“Motosserra” de Trump e Musk sobre milhares de empregos atrai críticas até de republicanos

Publicado 21.02.2025, 20:32
Atualizado 21.02.2025, 21:10
© Reuters.

Por Idrees Ali e Nathan Layne

WASHINGTON (Reuters) - Os esforços sem precedentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do bilionário Elon Musk para corte de gastos do funcionalismo público do país estão começando a atrair resistência mais significativa, mesmo em regiões fortemente republicanas.    Em um encontro em um distrito conservador no norte do Estado norte-americano da Geórgia, na quinta-feira, o deputado republicano Rich McCormick foi vaiado ao tentar defender os cortes de Musk sobre o governo dos EUA.    “Eles estão sendo indiscriminados e usam uma motosserra para essas coisas”, afirmou um participante do evento em Roswell, localizada cerca de 32 quilômetros ao norte de Atlanta. Ele afirmou que o governo primeiro demitiu e depois teve de correr para recontratar servidores responsáveis pela segurança de armas nucleares e pelos esforços de combate à gripe aviária.    McCormick foi recebido com vaias quando sugeriu que as agências em questão, e não Musk, podiam decidir quem deveria ser demitido. Na eleição de novembro, Trump venceu no distrito com uma vantagem de 30 pontos percentuais.    Outro parlamentar republicano, Scott Fitzgerald, enfrentou uma multidão igualmente irritada em evento realizado em West Bend, no Estado do Wisconsin, cerca de 64 quilômetros ao norte de Milwaukee.    “Presidentes não são reis”, afirmou um participante de uma live transmitida pela TMJ4, uma afiliada local da emissora NBC. “Você está disposto a usar seu poder de intimação para mandar Musk ir ao Congresso para responder algumas perguntas difíceis?."    Fitzgerald disse à audiência que Musk estava sendo efetivo em encontrar gastos desnecessários e que o Congresso vai supervisionar seus esforços, mas a multidão o interrompeu com um coro de vaias. Em novembro, Trump venceu no distrito por 64% a 36%.    Em Westerville, Ohio, o deputado republicano Troy Balderson disse que os decretos de Trump estão "saindo do controle", informou o Columbus Dispatch.    "O Congresso tem que decidir se o Departamento de Educação acaba ou não", disse Balderson, referindo-se à promessa de Trump de eliminar o departamento, publicou o jornal. "Não é o presidente (quem decide), nem Elon Musk."    Mais tarde, na rede social X, Balderson respondeu à publicação do jornal, dizendo: "Apoio totalmente a agenda do presidente Trump de reduzir nosso inchado governo federal e colocar os norte-americanos em primeiro lugar". Em novembro, o distrito de Balderson votou em Trump por uma margem maior do que 2 para 1.    Musk, homem mais rico do mundo, e um grupo de seus assessores demitiram mais de 10 mil funcionários públicos e desmantelaram programas federais em todo o governo dos EUA, do Departamento de Educação ao Departamento de Assuntos de Veteranos e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças.    A maior parte dos demitidos foi contratada no ano passado e, portanto, estava no período de experiência, que dá menor proteção em relação a outros servidores. Segundo dados do Escritório de Gestão de Pessoas dos EUA, cerca de metade dos 200 mil funcionários públicos com menos de um ano de serviço está empregada em Estados que apoiaram Trump em 2024.    Quase 60% dos norte-americanos estão preocupados que Musk possa eventualmente prejudicar programas importantes, como os de pagamentos de aposentadorias e auxílio estudantil. O número é o dobro daqueles que disseram não estar preocupados, segundo uma pesquisa Reuters/Ipsos divulgada na quinta-feira.    Várias sondagens recentes, incluindo a Reuters/Ipsos, mostraram que a aprovação de Trump está caindo desde que ele assumiu o cargo, há apenas um mês.    Perguntada sobre as críticas de eleitores em distritos tradicionalmente conservadores acerca do método de Elon Musk, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, criticou a imprensa e afirmou que "não é segredo o fato de que este governo está comprometido em cortar o desperdício, a fraude e o abuso. O presidente fez campanha com essa promessa, os norte-americanos o elegeram com essa promessa, e ele a está realmente cumprindo".

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