Fique por dentro das principais notícias do mercado desta terça-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 13.05.2025, 08:13
© Reuters

Investing.com — Os índices futuros das ações dos EUA operam baixa nesta terça-feira, enquanto investidores aguardam novos dados de inflação no país e monitoram os desdobramentos de um potencial acordo comercial entre Washington e Pequim.

A leitura do índice de preços ao consumidor (IPC) de abril nos EUA ocorre em meio às preocupações com os efeitos das tarifas americanas sobre a inflação, fator que poderá moldar as próximas decisões de política monetária do Federal Reserve.

Em paralelo, a Casa Branca anuncia redução de tarifas sobre produtos de menor valor, ao passo que a China teria suspendido restrições à entrega de aeronaves da Boeing (NYSE:BA).

No Brasil, os investidores aguardam a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Copom e vão repercutir os resultados trimestrais da Petrobras (BVMF:PETR4) e outras grandes empresas que divulgam balanços.

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1. Futuros dos EUA recuam

Os contratos futuros de ações nos EUA recuavam na manhã desta terça-feira, após a alta expressiva da véspera impulsionada por sinais de distensão comercial entre EUA e China.

Às 07h45 de Brasília, o Dow Jones recuava 206 pontos (-0,49%), o S&P 500 cedia 14 pontos (-0,25%) e o Nasdaq 100 registrava queda de 53 pontos (-0,26%) no mercado futuro.

CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street

Na segunda-feira, os principais índices de Wall Street encerraram em forte valorização diante do anúncio de suspensão temporária das sobretaxas entre as duas maiores economias globais. Washington concordou em reduzir suas tarifas para 30%, após tê-las elevado para pelo menos 145% durante a gestão Trump. Em resposta, Pequim declarou que diminuirá suas taxas para 10%, frente aos anteriores 125% aplicados como retaliação.

Ambos os governos afirmaram que as tarifas serão suspensas por um período de 90 dias.

As decisões contribuíram para reduzir parte das tensões entre investidores, que vinham alertando para o risco inflacionário decorrente do aumento das tarifas e seus potenciais impactos sobre o nível de atividade. Ações de setores como varejo de vestuário e bens de consumo de alta renda reagiram positivamente à possibilidade de um ambiente menos hostil para o comércio bilateral.

Ainda assim, analistas alertam que, mesmo com os ajustes, as tarifas permanecem em patamares superiores aos do início do mandato de Trump.

2. IPC deve guiar expectativas para o Fed

O destaque desta terça-feira no calendário econômico é a divulgação dos dados mensais de inflação nos EUA.

A expectativa do mercado é que o índice de preços ao consumidor tenha subido 2,4% nos 12 meses encerrados em abril, repetindo o dado anterior. Na comparação mensal, projeta-se alta de 0,3%, revertendo a queda de 0,1% registrada em março.

A leitura do núcleo do índice, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, deve registrar avanço de 0,3% em base mensal e 2,8% no acumulado anual.

Esses dados devem influenciar a leitura dos mercados sobre os próximos passos do Federal Reserve. Com a inflação ainda acima da meta de 2%, o banco central indicou que deve manter sua abordagem cautelosa. O presidente Jerome Powell sinalizou na semana passada que a política monetária permanece apropriada às condições atuais, considerando a resiliência da economia frente às pressões tarifárias da atual administração.

Apesar disso, o Fed — que manteve os juros na faixa de 4,25% a 4,5% na reunião mais recente — alertou que os riscos inflacionários e as pressões sobre o mercado de trabalho continuam em ascensão.

LEIA TAMBÉM: Calendário Econômico do Investing.com

3. Washington altera regra para remessas de baixo valor

O governo dos EUA anunciou que revisará sua política para pacotes importados de menor valor vindos da China, alterando as regras da chamada exceção "de minimis".

Segundo ordem executiva divulgada na segunda-feira, remessas de até US$ 800 enviadas por serviços postais chineses passarão a ser tarifadas em 54% a partir de 14 de maio, além de uma cobrança fixa de US$ 100.

Esses itens anteriormente eram isentos de tarifas e submetidos a inspeção mínima. Estimativas indicam que mais de 90% dos pacotes que entram nos EUA utilizam essa regra, com cerca de 60% originários da China.

A administração Trump havia eliminado essa isenção em fevereiro, impondo tarifa de 120% e taxa fixa de US$ 200. Segundo Washington, a medida visa combater o uso abusivo da regra por varejistas digitais de baixo custo como Shein e Temu, além de restringir a entrada de substâncias ilegais, como o fentanil.

A China teria encerrado uma restrição que impedia transportadoras locais de receber novas aeronaves da Boeing, informou a Bloomberg nesta terça-feira.

De acordo com a agência, autoridades chinesas instruíram empresas aéreas e órgãos reguladores a retomar as entregas da fabricante americana.

A notícia representa um alívio para a Boeing, que vinha enfrentando obstáculos após a suspensão de novos recebimentos por parte de companhias chinesas. Em abril, reportagens indicavam que a empresa havia sido forçada a retornar aviões aos EUA por recusa de recebimento.

A expectativa era que a Boeing buscasse redirecionar essas aeronaves para outros mercados na Ásia e na Europa.

As ações da companhia subiam moderadamente no pré-mercado americano.

4. Petróleo próximo de máximas recentes

Os contratos de petróleo mantêm estabilidade nesta terça-feira, próximos aos maiores níveis em duas semanas, com o mercado avaliando os últimos sinais de distensão nas relações entre China e EUA.

No momento da redação, o Brent subia 0,1%, cotado a US$ 65,04 por barril, enquanto o WTI avançava 0,2%, para US$ 62,08.

Ambos os benchmarks acumularam alta de cerca de 1,5% na sessão anterior, renovando os maiores fechamentos desde 28 de abril.

Apesar do alívio pontual nas tensões, permanece o pano de fundo estrutural que motivou o conflito, especialmente em relação ao déficit comercial dos EUA frente à China.

5. Ata do Copom e balanços no Brasil

O mercado local tem suas atenções voltadas para a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que será divulgada logo mais pelo banco central, além dos resultados trimestrais de empresas de peso no Ibovespa, com destaque para a Petrobras.

O boletim Focus de ontem revelou que os agentes do mercado fizeram um leve ajuste nas expectativas de inflação para este ano, com projeção do IPCA recuando de 5,53% para 5,51%. Além disso, deram por encerrado o ciclo de aperto monetário com a última alta da Selic a 14,75% em maio, abandonando a previsão anterior de novo aumento em junho.

Com isso, o que os investidores buscam na ata do Copom é entender melhor a “cautela adicional” que o comitê demonstrou no anúncio da decisão de juros da semana passada. Os próximos dados de serviços e varejo também serão decisivos para determinar o fim do ciclo.

No calendário de balanços, o grande destaque de ontem foi a Petrobras, que registrou lucro líquido de R$ 35,21 bilhões no 1º trimestre, alta de 48,6% em relação ao mesmo período de 2024, influenciada por efeitos cambiais. O lucro recorrente da estatal, sem itens não operacionais, foi de R$ 23,6 bilhões, queda de 12,1%. A empresa aprovou a distribuição de R$ 11,7 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio. Para mais detalhes, confira esta matéria.

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