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Publicado 20.03.2025, 08:13
© Reuters

Investing.com – Os índices futuros das ações nos EUA registravam queda no início desta quinta-feira, com os mercados repercutindo o tom cauteloso do Federal Reserve (Fed) em sua decisão sobre as taxas de juros ontem.

O banco central norte-americano indicou que manterá uma postura paciente em relação a ajustes futuros na política monetária, diante das incertezas sobre os efeitos das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump na economia como um todo.

Além disso, o CEO da Nvidia (NASDAQ:NVDA), Jensen Huang, revelou ao Financial Times que a gigante de semicondutores pretende investir centenas de bilhões de dólares em chips fabricados nos EUA nos próximos quatro anos.

No Brasil, o banco central iguala a taxa nominal de juros ao pico da crise de 2016 e sinaliza mais aperto pela frente.

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1. A decisão do Fed

O Federal Reserve manteve as taxas de juros inalteradas, conforme esperado, destacando que adotará uma abordagem cautelosa nas próximas decisões devido à incerteza em torno das tarifas propostas por Trump.

As declarações reforçam a postura de espera que o banco central já havia adotado no início do ano, enquanto autoridades avaliam os impactos dessas tarifas sobre a inflação e a economia em geral.

O Fed reduziu sua projeção de crescimento para 2025 e alertou que a turbulência causada pelas tarifas está ampliando as incertezas no cenário econômico.

“A inflação começou a subir”, afirmou o presidente do Fed, Jerome Powell, ressaltando que “pode haver um atraso na continuidade do progresso ao longo deste ano”.

Ainda assim, o banco central evitou precificar uma disparada prolongada dos preços ou uma desaceleração econômica mais forte. Powell enfatizou que os impactos das tarifas de Trump ainda são incertos, indicando que a política monetária será ajustada conforme os desdobramentos das tensões comerciais.

2. Futuros dos EUA em baixa

Os contratos futuros das ações nos EUA operam em baixa nesta quinta-feira, repercutindo o tom cauteloso adotado pelo Fed ontem.

Às 8h de Brasília, o Dow Jones recuava 0,37%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq 100 se desvalorizavam 0,69% no mercado futuro.

CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street

Os principais índices encerraram a sessão anterior em alta, devido ao aumento das apostas em cortes de juros pelo Fed neste ano. Agora, investidores precificam um total de 68 pontos-base em reduções, acima dos 56 pontos-base projetados antes do anúncio do Fed, o que equivale a dois cortes de 0,25 ponto percentual cada.

O banco central também sinalizou que irá desacelerar o processo de redução do seu balanço patrimonial, movimento que analistas interpretaram como uma tentativa de preservar a estabilidade dos mercados.

Apesar do avanço, as ações ainda não recuperaram as perdas recentes causadas pela escalada das tensões comerciais. O S&P 500 já recuou 8% no último mês, eliminando os ganhos registrados logo após a reeleição de Trump em novembro. O aumento dos spreads entre os rendimentos dos títulos corporativos e dos Treasuries indica a preocupação do mercado com os impactos das tarifas.

3. CEO da Nvidia fala sobre investimentos nos EUA

A Nvidia pretende investir centenas de bilhões de dólares na compra de chips e componentes eletrônicos fabricados nos EUA ao longo dos próximos quatro anos, afirmou o CEO Jensen Huang em entrevista ao Financial Times.

Segundo Huang, a empresa deve adquirir aproximadamente meio trilhão de dólares em eletrônicos nesse período, com uma parte expressiva desse montante sendo produzida em solo americano.

Ele também mencionou que a Nvidia agora consegue fabricar seus sistemas mais recentes com fornecedores dos EUA, como a TSMC e a Foxconn (SS:601138), além de destacar a crescente concorrência da chinesa Huawei.

As declarações de Huang seguem a mesma linha de outros grandes líderes do setor de tecnologia. Em março, a Apple (NASDAQ:AAPL) já havia anunciado planos para destinar centenas de bilhões de dólares ao fortalecimento de suas operações nos EUA.

4. Ouro renova máxima histórica

Os preços do ouro atingiram um novo recorde nesta quinta-feira, beneficiados pelo enfraquecimento do dólar após o Fed sinalizar pelo menos mais dois cortes de juros neste ano.

O metal precioso prolongou sua sequência de ganhos recentes, graças à demanda por ativos de proteção, em meio ao colapso do cessar-fogo entre Israel e Hamas, às oscilações nas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia e às incertezas sobre a economia dos EUA sob o governo Trump.

No momento da redação, o ouro devolvia parte dos ganhos, recuando 0,07%, negociado a US$ 3.039,20 por onça, após atingir o pico histórico de US$ 3.057,21.

CONFIRA: Cotação das principais commodities

Enquanto isso, os preços do petróleo também registravam alta, estendendo a recuperação recente diante de sinais de forte demanda nos EUA, maior consumidor global de combustíveis. O bitcoin, por sua vez, apresentava valorização.

5. Juros continuarão subindo no Brasil

Em decisão amplamente esperada, o Comitê de Política Monetária (Copom), do banco central, elevou a taxa Selic em 1%, para 14,25%, maior patamar desde a crise do governo Dilma Rousseff, e sinalizou a continuidade do aperto.

Como justificativa para a decisão, o comitê citou a persistência de um cenário adverso para a inflação, a elevada incerteza econômica e a necessidade de tempo para que os efeitos da política monetária sejam percebidos, no momento em que a política fiscal do governo segue disposta a manter a atividade aquecida. Recentemente, foram adotadas medidas como a criação de uma nova linha de crédito consignado, a liberação do FGTS e proposta de ampliação da isenção do imposto de renda.

Ontem, uma nova pesquisa, realizada pelo PoderData, confirma a queda de popularidade do governo Lula, com 53% dos eleitores desaprovando a atual administração.

O último boletim Focus estima que a Selic encerre este ano em 15%; para a próxima reunião, em maio, diversos analistas esperam um aumento de 0,50%, sem desconsiderar a possibilidade de uma elevação de menor magnitude, de 0,25%, o que, ainda assim, faria a taxa básica atingir seu maior nível em quase 20 anos.

A dúvida que persiste neste momento é sobre o nível em que a taxa terminará o ciclo de alta e por quanto permanecerá nesse patamar.

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