Ação da Raízen desaba com prejuízo bilionário em meio a aumento da dívida
Investing.com — Os índices futuros das bolsas americanas avançavam com força na manhã desta segunda-feira, após a Casa Branca confirmar a celebração de um acordo comercial com a China, com ambos os países concordando em reduzir as tarifas bilaterais.
Às 8h30 de Brasília, os contratos futuros do Dow Jones subiam 975 pontos, ou 2,4%, os do S&P 500 ganhavam 170 pontos, ou 3%, e os do Nasdaq 100 avançavam 785 pontos, ou 3,9%.
O movimento ocorre após uma semana positiva em Wall Street, marcada pela expectativa de um entendimento entre Pequim e Washington, o que favoreceu o apetite por ativos de maior risco.
No mercado local, os investidores aguardam novas projeções de inflação e atividade econômica na pesquisa semanal do banco central com agentes do mercado, a fim de avaliar a continuidade ou não do atual ciclo de aperto monetário. Balanços de empresas de peso no Ibovespa também estão no radar.
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1. Redução das tarifas entre EUA e China
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o representante de Comércio, Jamieson Greer, anunciaram no domingo à tarde que um acordo com a China foi alcançado após negociações durante o fim de semana em Genebra. Na manhã de segunda-feira, os detalhes adicionais foram divulgados.
Segundo comunicado conjunto, considerado incomum, os dois países decidiram suspender por 90 dias as tarifas adicionais que vinham sendo impostas mutuamente. Washington optou por cortar sua tarifa para 30%, enquanto as taxas de Pequim sobre produtos americanos foram reduzidas para 10%.
Antes das tratativas, o presidente Donald Trump havia elevado os encargos sobre produtos chineses para pelo menos 145%, provocando resposta imediata da China com alíquotas de 125% sobre mercadorias americanas.
“O entendimento entre as delegações foi claro: nenhum dos lados deseja uma ruptura comercial”, afirmou Bessent em entrevista coletiva.
Outras rodadas de negociação estão previstas, e os dois governos devem conduzir consultas técnicas sobre temas econômicos e comerciais relevantes.
Investidores, preocupados com a possibilidade de que a disputa comercial evoluísse para uma crise global, receberam as mudanças de forma favorável.
“O tom dos mercados acionários foi predominantemente negativo nos últimos dois meses, refletindo receios em torno de uma eventual guerra tarifária e outras medidas mais duras por parte de Trump. Agora, há sinais de estabilização e até mesmo leve recuperação nas sessões mais recentes”, afirmou Alberto Matellan, diretor da La Financière Responsable.
“Tudo isso decorre da perda de confiança provocada pela postura da Casa Branca, algo que ainda não foi revertido. Contudo, à medida que o cenário se torna mais previsível, a performance dos mercados tende a melhorar.”
“O que se observou ao longo dos últimos dois meses, mesmo antes do chamado ‘Dia da Libertação’, foi uma quebra de confiança. O mercado deixou de acreditar tanto na retórica de Trump quanto na solidez da economia. Uma vez danificada, a confiança é difícil de restaurar, mas igualmente difícil de corroer ainda mais. Apenas com maior clareza nas políticas poderá haver um avanço consistente nos mercados acionários em geral.”
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2. Cessar-fogo entre Índia e Paquistão
Outro evento com potencial de impacto sobre os mercados foi o anúncio de um cessar-fogo entre Índia e Paquistão, após dias de tensão crescente. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que a mediação conduzida por Washington contribuiu para o desfecho diplomático.
“Após uma longa noite de negociações com mediação americana, tenho o prazer de anunciar que Índia e Paquistão concordaram com um CESSAR-FOGO TOTAL E IMEDIATO”, declarou Trump no sábado. O Paquistão reconheceu o papel dos EUA nas negociações, enquanto a Índia minimizou a participação americana.
O cessar-fogo estava sendo mantido até o momento, apesar das acusações mútuas de violações por ambas as partes.
3. Trump mira setor farmacêutico
Ainda nos Estados Unidos, o setor farmacêutico deve atrair atenção nesta segunda-feira após Trump declarar, no domingo, que assinará uma ordem executiva determinando a redução dos preços de medicamentos e produtos farmacêuticos em uma faixa de 30% a 80%.
Segundo ele, trata-se de “uma das ordens executivas mais impactantes da história do país”, com assinatura prevista para a manhã desta segunda na Casa Branca.
Trump afirmou ainda que os preços no setor “subirão ao redor do mundo”, como forma de tornar o sistema mais equitativo para os consumidores americanos.
Em outro desdobramento no segmento, a Eli Lilly (NYSE:LLY) informou que seu medicamento para perda de peso, Zepbound, superou o desempenho do Wegovy, da rival Novo Nordisk (NYSE:NVO), em um estudo comparativo recente.
A agenda da semana inclui balanços corporativos relevantes, encerrando um primeiro trimestre amplamente positivo. Estão previstas divulgações de Home Depot (NYSE:HD), Palo Alto Networks (NASDAQ:PANW), Lowe’s (NYSE:LOW), Target (NYSE:TGT) e Snowflake (NYSE:SNOW).
4. Alta do petróleo após acordo comercial
Os preços do petróleo ampliavam os ganhos nesta segunda-feira, impulsionados pela perspectiva de resolução da disputa entre os dois maiores consumidores globais de petróleo, após o anúncio do acordo sino-americano.
No momento da redação, os contratos futuros do Brent subiam 2,9%, a US$ 65,73 por barril, enquanto os futuros do WTI avançavam 3%, a US$ 62,87 por barril.
Na semana passada, ambos os contratos acumularam valorização superior a 4%, diante das expectativas de uma possível reversão na estratégia tarifária adotada por Trump.
5. Dados econômicos no Brasil
No mercado local, as atenções dos investidores estão voltadas para novas projeções de inflação e crescimento para o Brasil, no boletim Focus do banco central, bem como para balanços de grandes empresas no primeiro trimestre, com destaque para a Petrobras (BVMF:PETR4).
Na semana passada, o boletim Focus mostrou a primeira revisão na projeção da Selic para 2025 em 17 semanas, com a taxa esperada caindo de 15% para 14,75%, enquanto a previsão para 2026 foi mantida em 12,50%.
Atualmente, a Selic está em 14,75%, e o mercado acompanhará de perto os próximos dados de inflação e atividade para determinar se o ciclo de alta de juros foi encerrado.
A estimativa para o IPCA em 2025 recuou pela terceira semana no último boletim, para 5,53%, e o PIB segue projetado para crescer 2% em 2025 e 1,70% em 2026.
Na temporada de balanços, os investidores aguardam os números do primeiro trimestre da Petrobras, à espera de um anúncio sobre o volume de dividendos a ser distribuído.
Nesta semana, outras empresas importantes no Ibovespa vão apresentar seus números trimestrais, como BTG Pactual (BVMF:BPAC11), Banco do Brasil (BVMF:BBAS3), Sabesp (BVMF:SBSP3), Hapvida (BVMF:HAPV3), Natura (BVMF:NTCO3), IRB (BVMF:IRBR3), JBS (BVMF:JBSS3), Raízen, Cosan (BVMF:CSAN3), BRF (BVMF:BRFS3), JBS, Marfrig (BVMF:MRFG3) e Eletrobras (BVMF:ELET3).