governo por 35 dias, no topo da lista.
A semana também marca a última grande semana da temporada de ganhos do quarto trimestre em Wall Street, com nomes como Home Depot (NYSE:HD) e Macy's (NYSE:M) apresentando seus balanços corporativos.
Uma reunião entre o presidente Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong Un na quarta e quinta-feira no Vietnã também estará na agenda.
Do outro lado do Atlântico, investidores se concentrarão nos números da inflação da zona do euro, que podem lançar mais luz sobre as perspectivas da política monetária do Banco Central Europeu.
O Brexit também ocupará as atenções dos investidores, já que a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, enfrenta outra votação parlamentar sobre o acordo de saída que ela fechou com a União Europeia no ano passado.
Antes da próxima semana, o Investing.com compilou uma lista dos cinco maiores eventos do calendário econômico com maior probabilidade de afetar os mercados.
1. Prazo das negociações de comércio entre EUA-China perto do fim
Os negociadores chineses e americanos se reunirão novamente em Washington no domingo, o sexto dia consecutivo de negociações entre as duas maiores economias do mundo, enquanto tentam selar um acordo antes do prazo imposto pelo presidente Trump.
Uma fonte da indústria informada sobre as negociações disse que ambos os lados reduziram suas diferenças em direitos de propriedade intelectual, acesso a mercados e redução de um déficit comercial de quase US$ 400 bilhões dos EUA com a China. Mas maiores divergências permanecem sobre as mudanças no tratamento dado pela China às empresas estatais, subsídios, transferências forçadas de tecnologia e furto cibernético.
A delegação chinesa deve partir para Pequim na segunda-feira, segundo uma pessoa familiarizada com o itinerário.
Trump disse na sexta-feira que "há uma boa chance" de fechar um acordo e que ele está inclinado a estender seu prazo de 1º de março e se reunir em breve com o presidente chinês Xi Jinping.
2. Presidente do Fed Powell testemunha
Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, fará seu depoimento semestral sobre política monetária perante as comissões do Senado e da Câmara dos EUA em Washington.
Powell deverá falar sobre economia perante a Comissão de Atividades Bancárias do Senado nesta terça-feira ao meio-dia. Na quarta-feira, ele estará perante a Comissão de Serviços Financeiros da Câmara, também ao meio-dia.
Os comentários de Powell serão monitorados de perto para qualquer nova indicação sobre seus pontos de vista sobre a economia e como isso pode afetar a política monetária nos próximos meses.
Depois que o Fed subiu as taxas quatro vezes em 2018, os investidores agora esperam que o banco central americano suspenda sua política de aperto monetário este ano como riscos crescentes para a econômica americana.
3. PIB dos Estados Unidos no 4º trimestre
Investidores vão ficar de olho na leitura preliminar crescimento dos EUA no quarto trimestre com lançamento previsto para às 10h30 da quinta-feira, para buscar novas pistas sobre a força da economia.
Os dados, originalmente programados para 30 de janeiro, mas atrasados devido à paralisação do governo, deverá mostrar que a economia se expandiu a uma taxa anual de 2,4% nos últimos três meses de 2018, arrefecendo de um crescimento de 3,4% no trimestre anterior.
O calendário desta semana também traz dados sobre renda pessoal e gastos pessoais, no qual estão incluídos os dados dos preços das despesas de consumo pessoais (PCE), a métrica preferida do Fed para a inflação.
Outros dados econômicos de grande importância que devem ser divulgados nesta semana incluem o relatório CB de confiança do consumidor, bem como a mais recente pesquisa ISM sobre a atividade do setor de serviços.
4. Varejistas são destaque em última grande semana de resultados
Enquanto apenas 13 empresas constituintes do S&P 500 ainda devem apresentar resultados financeiros nesta semana, os varejistas estão apenas começando a sua última grande onda da temporada de resultados do quarto trimestre.
Home Depot and Macy's iniciam os trabalhos, extra-oficialmente, já que ambos relatam na terça-feira; resultados da Lowe’s (NYSE:LOW), TJX (NYSE:TJX), L Brands (NYSE:LB), e Best Buy (NYSE:BBY) estão na agenda para quarta-feira; Nordstrom (NYSE:JWN), JCPenney (NYSE:JCP) e Gap (NYSE:GPS) apresentam seus resultados quinta-feira; enquanto a Foot Locker (NYSE:FL) deverá apresentar seus números na manhã de sexta-feira.
Outros nomes de importantes definidos para publicar seus relatórios esta semana também incluem Square (NYSE:SQ), Dell Technologies (NYSE:DELL), HP (NYSE:HPQ), Box (NYSE:BOX), Palo Alto Networks (NYSE:PANW), Workday (NASDAQ:WDAY), Shake Shack (NYSE:SHAK), Etsy (NASDAQ:ETSY), AutoZone (NYSE:AZO), Booking Holdings (NASDAQ:BKNG), Campbell Soup (NYSE:CPB), SeaWorld (NYSE:SEAS), e Keurig Dr Pepper (NYSE:KDP).
5. Inflação na Zona do Euro
A zona do euro publicará os números da inflação para fevereiro às 7h00 da manhã de sexta-feira.
A previsão consensual é que o relatório mostrará que os preços ao consumidor subiram 1,5%, um pouco mais rápido que o aumento de 1,4% no mês anterior, mas ainda aquém da meta do Banco Central Europeu de pouco menos de 2% .
Talvez, de forma mais significativa, os números do núcleo da inflação, sem os preços voláteis de energia e alimentos, têm projeções de permanecer em 1,1%, inalterados em relação ao mês anterior.
Alemanha, França, Itália e Espanha divulgarão seus relatórios próprios de IPC ao longo da semana.
O BCE reconheceu no mês passado que o crescimento na zona do euro provavelmente será mais fraco do que o esperado anteriormente, embora tenha mantido sua orientação de que pretende aumentar as taxas de juros até o final do ano pela primeira vez em uma década.
- Reuters contribuiu com esta reportagem