Veja as cinco principais coisas a saber sobre os mercados financeiros na segunda-feira, 14 de novembro:
1. Alta nos rendimentos globais com o impulso nas vendas de títulos de dívida
O preço dos títulos de dívida no mundo sofreu queda acentuada na segunda-feira, pressionando os rendimentos a altas em diversos meses, em meio à contínua liquidação dos títulos da dívida soberana no mundo pós-eleição americana.
O rendimento das notas do tesouro americano de 10 anos registrou alta de 14,8 pontos-base, a 2,266%, às 5h57 ET (8h57, no horário de Brasília), após atingir a valorização máxima de 2,267%, nível mais alto desde 4 de janeiro.
Enquanto isso, o rendimento para os títulos de 30 anos tiveram alta de 12,7 pontos-base, estabilizando-se em 3,040%, enquanto que o rendimento dos títulos de 2 anos elevou-se em 8,5 pontos-base, para 0,992%.
As taxas de retorno dos EUA passaram por um período de altas contínuas após a vitória de Donald Trump na eleição presidencial na última semana, já que os investidores reavaliaram as implicações de sua presidência, com muitos acreditando que seria o início de um maior crescimento econômico e inflacionário.
Na Europa, os rendimentos dos títulos do tesouro alemão de 10 anos registraram alta de 7,3 pontos-base, atingindo 0,38%, o nível mais alto desde o fim de janeiro, enquanto que os rendimentos dos títulos públicos ingleses de 10 anos, como referência, elevaram-se em 11,5 pontos-base, a 1,48%, superando os níveis mantidos pouco antes do referendo do Brexit, em junho.
Os preços e rendimentos dos títulos de dívida movimentam-se inversamente.
2. Expectativa de alta de mais de 90% na taxa de juros do Fed em dezembro
A expectativa do mercado pela elevação na taxa de juros na reunião de política de dezembro do Federal Reserve passou de 90%, em meio ao crescente otimismo que permeiam os efeitos do comando de Donald Trump da economia americana.
De acordo com o Monitor da taxa de juros do Fed, a chance de haver um aumento na taxa de juros na reunião dos dias 13 e 14 de dezembro do banco subiu para 90,6%, partindo de 81,1% na sexta e de 71,5% nos dias antecedentes à eleição, na semana passada.
Depois de uma semana histórica, em que os políticos americanos dominaram o sentimento do mercado, os investidores voltarão a acompanhar o Fed e os dados econômicos nos próximos dias.
A presidente do Fed, Janet Yellen, deve falar sobre a perspectiva econômica antes do Comitê Econômico Conjunto do congresso americano da quinta-feira, enquanto que os dados de venda no varejo e da inflação serão o destaque.
3. Índice dólar americano ultrapassa 100
O dólar americano avançou à maior alta dos últimos 11 meses frente a diversas moedas importantes na segunda, impulsionado pelos rendimentos crescentes nos EUA e pelas expectativas de alta na taxa de juros nos próximos meses.
O índice dólar registrou alta recente de 0,85%, a 99,83, após subir mais de 1%, atingindo 100,03, o maior nível desde dezembro de 2015.
Em relação ao iene, o dólar avançou 1,2%, a 107,98, tendo atingido 108,00, maior valor desde 3 de junho, enquanto que o euro ficou em 1,0760 depois de atingir a mínima nos últimos 10 meses de 1,0728 no dia.
A recuperação foi impulsionada nas sessões recentes em meio ao otimismo de que os maiores gastos fiscais e cortes de taxa da administração de Trump estimularão o crescimento econômico e a inflação, o que, em última instância, levará a um período de maiores taxas de juros.
4. Instabilidade nos mercados emergentes se agrava
A instabilidade intensificada dos mercados emergentes na segunda-feira foi gerada pela cautela dos investidores com a possibilidade de haver intensas saídas de capital em virtude de uma política de maiores taxas de juros nos EUA pelo futuro governo Trump.
As moedas emergentes, como a lira turca, o real brasileiro e rand sul-africano permaneceram na defensiva, postura influenciada pela perspectiva de evasão do capital dos investidores em virtude das taxas de juros dos EUA.
As moedas dos mercados emergentes da Ásia também foram afetadas, com o yuan chinês, o won sul-coreano, a rúpia indonésia, ringgit da Malásia e o dólar de Singapura em queda.
Os mercados emergentes estão sendo atingidos por um êxodo de capital, à medida que ganha força a especulação de que os EUA estão entrando em uma era de elevação nas taxas de juros e que as políticas econômicas mais protecionistas do presidente eleito, Donald Trump.
5. Dow indica outra alta histórica enquanto o política de recuperação de Trump permanece
Os mercados de ações dos EUA indicaram ganhos substanciais na abertura do mercado da manhã de segunda-feira, com o Dow Futuro subindo 100 pontos a outra alta histórica baseada na esperança de que as políticas do presidente eleito, Donald Trump, gerarão forte crescimento econômico.
Na semana passada, o Dow registrou sua maior alta semanal desde 2011, e o S&P 500 viu seu maior ganho semanal desde outubro de 2014. O Nasdaq Composite subiu 3,8%, o maior salto em uma semana desde fevereiro.
Enquanto isso, as ações europeias e do Reino Unido, no geral, apresentaram alta no pregão do meio da manhã, com os mercados ainda absorvendo a eleição de Donald Trump na semana passada e as implicações do seu comando da economia dos EUA.
Mais cedo, as ações da Ásia apresentaram resultados diversos, com o Nikkei, índice japonês, superando os mercados regionais após dados econômicos mais robustos do que o esperado.
Os dados do governo do Japão mostraram que o produto interno bruto do terceiro trimestre do país apresentou expansão anualizada de 2,2% nos três meses até o fim de setembro, superando as expectativas de uma expansão de 0,9%.