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Investing.com – Os principais índices futuros das ações nos Estados Unidos operam em alta nesta quarta-feira, em meio ao alívio dos mercados com declarações do presidente Donald Trump indicando que não pretende substituir o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Comentários sobre uma possível redução nas tarifas impostas à China também animaram os investidores.
Ao mesmo tempo, o CEO da Tesla (NASDAQ:TSLA), Elon Musk, sinalizou que deve reduzir seu envolvimento com o governo, em meio à queda nas vendas da montadora.
Os ativos brasileiros acompanham a melhora do apetite por risco global, após projeções de inflação mais baixa e posicionamento firme do banco central.
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1. Futuros americanos em alta
Os índices futuros norte-americanos avançavam nesta manhã, com investidores reagindo positivamente à fala de Trump descartando a intenção de demitir Powell.
Às 07h45 de Brasília, o contrato futuro mais líquido do Dow Jones subia 722 pontos (+1,84%), o do S&P 500 ganhava 123 pontos (+2,35%) e o do Nasdaq 100 avançava 498 pontos (+2,73%).
CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street
Na terça-feira, os principais índices em Nova York encerraram o pregão com ganhos acima de 2,5%, impulsionados pela percepção de que a postura da Casa Branca nas negociações comerciais com a China pode estar se tornando menos agressiva.
Trump afirmou a jornalistas que as tarifas impostas à China serão reduzidas após um eventual acordo, embora tenha ressaltado que não devem ser eliminadas completamente. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que as conversas com Pequim serão desafiadoras, mas acredita ser possível reduzir as tensões. Para o ING, as declarações de Bessent podem ajudar a estabilizar o dólar, que vinha pressionado.
No radar corporativo, investidores acompanham uma nova rodada de balanços, com destaque para as primeiras divulgações do grupo das “Sete Magníficas”, formado por empresas de tecnologia de altíssimo valor de mercado.
Apesar da recuperação de terça-feira, o S&P 500 ainda está quase 14% abaixo da máxima histórica registrada em 19 de fevereiro, refletindo o impacto das últimas semanas de instabilidade provocadas pela política tarifária errática de Trump.
Trump recuou nas críticas mais duras contra Powell, afirmando nesta terça-feira que “não pretende” demitir o presidente do Fed.
Antes do feriado de Páscoa, o mercado temia que Trump estivesse preparando terreno para afastar Powell, sob o argumento de que o Fed estaria sendo lento demais nos cortes de juros. Declarações de um assessor de alto escalão da Casa Branca, que sugeriu que o afastamento de Powell estava sendo avaliado, intensificaram o nervosismo.
Trump, no entanto, tentou acalmar os ânimos, afirmando que gostaria apenas que Powell fosse “um pouco mais proativo” na defesa de cortes de juros.
A sinalização foi bem recebida em Wall Street, com papéis como Amazon (NASDAQ:AMZN), Nvidia (NASDAQ:NVDA) e Apple (NASDAQ:AAPL) subindo no after market.
Apesar disso, permanece a cautela quanto à volatilidade das decisões políticas no início do segundo mandato de Trump. Na mesma terça-feira, o FMI cortou suas projeções de crescimento para EUA, China e diversas economias, citando incertezas geradas pelas tarifas norte-americanas.
2. Musk indica afastamento do DOGE
O CEO da Tesla, Elon Musk, afirmou que planeja reduzir seu envolvimento com o governo Trump a partir do próximo mês, para se concentrar mais na gestão de suas empresas.
Musk é uma das figuras centrais do chamado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), projeto liderado pela Casa Branca para enxugar a máquina pública. Sua atuação política, porém, tem gerado desgaste — inclusive com protestos e atos de vandalismo nas lojas da Tesla — e pressionado as vendas da montadora.
Diante desse cenário, Musk disse em teleconferência com analistas que “a maior parte do trabalho pesado para estruturar o DOGE e colaborar com o governo nas finanças públicas já foi concluída”.
As ações da Tesla dispararam no after market após os comentários, impulsionadas por um lucro acima das expectativas mínimas no negócio principal de automóveis no primeiro trimestre.
3. Temporada de balanços continua em Wall Street
Os resultados trimestrais de diversas empresas de tecnologia estarão no centro das atenções nesta quarta-feira. Investidores buscam sinais tanto sobre os impactos das tarifas quanto sobre o andamento dos investimentos em inteligência artificial.
Antes da abertura dos mercados, devem divulgar seus números a Amphenol, TE Connectivity e Vertiv (NYSE:VRT). Após o fechamento, os holofotes se voltam para IBM (NYSE:IBM), ServiceNow e Texas Instruments.
Também está prevista para hoje a divulgação do Livro Bege do Fed, relatório que reúne impressões sobre a economia nas semanas que antecedem a próxima reunião de política monetária da autoridade monetária.
Na última reunião, em março, o Fed manteve os juros entre 4,25% e 4,50%, diante dos riscos inflacionários e da resiliência da economia, mesmo com as incertezas ligadas às tarifas de Trump.
4. Bitcoin avança com alívio político
O bitcoin subiu mais de 5%, renovando máxima de sete semanas, impulsionado pela trégua entre Trump e Powell e pela sinalização de redução nas tarifas à China.
Já o ouro recuava após tocar recordes históricos nos dias anteriores, com o fortalecimento do dólar ofuscando a demanda por metais preciosos. Um dólar mais forte tende a encarecer o ouro para investidores de fora dos EUA.
No mercado de petróleo, os preços continuavam em alta, ampliando os ganhos da véspera após novas sanções americanas contra o Irã em meio às negociações nucleares. Os dois principais contratos do petróleo fecharam o pregão de terça-feira com valorização próxima de 2%.
5. Ativos brasileiros sobem com maior apetite por risco
Em dia de agenda esvaziada, os investidores acompanham a performance dos ativos brasileiros na esteira da melhora do clima em Wall Street.
O sentimento externo mais favorável e a leitura de que o real pode se beneficiar da nova dinâmica global têm colocado os ativos brasileiros em destaque, mesmo em um contexto ainda marcado por incertezas geopolíticas.
No pregão de ontem, o Ibovespa subiu 0,63%, voltando a superar os 130 mil pontos, após sinalizações mais moderadas do presidente Donald Trump sobre o Federal Reserve e a guerra comercial com a China, contribuiu para uma forte recuperação das bolsas em Nova York. Esse movimento externo ajudou os ativos locais a voltarem do feriado prolongado com viés de alta, em um ambiente mais receptivo para moedas e bolsas emergentes.
Do lado macroeconômico, o mercado também reagiu à divulgação do boletim Focus, que mostrou recuo na projeção de inflação para 2025, de 5,65% para 5,57%. A expectativa de inflação mais benigna ajudou a aliviar a pressão sobre a parte curta da curva de juros, diante do discurso mais conservador do presidente do banco central, Gabriel Galípolo, no Senado. Galípolo reafirmou a necessidade de uma política monetária restritiva, mas indicou que o BC começa a avaliar se o patamar atual da Selic já é suficientemente contracionista. Ao mesmo tempo, o dólar caiu 1,30%, para R$ 5,7284, refletindo a valorização das commodities e o enfraquecimento global da moeda americana.
Entre os destaques setoriais, as ações de exportadoras — como Vale (BVMF:VALE3), JBS (BVMF:JBSS3) e BRF (BVMF:BRFS3) — se beneficiaram do avanço das commodities e de uma percepção de que o Brasil pode ganhar espaço no comércio internacional, em meio à escalada tarifária entre EUA e China. No setor financeiro, bancos como Itaú e Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) também contribuíram para sustentar o índice.