PARIS (Reuters) - A França ficaria inadimplente com sua dívida soberana se decidisse unilateralmente converter suas obrigações denominadas em euros em novas obrigações, em francos, na sequência de uma eventual vitória da Frente Nacional nas eleições, disse um executivo sênior da agência de risco Standard & Poor's à The Economist.
"Não há ambiguidade aqui", disse o chefe de ratings soberanos da S&P's, Moritz Kraemer, em uma carta publicada na última edição da revista semanal.
"Se um emissor não adere às obrigações contratuais com seus credores, incluindo o pagamento na moeda estipulada, (nós) declararíamos um default", escreveu Kraemer.
"Nossa atual nota AA para a França sugere, no entanto, que essa sequência de eventos é improvável", afirmou.
A líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, que segundo a maior parte das pesquisas deve chegar ao segundo turno das eleições presidenciais em maio, quer tirar a França do euro e converter a dívida do país em uma nova moeda. Ela lançou sua campanha em um evento neste sábado.
A agência rival Moody's conclui que um movimento desses pela França "poderia tecnicamente contar como um default", segundo reportagem da Economist em uma edição em meados de janeiro.
(Por Laurence Frost)