Por Jesús Aguado e Jose Elías Rodríguez
SANTANDER/MADRI (Reuters) - O espanhol Santander (SA:SANB11) fez uma oferta para assumir o controle total de seus negócios no México por meio de um acordo no valor de 2,6 bilhões de euros (2,93 bilhões de dólares) para aproveitar os retornos mais altos da América Latina.
O acordo proposto, que irá desfazer a listagem de 25 por cento do banco do Santander na bolsa de valores mexicana em 2012, mostra como o banco pretende se concentrar mais nas economias emergentes, cortando custos em mercados maduros na Europa.
O acordo com o México coloca o Santander em competição direta com o segundo maior banco da Espanha, o BBVA (MC:BBVA), que fatura cerca de 40 por cento de seus ganhos com o México.
O México, que representou 8 por cento dos lucros do Santander no ano passado, é um mercado altamente lucrativo, onde o banco estabeleceu uma meta de médio prazo de 19 a 21 por cento para o índice de retorno sobre o patrimônio tangível.
José Antonio García, vice-presidente Financeiro do Santander, disse a analistas que o banco está confiante sobre as perspectivas de longo prazo do México. "Nós vemos isso como uma oportunidade para aumentar nossa exposição ao México."
Analistas da empresa de investimentos espanhola Alantra receberam positivamente o negócio "de um ponto de vista estratégico e financeiro". Mas os analistas também disseram em nota que o momento pode ser um problema devido a uma recente desaceleração no crescimento econômico do México.
O Santander, que atualmente detém cerca de 75 por cento de seus negócios no México, informou que vai emitir até 572 milhões de novas ações, o equivalente a 3,5 por cento da capitalização de mercado do Santander, para financiar a oferta voluntária.
A nova emissão vale 2,6 bilhões de euros com base no fechamento de quinta-feira, segundo dados do Refinitiv.
O maior banco da zona do euro em termos de valor de mercado oferecerá 0,337 ação em troca de 1 ação do Santander México e 1,685 ação por ação para detentores de ADS do Santander no México.
O Santander espera que a transação tenha um retorno de investimento de aproximadamente 14,5 por cento, seja neutra em relação ao lucro por ação e contribua positivamente para o principal índice de capital nível 1 do grupo.