Diferença salarial na Suíça aumenta com gestores ganhando muito mais que trabalhadores

Publicado 26.08.2024, 11:40
Diferença salarial na Suíça aumenta com gestores ganhando muito mais que trabalhadores

Na Suíça, a disparidade salarial entre altos executivos e seus funcionários com menor remuneração cresceu, com um estudo recente revelando que, em 2023, os gestores ganharam em média 143 vezes mais do que seus funcionários com salários mais baixos.

O estudo, divulgado pelo sindicato Unia na segunda-feira, indicou um aumento em relação à proporção do ano anterior, que era de 139 vezes.

O UBS, maior banco da Suíça, apresenta a diferença salarial mais significativa, de acordo com os resultados do estudo. A questão da remuneração dos executivos no UBS gerou debate político, com a Ministra das Finanças suíça, Karin Keller-Sutter, criticando no início do ano o CEO do banco, Sergio Ermotti, por sua remuneração de 14,4 milhões de francos suíços ($16,99 milhões) em 2023.

Após o UBS, a empresa farmacêutica Novartis (SIX: SIX:NOVN) e a fabricante de alimentos Nestle foram apontadas como tendo a segunda e terceira maiores disparidades salariais, respectivamente. Nenhuma das empresas respondeu imediatamente aos pedidos de comentários sobre os resultados do estudo.

O relatório da Unia contrasta a situação na Suíça com a do Reino Unido, onde no ano anterior, o CEO mediano de uma empresa do FTSE 100 ganhou 120 vezes o salário médio nacional, segundo o High Pay Centre.

O relatório da Unia destaca que a diferença salarial na Suíça está no seu nível mais alto desde 2019 e enfatiza a crescente desigualdade. De acordo com a economista da Unia, Noemie Zurlinden, a diferença salarial é significativa e está se ampliando ainda mais, o que ela considera injustificável, especialmente em tempos de aumento do custo de vida.

O estudo também aponta que, apesar da capacidade das empresas de aumentar os salários devido a substanciais pagamentos de dividendos e recompras de ações, os salários reais dos trabalhadores de baixa e média renda estagnaram diante da inflação.

A Reuters contribuiu para este artigo.

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