HAVANA (Reuters) - O governador do Estado norte-americano do Colorado, John Hickenlooper, disse neste domingo que acredita que o governo cubano deseja melhorar ainda mais as relações com os Estados Unidos sob o governo do presidente Donald Trump, ao finalizar uma visita de três dias à ilha comunista.
“Eles pareciam ansiosos pela chance de construir uma relação com o presidente Trump e fazê-la ser construtiva”, disse o governador, um democrata, sobre sua reunião com a pessoa apontada pelo regime de Cuba para as relações com os EUA, Josefina Vidal.
Hickenlooper disse em entrevista que Vidal, diretora de assuntos norte-americanos no Ministério das Relações Exteriores de Cuba, e outras autoridades do ministério “estavam cautelosamente otimistas”.
“Eles perceberam que precisam esperar e que o novo governo está lidando com muitas coisas. Eles compreenderam que algumas coisas podem mudar de certa maneira, mas eu não senti qualquer medo ou qualquer tipo de depressão”, disse o governador.
Hickenlooper, que viajou com uma delegação cultural e empresarial, foi a autoridade eleita mais graduada a se encontrar com Vidal desde que Trump assumiu no mês passado. Trump disse que queria um acordo melhor que o acertado por seu antecessor, Barack Obama.
Na sexta-feira, o secretário de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, disse que uma revisão completa da política exterior em relação a Cuba estava em andamento.
Obama e o presidente cubano, Raúl Castro, surpreenderam o mundo em dezembro de 2014 quando anunciaram que os dois governos restaurariam os laços, após mais de 50 anos de hostilidades durante a Guerra Fria, e trabalhariam para normalizar relações.
O governador do Colorado disse que o propósito de sua viagem era ver Cuba após Fidel Castro e convidar o país para o evento Biennial of the Americas, de seu Estado, que reúne culturas, negócios e ideias das Américas do Norte, Central e do Sul.
Hickenlooper disse que os cubanos aceitaram com entusiasmo o convite para participar do evento em setembro.
Hickenlooper disse que não duvida que muitas pessoas inocentes foram feridas nos primeiros anos da Revolução Cubana, mas que a maioria dos envolvidos já havia morrido.
“Os mais jovens pareciam ansiosos em construir uma relação com os Estados Unidos”, disse.
O governador, ex-empreendedor e proprietário de restaurante, passou um dia se reunindo com proprietários de pequenos negócios e disse que visitou cinco lanchonetes particulares.
“Eu fiquei surpreso. Você tem essa visão de todos sendo oprimidos e havia tanto otimismo e energia positiva”, disse. “Alguns dos empresários disseram que se eu visse o presidente Trump, que por favor dissesse a ele que nos deixasse manter o início dessa nova inspiração”.
(Por Marc Frank)