Sem Musk, Doge vai provavelmente desaparecer, diz ex-funcionário

Publicado 29.05.2025, 20:49
Atualizado 29.05.2025, 20:50
© Reuters. Elon Musk na Casa Brancan21/05/2025nREUTERS/Kevin Lamarque

Por Alexandra Ulmer

(Reuters) - Sem o bilionário Elon Musk no governo Trump, é provável que seu projeto de redução de custos do Departamento de Eficiência Governamental (Doge) seja interrompido, avaliou um ex-funcionário do Doge em sua primeira entrevista desde que deixou a equipe.

CEO da Tesla (NASDAQ:TSLA), Musk anunciou na noite de quarta-feira que estava encerrando seu período como funcionário especial do governo, mas prometeu que o Doge vai continuar sem ele. O Doge supervisionou os cortes de pessoal em quase todas as agências federais como parte das tentativas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de sacudir a burocracia federal.

No entanto, o engenheiro de software Sahil Lavingia, que passou quase dois meses trabalhando para o grupo de tecnólogos pró-Musk, disse esperar que o Doge "desapareça" rapidamente.

"Ele vai simplesmente morrer", disse Lavingia, demitido do Doge no início do mês, à Reuters.

"Grande parte do apelo e do fascínio estava em Elon."

Segundo ele, os funcionários do Doge devem "simplesmente parar de aparecer para trabalhar".

"É como as crianças que se juntam a uma startup que vai sair do mercado em quatro meses."

Isso iria coroar um notável fim para o Doge, que segundo promessas iniciais de Musk cortaria US$2 trilhões em gastos federais. Em vez disso, o Doge estima que seus esforços tenham economizado cerca de US$175 bilhões até o momento, e os cálculos do grupo estejam repletos de erros.

Lavingia, de 32 anos, fundador e CEO da plataforma de criadores Gumroad, disse que foi recrutado pelo Doge por meio de um contato pessoal e entrou para a equipe em março.

Embora se orgulhe de certas realizações no Departamento de Assuntos de Veteranos (VA, em inglês), incluindo a modernização do chatbot interno de inteligência artificial da agência, admite que muitas vezes não sabia que trabalho fazer.

"Cheguei ao VA com um laptop HP. O que devemos fazer? Qual é o roteiro?", Lavingia disse que perguntou, sem sucesso. "Senti como se estivesse sendo enganado."

A Casa Branca, a VA e Musk não responderam aos pedidos de comentários.

A Casa Branca havia dito anteriormente que o Doge trabalha em um ritmo acelerado para eliminar desperdícios, fraudes e abusos e gerar economias para os contribuintes norte-americanos.

Quando as instruções chegavam, relata Lavingia, geralmente eram comunicadas por meio de telefonemas ou pequenos bate-papos no aplicativo de mensagens criptografadas Signal, que normalmente se apagavam automaticamente em um dia.

Lavingia afirmou que as instruções incluíam acelerar as demissões em massa na VA, segunda maior agência do governo federal.

A única vez que ele encontrou Musk foi em uma reunião geral em março com o que ele estima serem entre 40 e 60 colegas da equipe do Doge.

Lavingia afirma que sugeriu tornar parte de seu código de computador de código aberto, disponível gratuitamente, o que, relata, teria contado com a concordância de Musk. 

Ele então perguntou se as reuniões do Doge poderiam ser transmitidas ao vivo, para aumentar a transparência.

"Elon disse: ’Essa é uma ótima ideia. Faremos isso na próxima semana’. Em seguida, ele se conteve e disse: ’Talvez a gente faça uma pré-gravação por causa dos riscos de segurança’."

Lavingia afirma nunca ter recebido resposta.

No início de maio, após conversar com a Fast Company sobre o trabalho no Doge, Lavingia notou que seu acesso ao computador foi revogado, o que equivalia a uma demissão. De acordo com o ex-funcionário, Musk e os líderes de equipe nunca lhe disseram explicitamente que ele não deveria falar com jornalistas.

"Meus dias no Doge acabaram", escreveu Lavingia em um blog sobre sua experiência.

(Reportagem de Alexandra Ulmer em São Francisco)

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