NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo caíram pela quarta sessão consecutiva nesta quinta-feira e fecharam em mínimas de vários meses, uma vez que a perspectiva de taxas de juros mais altas nos Estados Unidos por mais tempo aumentou as preocupações em torno do crescimento da demanda no maior mercado de petróleo do mundo.
Os futuros do petróleo Brent fecharam em queda de 0,54 dólar, ou 0,7%, a 81,36 dólares o barril, menor patamar desde janeiro. Os futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI) caíram 0,70 dólar, ou 0,9%, para 76,87 dólares o barril, o menor nível em três meses.
Dados da S&P Global mostraram uma aceleração da atividade empresarial nos EUA este mês, mas os fabricantes também relataram uma alta nos preços de uma série de insumos, sugerindo uma recuperação na inflação de bens nos próximos meses.
Na quarta-feira, as atas da reunião mais recente de política monetária da Federal Reserve mostraram que as autoridades ainda estão em dúvida se as atuais taxas de juros são suficientemente altas para domar a persistente inflação.
Taxas de juros elevadas aumentam o custo dos empréstimos, o que pode desacelerar a atividade econômica e reduzir a demanda por petróleo.
Também pesando no mercado, os estoques de petróleo bruto dos EUA aumentaram em 1,8 milhão de barris na semana passada, segundo a Administração de Informação de Energia, ante um consumo estimado de 2,5 milhões de barris.
Os investidores estarão atentos a reunião de 1 de junho da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), na qual o grupo decidirá a sua política de produção.
A Rússia disse que excedeu a sua cota de produção da Opep+ em abril por "razões técnicas" e que apresentará em breve ao secretariado da Opep o seu plano para compensar o erro, disse o Ministério da Energia russo na quarta-feira.
A recente fraqueza nos preços do petróleo bruto aumenta a probabilidade de a Opep+ manter as restrições à produção pelo menos até ao final de setembro, disse Andrew Lipow, presidente da Lipow Oil Associates.
(Por Shariq Khan em Nova York, Paul Carsten e Noah Browning em Londres; reportagem adicional de Arathy Somasekhar e Sudarshan Varadhan)