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Moody's prevê contração de 2% no PIB da Argentina este ano

Publicado 02.10.2014, 17:20
Atualizado 02.10.2014, 17:31
Moody's prevê contração de 2% no PIB da Argentina este ano

Buenos Aires, 2 out (EFE).- A agência Moody's prevê que o Produto Interno Bruto da Argentina encerrará o ano com uma contração de 2% e um crescimento nulo (0%) em 2015, além de um cenário de alto risco se o governo não conseguir chegar a um acordo no litígio com os fundos especulativos que não aceitam a reestruturação da dívida.

As previsões da agência contrastam com as do governo argentino, que indicam que o país fechará este ano com um crescimento de 0,5% e em 2015 registrará uma expansão de 2,8%, segundo o projeto de orçamento para o ano que vem apresentado pelo Executivo em meados de setembro.

De acordo com os analistas da qualificadora reunidos hoje em Buenos Aires para a XI Conferência Anual da Moody's América Latina, a Argentina enfrenta um cenário econômico muito complicado por causa das consequências do litígio nos Estados Unidos, pela queda das reservas de divisas do Banco Central argentino (BCRA) e a pressão sobre a cotação do peso argentino.

Gabriel Torres, analista da Moody's para a Argentina, apontou em entrevista coletiva que a previsão de crescimento zero para 2015 pode ser inclusive "pior".

"Claramente vai haver uma desvalorização", disse Torres, embora não tenha dado uma previsão de quando isso poderia ocorrer, já que a forma e os prazos dependem da decisão do governo argentino.

Segundo Torres, o valor oficial atual do peso, que o Banco Central argentino mantém ligeiramente acima de 8,40 pesos por dólar, "não é sustentável".

A Moody's considera um cenário de inflação em torno de 40%, percentual semelhante ao apresentado por consultorias privadas e defendido pela oposição, contra os 22% previstos pelo governo para fechar 2014 e os 15,6% estimado para 2015.

A principal dúvida econômica recai sobre a evolução das reservas monetárias, que dependem em grande medida da resolução do litígio com os fundos especulativos pelos bônus, em moratória desde 2001.

Segundo Torres, a Moody's prevê que as reservas do BCRA fechem o ano em cerca de US$ 25 bilhões, ou seja, US$ 3 bilhões abaixo do nível atual.

Com o acesso aos mercados financeiros internacionais fechado e compromissos de dívida externa de cerca de US$ 14 bilhões ainda por saldar em 2015, a Moody's estima que as reservas se situariam em torno de US$ 20 bilhões no final do próximo ano se não houver acordo legal com os fundos especulativos.

"O risco vai se transformar em luz vermelha quando chegar aos US$ 20 bilhões. Aí claramente vai haver um sério problema", estimou Torres.

Apesar da evolução das divisas ser flexível, já que depende também das entradas de investimentos e das exportações, Torres avaliou como "muito no limite" a margem de manobra do governo para fechar o mandato de Cristina Kirchner sem uma solução ao conflito em Nova York.

Para o analista da Moody's, a promulgação da lei de pagamento local para tentar se esquivar do bloqueio judicial americano ao pagamento dos bônus reestruturados foi um "sinal de que não há interesse (do governo) de se acertar com os holdouts".

"Mas também não acho que o governo vai deixar que as reservas colapsem completamente", assinalou Torres. Ele avaliou positivamente a decisão do Executivo de continuar depositando o dinheiro aos credores, mesmo que eles não tenham acesso aos fundos por causa do bloqueio legal determinado pelo juiz Thomas Griesa, que analisa o caso em Nova York.

"Algum governo vai ter que chegar a um acordo com os holdouts", destacou Torres, que antecipou que quanto mais o tempo passar mais problemas legais se acumularão.

Para o analista, é "difícil saber" qual será o impacto da recente troca de bastão na cúpula do Banco Central, mas "há talvez um sinal negativo", e os mercados parecem entender que o novo titular, Alejandro Vanoli, continuará com a estratégia de emissão de moeda.

A qualificação da Moody's não foi influenciada pela troca de comando no BCRA, já que as grandes variáveis, como a inflação e o crescimento, não mudarão imediatamente e "já estão incorporadas à nota atual", acrescentou.

Além disso, insistiu no risco que a herança que o próximo presidente (as eleições na Argentina acontecerão em outubro de 2015) receberá, dado um previsível aumento dos litígios relacionados à dívida e uma possível aceleração dos prazos de vencimento.

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