Plano tarifário do "Dia da Libertação" de Trump deixa mercados em alerta máximo

Publicado 02.04.2025, 09:43
Atualizado 02.04.2025, 09:45
© Reuters. Homem passa por tela mostrando o presidente dos EUA, Donald Trump,  na Bolsa de Valores de Bombay, em Mumbai, Índian02/04/2025. REUTERS/Francis Mascarenhas

Por Saqib Iqbal Ahmed

NOVA YORK (Reuters) - Investidores globais estão mais perto nesta quarta-feira de obter alguma clareza sobre os planos tarifários do governo dos Estados Unidos, mas com poucos detalhes sobre o que esperar os mercados financeiros permanecem nervosos.

Há semanas o presidente dos EUA, Donald Trump, vem classificando o dia 2 de abril como o "Dia da Libertação", quando ele planeja impor uma série de novas tarifas que podem abalar o sistema de comércio global.

As tarifas podem ter grandes implicações para os lucros corporativos, o crescimento global, a inflação e a política de taxas de juros do Federal Reserve.

Os investidores começaram o ano com grandes expectativas de políticas pró-crescimento do governo Trump, mas acabaram vendo uma enxurrada de manchetes relacionadas a tarifas.

Embora os investidores concordem, de modo geral, que o aguardado anúncio desta quarta-feira possa ser fundamental para as perspectivas de curto prazo dos mercados financeiros globais, eles não têm certeza de qual será a direção dos preços e o que virá a seguir, já que as negociações podem ser prolongadas.

"Não me lembro de uma situação em que os riscos fossem tão altos e, ainda assim, o resultado fosse tão imprevisível", disse Steve Sosnick, estrategista-chefe da Interactive Brokers. "O diabo vai estar nos detalhes e ninguém sabe os detalhes."

O ouro, considerado um ativo seguro, mantinha-se próximo de máximas recordes e as ações europeias caíam nesta quarta-feira, bem como os futuros do S&P e do Nasdaq.

Na Ásia, o índice japonês Nikkei atingiu seu nível mais baixo desde setembro.

A Casa Branca disse na véspera que Trump adotará novas tarifas nesta quarta, sem fornecer detalhes sobre o tamanho e o escopo das barreiras comerciais que deixaram empresas, consumidores e investidores preocupados com a intensificação da guerra comercial global.

A porta-voz da Casa Branca Karoline Leavitt disse que as tarifas recíprocas sobre os países que impõem taxas sobre os produtos dos EUA entrarão em vigor assim que Trump as anunciar, enquanto uma tarifa de 25% sobre as importações de automóveis começarão em 3 de abril.

A falta de clareza sobre se haverá uma taxa tarifária fixa para todas as importações ou se o governo adotará uma abordagem mais fragmentada tornou a modelagem do impacto final das tarifas sobre os lucros, o crescimento e a inflação um desafio assustador.

"O ideal seria que obtivéssemos apenas um número e então pudéssemos calcular o impacto posterior", disse Sonu Varghese, estrategista macro global do Carson Group.

"Mas meu receio é que não teremos isso ou, mesmo que consigamos um número, ele estará sujeito a negociações", disse ele.

O anúncio desta quarta-feira parece particularmente crucial depois que o S&P 500 confirmou em meados de março uma correção -- queda de 10% em relação a ao pico recente.

"Estamos em um ponto muito frágil, pois estamos na parte inferior de uma faixa de negociação corretiva... isso nos deixa prontos para uma recuperação muito acentuada ou um colapso assustador", disse Sosnick.

O aumento da incerteza em relação às notícias sobre as tarifas e a possível reação do mercado elevaram o Índice de Volatilidade Cboe - uma medida da ansiedade dos investidores baseada em opções - ao nível mais alto em mais de duas semanas de 24,80 na segunda-feira. O índice terminou a terça-feira em 22,77.

"Acho que o mercado está realmente prendendo a respiração", disse Mark Spindel, diretor de investimentos da Potomac River Capital LLC, que espera que o chamado indicador de medo suba para 30, um nível associado a um alto grau de aversão ao risco.

(Reportagem adicional de Suzanne McGee e Carolina Mandl)

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