Investing.com - Na semana a seguir, mercados financeiros de todo o mundo se concentrarão no resultado da reunião do Banco Central Europeu na quinta-feira na busca de novas indicações sobre quando o banco central se distanciará se sua política ultrafrouxa.
Investidores também estarão muito atentos à decisão de política monetária no Japão em meio a especulações de que o banco central do país ficaria para trás em relação a grandes bancos centrais de todo o mundo em termos de redução de seu programa de estímulo.
Ainda na Ásia, a China deve divulgar seus dados de crescimento, que serão observados de perto em meio a recentes sinais de resfriamento da segunda maior economia do mundo.
No Reino Unido, participantes do mercado aguardarão o relatório mensal da inflação dos preços ao consumidor para mais indícios sobre a força da economia e a possibilidade de que o Banco da Inglaterra eleve as taxas de juros este ano.
Investidores também observarão dados do setor imobiliário dos EUA para aferir a força da maior economia do mundo e como isso impactará a perspectiva do Federal Reserve em termos de política monetária.
Antes da semana que está por vir, a Investing.com compilou uma lista com os cinco maiores eventos do calendário econômico com grandes chances de afetar os mercados.
1. Reunião de política monetária do Banco Central Europeu
A decisão do Banco Central Europeu sobre a taxa de juros está prevista para quinta-feira às 8h45 (horário de Brasília), sem expectativas de grandes mudanças.
A maior parte das atenções estará voltada à entrevista coletiva de Mario Draghi, presidente da instituição, 45 minutos após o anúncio, já que investidores buscam mais indicações sobre quando o BCE irá reduzir seu imenso programa de compra de ativos.
Especialistas do mercado acreditam que o banco central provavelmente esperará até setembro antes de anunciar a redução de suas compras mensais de ativos da ordem de 60 bilhões de euros.
Além do BCE, participantes do mercado se concentrarão na terça-feira nos dados do estudo do ZEW sobre percepção econômica na Alemanha para avaliar a confiança na maior economia da zona do euro.
2. Decisão de política monetária do Banco do Japão
O Banco do Japão não deve fazer quaisquer alterações em sua política monetária na conclusão de sua revisão da taxa de juros nesta quinta-feira, já que as exportações robustas e os fortes dados sobre o consumo doméstico elevam as perspectivas de uma expansão econômica moderada.
De acordo com fontes, o banco central japonês provavelmente atualizará sua avaliação econômica, mas cortará sua perspectiva animadora de inflação, reforçando expectativas de que ficará para trás de outros grandes bancos centrais em termos de redução de seu programa de estímulo.
Haruhiko Kuroda, dirigente do Banco do Japão, realizará uma entrevista coletiva na sequência para discutir a decisão. Provavelmente, ele lembrará aos mercados a posição do Banco do Japão de manter sua política ultrafrouxa até que a inflação acima de 2% seja sustentável.
Além disso, investidores se concentrarão nos dados mensais da balança comercial, previstos para quinta-feira, que deverão mostrar que as exportações japonesas subiram pelo sétimo mês consecutivo.
3. PIB da China no 2º tri
A China deverá divulgar dados sobre o PIB do segundo trimestre por volta das 23h deste domingo.
Espera-se que o relatório mostre que a segunda maior economia do mundo tenha crescido 6,8% no período de três meses encerrado em 30 de junho, reduzindo as preocupações iniciais de uma desaceleração acentuada uma vez que Pequim aperta o cerco no sentido de reprimir riscos financeiros e limitar os danos à economia.
A nação asiática também publicará dados sobre produção industrial, investimento em ativos fixos e vendas no varejo em junho, junto com o relatório do PIB.
4. Números da inflação do Reino Unido
O Escritório de Estatísticas Nacionais do Reino Unido (ONS, na sigla em inglês) divulgará dados sobre a inflação dos preços ao consumidor em junho na terça-feira às 05h30 (horário de Brasília). Analistas esperam que os preços ao consumidor tenham subido 2,9%, o mais alto nível em quase quatro anos.
O recente aumento na inflação, causado em grande parte pela desvalorização da libra após a decisão favorável ao Brexit no ano passado, levou alguns decisores do Banco da Inglaterra a pedir taxas mais altas de juros nos próximos meses.
vendas no varejo Além do relatório da inflação, o ONS também divulgará dados sobre as vendas no varejo na quinta-feira, com analistas esperando um aumento de 0,4%.
Dados recentes apontavam para sinais de que o aumento na inflação estaria reduzindo os gastos dos consumidores, o principal motor da economia, com o início das negociações do divórcio do país com a União Europeia.
5. Dados do setor imobiliário dos EUA
O Departamento de Comércio dos EUA deverá publicar um relatório sobre construção de novas casas e licenças para construção em junho às 09h30 (horário de Brasília) desta quarta-feira. Os dados podem mostrar que as licenças subiram 3,0% para 1,200 milhões no mês passado, ao passo que a projeção para as construções de novas casas é de 5,8% de aumento, totalizando 1,150 milhões.
Além dos dados de imóveis, o calendário dessa semana também traz dados sobre as condições industriais nas regiões de Filadélfia e Nova York, bem como os pedidos semanais de seguro-desemprego.
Comentários mais pacíficos feitos por Janet Yellen, presidente do Fed, combinados com dados fracos sobre inflação levaram investidores a reduzirem suas expectativas de endurecimento da política monetária nos próximos meses. Operadores de futuros apostam em cerca de 40% de chances de aumento da taxa de juros até o fim do ano, de acordo com o Monitor da Taxa da Reserva Federal do Investing.com.
Além dos dados, essa também será a primeira grande semana na temporada de resultados do segundo trimestre, com importantes empresas como Johnson & Johnson (NYSE:JNJ), American Express (NYSE:AXP), Goldman Sachs (NYSE:GS), Microsoft (NASDAQ:MSFT) e General Electric (NYSE:GE) entre alguns dos nomes a divulgarem seus números nesta semana.
Manchetes de Washington sobre reforma do sistema de saúde e de cortes nos impostos, propostas do Presidente Donald Trump, também estarão em foco.
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