Fique por dentro das principais notícias do mercado desta terça-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 09.09.2025, 08:03

Investing.com – Os índices futuros das bolsas nos Estados Unidos operavam em leve alta nesta terça-feira, com investidores atentos à revisão dos números de emprego que pode reforçar o quadro de desaquecimento no mercado de trabalho.

No âmbito corporativo, o grupo de software Oracle (NYSE:ORCL) divulga resultados após o fechamento em Wall Street, enquanto Anglo American (LON:AAL) e Teck Resources (TSX:TECKa) anunciaram fusão de US$ 53 bilhões. Já a ASML confirmou investimento de US$ 1,5 bilhão na startup francesa de inteligência artificial Mistral AI.

No Brasil, os investidores acompanham a repercussão do julgamento do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, e de aliados pela acusação de tentativa de golpe de Estado.

1. Futuros sobem em Nova York

Os contratos futuros de ações em Nova York apontavam para ganhos leves, em meio à expectativa pela divulgação de uma estimativa preliminar de revisão das folhas de pagamento não agrícolas. Além disso, o mercado monitora dados de inflação previstos ainda nesta semana.

Às 07h42 (horário de Brasília), o futuro do S&P 500 subia 15 pontos, ou 0,2%; o do Nasdaq 100 avançava 69 pontos, ou 0,3%; e o do Dow Jones registrava alta de 81 pontos, ou 0,2%.

Na véspera, os principais índices fecharam em alta, com o Nasdaq Composite, de forte peso tecnológico, atingindo novo recorde histórico. O movimento foi sustentado pela expectativa de que o Federal Reserve poderá reduzir os juros em breve, em resposta à perda de dinamismo no mercado de trabalho.

Entre destaques corporativos, ações da Robinhood e da AppLovin subiram após o anúncio de inclusão no S&P 500. A Broadcom também avançou 3,2%, após reiterar projeção de crescimento robusto da receita apoiada pela demanda em inteligência artificial. A empresa atingiu valor de mercado de US$ 1,6 trilhão, tornando-se a sétima companhia mais valiosa de Wall Street.

2. Revisões de dados econômicos nos EUA

O mercado aguarda a estimativa preliminar de referência da geração de empregos urbanos (payroll) que será divulgada nesta terça-feira pelo Bureau of Labor Statistics (BLS).

Projeções indicam que o número de empregos nos 12 meses até março pode ser revisado para baixo em até 1 milhão de postos, sinalizando um desaquecimento mais acentuado do mercado de trabalho. Isso reforçaria a percepção de que a tendência começou antes mesmo de o presidente Donald Trump adotar tarifas de importação “recíprocas” sobre diversos países em abril.

Analistas também apontam que a repressão à imigração ilegal, somada ao avanço da inteligência artificial em tarefas que reduzem a necessidade de mão de obra, pode estar influenciando o cenário.

A revisão ocorre após dados recentes mostrarem que o crescimento de empregos em agosto foi inferior ao previsto e que, em junho, a economia registrou a primeira perda líquida de postos em quatro anos e meio. Esses indicadores consolidaram apostas de que o Fed cortará a taxa básica em pelo menos 25 pontos-base na reunião da próxima semana.

3. Anglo American e Teck firmam fusão

A Anglo American e a Teck Resources anunciaram fusão que dará origem à Anglo Teck, companhia avaliada em mais de US$ 53 bilhões, tornando-se uma das maiores produtoras globais de cobre.

O acordo reflete a busca do setor por assegurar exposição a um metal considerado essencial tanto na transição energética quanto na expansão de centros de dados voltados para inteligência artificial. A expectativa é de forte crescimento na demanda por cobre nos próximos anos.

As duas mineradoras possuem operações no Chile, incluindo minas adjacentes. Pelo acordo, a Anglo American ficará com 62,4% da nova empresa, enquanto a Teck deterá 37,6%.

Ainda no cenário corporativo, a ASML confirmou investimento de 1,3 bilhão de euros (US$ 1,5 bilhão) na Mistral AI, tornando-se principal acionista da startup francesa. O aporte integra a rodada série C de financiamento da companhia, avaliada em 10 bilhões de euros (US$ 11,7 bilhões), segundo informações antecipadas pela Reuters.

Além do investimento, foi estabelecida parceria estratégica que permitirá à ASML utilizar modelos de inteligência artificial em seu portfólio de produtos e em pesquisas de desenvolvimento tecnológico. A participação adquirida corresponde a cerca de 11% da empresa.

A ASML, fabricante líder de equipamentos avançados de litografia, é fornecedora essencial para gigantes como TSMC e Intel. O aumento da demanda por chips voltados à inteligência artificial impulsionou o desempenho recente da companhia.

A Mistral é vista como a resposta europeia a players norte-americanos como OpenAI e Google (Alphabet), reforçando a ambição da Europa de ganhar relevância no setor de inteligência artificial.

4. Petróleo sobe com Opep+ e possível ampliação de sanções à Rússia

O petróleo registrava alta nesta terça-feira, refletindo a decisão da Opep+ de anunciar para outubro um aumento de produção bem menor que os meses anteriores, o que reduziu receios de excesso de oferta, enquanto investidores monitoram a possibilidade de sanções adicionais ao setor energético russo após a escalada do conflito na Ucrânia.

Os contratos de Brent e WTI avançavam em torno de 0,7% no início da manhã de hoje, em meio também à fraqueza do dólar e à expectativa de que o Federal Reserve possa cortar juros após dados mais fracos de emprego nos Estados Unidos.

LEIA MAIS: Petróleo sobe com cautela da Opep+ e possível ampliação de sanções à Rússia

5. STF retoma julgamento de Bolsonaro

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta terça o julgamento do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, e de outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado, com expectativa de conclusão até sexta-feira, quando os ministros definirão as penas que podem variar de 12 a 43 anos de prisão.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta crimes, como organização criminosa armada e destruição de patrimônio tombado, apresentando como provas mensagens, minutas de decretos e planos de atentado contra autoridades, enquanto a defesa alega cerceamento e ausência de evidências.

A tendência, segundo especialistas, é de condenação, com destaque para o voto do relator Alexandre de Moraes e para a estratégia de ex-ministros militares de se distanciarem de Bolsonaro, reforçando a narrativa de que ele seria o líder da articulação golpista.

Em paralelo, o governo dos Estados Unidos afirmou que continuará adotando medidas contra Moraes, já sancionado pela Lei Magnitsky, segundo o subsecretário de Diplomacia Pública, Darren Beattie.

A declaração ocorreu após manifestações em 7 de setembro organizadas por apoiadores do ex-presidente, que pediram o impeachment de Moraes e anistia aos participantes dos atos de 8 de janeiro. Beattie disse que as ações visam defender valores de liberdade e justiça no Brasil, enquanto o deputado federal, Eduardo Bolsonaro, em Washington desde fevereiro, afirmou esperar novas medidas como o confisco de vistos de autoridades brasileiras.

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