Inflação ao produtor nos EUA sobe mais que o esperado em julho

EdiçãoJulio Alves
Publicado 14.08.2025, 09:37
© Reuters.

Investing.com – A inflação ao produtor nos Estados Unidos avançou acima do esperado em julho, refletindo a alta nos preços de bens impactados por tarifas e o maior aumento nos custos de serviços em mais de três anos, cenário que pode dificultar uma eventual redução de juros pelo Federal Reserve.

Segundo o Bureau of Labor Statistics, parte do avanço de 1,1% no índice de demanda final por serviços foi explicada pelo aumento nas despesas de atacado com máquinas e equipamentos. Também houve alta nos segmentos de gestão de portfólio, corretagem de valores mobiliários, hospedagem e transporte de carga.

Na demanda final por bens, a elevação foi de 0,7%, o maior patamar desde janeiro, com cerca de um quarto do movimento atribuído ao encarecimento de vegetais frescos e secos. Já os preços da gasolina recuaram no período.

Excluindo itens voláteis como alimentos e combustíveis, o índice subiu 0,4%, após avanço de 0,9% em junho. O aumento nos custos de automóveis de passageiros desacelerou de 0,3% para 0,1%, mas os equipamentos eletrônicos domésticos tiveram alta de 5% e artigos esportivos e atléticos, considerados mais expostos às tarifas elevadas, avançaram 1,2%.

Analistas acompanhavam se o aumento nos preços de bens, especialmente móveis, vestuário e brinquedos, também sensíveis às tarifas, seria compensado por custos de serviços mais moderados, como vinha ocorrendo recentemente.

No agregado, o índice de preços ao produtor para demanda final cresceu 0,9% na comparação mensal, revertendo estabilidade em junho. Na base anual, o indicador atingiu 3,3%, contra 2,4% no mês anterior, no maior aumento desde fevereiro. As projeções apontavam para altas de 0,2% no mês e 2,5% no ano.

“O IPP de julho veio aquecido”, afirmou Kathy Jones, estrategista-chefe de renda fixa da Charles Schwab, em publicação no X. Ela destacou que os rendimentos dos Treasuries subiram diante da necessidade de o Fed ponderar o dado em meio ao arrefecimento do mercado de trabalho.

Um relatório fraco de emprego em julho, somado a dados de inflação ao consumidor mais contidos divulgados no início da semana, reforçou as expectativas de que o Fed reduzirá os juros em setembro, no primeiro corte desde a pausa no ciclo de afrouxamento em dezembro passado.

O mercado precifica majoritariamente uma redução de 25 pontos-base na reunião de 16 e 17 de setembro. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, defendeu um corte maior, de meio ponto percentual, citando revisões expressivas para baixo no crescimento do emprego em maio e junho.

A Capital Economics estimou que, com os dados de inflação ao consumidor e do IPP, o deflator de despesas de consumo pessoal está em 0,32% no mês, o que implica taxa anualizada de três meses de 3,2%, acima dos 2,7% anteriores. Esse indicador é acompanhado de perto pelo Fed nas decisões de política monetária.

Ainda assim, Stephen Brown, economista-chefe adjunto para América do Norte da Capital Economics, ponderou que cerca de 0,1 ponto percentual do avanço mensal decorre de um aumento pontual no componente de gestão de portfólio, fator que deve limitar seu peso na decisão do Fed. Para ele, o ponto mais preocupante é a possível aceleração dos preços de serviços.

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