Calendário Econômico: Guerra tarifária, Super Quarta, PIB dos EUA e payroll
Investing.com – Os principais índices futuros das bolsas nos EUA registravam leve alta antes da divulgação do relatório oficial de empregos (payroll) de junho.
Investidores também analisam um pré-acordo comercial entre Estados Unidos e Vietnã, em meio aos esforços da Casa Branca para firmar pactos bilaterais antes da expiração iminente das tarifas “recíprocas” adiadas.
Em paralelo, líderes republicanos na Câmara enfrentam resistência ao tentar aprovar o projeto de lei central da agenda do presidente Donald Trump antes do feriado local de 4 de julho.
No Brasil, o destaque da agenda econômica é a pesquisa com gerentes de compras do setor de serviços pela S&P Global.
1. Futuros dos EUA sobem
Os índices futuros das ações norte-americanas operam em leve alta nesta quinta-feira, com os investidores atentos à divulgação de dados cruciais sobre o mercado de trabalho e às sinalizações de avanço em tratativas comerciais.
Às 8 h de Brasília, os futuros do Dow Jones subiam 39 pontos (+0,1%), enquanto os do S&P 500 avançavam 6 pontos (+0,1%) e os do Nasdaq 100 registravam alta de 33 pontos (+0,1%). Esta quinta-feira marca o último pregão antes do feriado de 4 de julho, quando os mercados estarão fechados.
CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street
Na véspera, o Dow Jones Industrial Average encerrou o dia praticamente estável, mas manteve-se próximo de sua máxima histórica. Já o S&P 500 e o Nasdaq renovaram seus recordes de fechamento, impulsionados pelo desempenho de gigantes do setor de tecnologia, como Nvidia (NASDAQ:NVDA) e Apple (NASDAQ:AAPL).
O sentimento positivo foi reforçado pelo anúncio de um pré-acordo comercial entre Estados Unidos e Vietnã — fornecedor relevante de calçados e vestuário esportivo. Apesar da surpresa negativa com o relatório de empregos privados da ADP, os mercados interpretaram o dado como um possível indicativo de que o Federal Reserve poderá adotar uma política monetária mais flexível nos próximos meses.
2. Relatório de emprego (payroll) à frente
O mercado aguarda, nesta quinta-feira, a divulgação do relatório oficial de emprego dos Estados Unidos, elaborado pelo Bureau of Labor Statistics (BLS).
A projeção de consenso aponta para a criação de 111 mil vagas não agrícolas em junho, número inferior aos 139 mil postos adicionados em maio. A taxa de desemprego, por sua vez, deve apresentar leve alta, passando de 4,2% para 4,3%.
Na quarta-feira, o Relatório Nacional de Emprego da ADP apontou desaceleração nas contratações, reflexo de um ambiente de incerteza relacionado à política tarifária. Além disso, o estudo mostrou maior aversão dos trabalhadores em mudar de emprego. Ainda assim, os números da ADP historicamente têm baixa correlação com os dados oficiais do BLS.
O Federal Reserve, cuja missão inclui promover o pleno emprego, deve acompanhar de perto a leitura desta quinta-feira, especialmente diante das dúvidas quanto aos efeitos das tarifas sobre o desempenho econômico. Pressionado por Trump para cortar os juros com maior celeridade, o presidente do Fed, Jerome Powell, reiterou sua preferência por uma postura prudente. Apesar disso, afirmou esta semana que o banco central ainda poderá reduzir os custos de financiamento nas quatro reuniões de política monetária restantes de 2025.
3. EUA suspendem restrições à exportação de tecnologia de design de chips para a China
O Departamento de Comércio dos Estados Unidos revogou as restrições impostas em maio às exportações de tecnologias de design de semicondutores destinadas à China, segundo comunicados corporativos divulgados na noite de quarta-feira. A medida faz parte de um recente entendimento comercial entre Washington e Pequim.
As ações da Synopsys (NASDAQ:SNPS) e da Cadence Design Systems (NASDAQ:CDNS), empresas do setor, reagiram com firme valorização nas negociações estendidas. A Synopsys saltou 5,8%, para US$ 553,67, enquanto a Cadence avançou 4,7%, cotada a US$ 325,58.
Em nota, a Synopsys informou ter sido notificada pelas autoridades americanas sobre a revogação imediata das restrições. A empresa afirmou estar “trabalhando para restabelecer o acesso aos produtos que haviam sido bloqueados na China”.
4. Líderes republicanos da Câmara tentam conquistar resistentes para projeto de lei de Trump
No front político, os investidores acompanham de perto as negociações entre os líderes republicanos da Câmara dos Representantes, que buscam garantir apoio interno suficiente para aprovar um volumoso projeto de cortes de impostos e aumento de gastos — iniciativa considerada prioritária pela Casa Branca.
A proposta, que inclui a prorrogação das reduções tributárias de 2017 e novas isenções fiscais, também contempla a elevação das despesas com defesa e segurança de fronteiras. Parte da bancada conservadora, no entanto, manifesta resistência ao texto, citando o risco de ampliação do déficit fiscal e os potenciais cortes no programa Medicaid, voltado à população de baixa renda.
Com maioria estreita no Congresso e oposição coesa entre os democratas, o Partido Republicano enfrenta pressão adicional imposta por um prazo autoimposto: o presidente Trump quer o projeto aprovado e sancionado até o feriado de 4 de julho.
5. Dados do setor de serviços no Brasil
O mercado local ficará atento hoje à divulgação de dados sobre a atividade no setor de serviços, com base na pesquisa mensal realizada pela S&P Global com gerentes de compras (PMI) em junho.
O relatório passado mostrou que houve um recuo na prestação de serviços no Brasil, com o PMI subindo de 48,9 para 49,6 em maio, ainda abaixo da linha de 50 que separa expansão de retração.
O emprego cresceu apenas marginalmente, no ritmo mais fraco em seis meses, embora a confiança empresarial tenha melhorado, atingindo o maior nível em três meses. Os custos e preços cobrados desaceleraram, mas seguiam em níveis elevados.
O PMI Composto caiu para 49,1, refletindo também a primeira retração da indústria desde o fim de 2023.