Setores produtivos reagem ao tarifaço dos EUA contra o Brasil

Publicado 30.07.2025, 23:10
© Reuters.  Setores produtivos reagem ao tarifaço dos EUA contra o Brasil

As tarifas de 50% a importações brasileiras foram oficializadas nesta 4ª feira (30.jul.2025) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano). O decreto menciona produtos que serão isentos das tarifas, entre eles, suco de laranja, derivados de petróleo e aviões comerciais.

A decisão movimentou entidades da indústria e do comércio. Enquanto setores como o plástico e a indústria criticam impactos econômicos e diplomáticos, o setor de petróleo e gás celebrou a exclusão da medida e falou em preservar investimentos.

A Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) disse que recebeu a medida com preocupação. A entidade estima que até 20% das exportações ligadas ao setor podem ser comprometidas, o que representa uma perda de US$ 1,5 bilhão a US$ 2 bilhões.

“O plástico está presente em 95% do PIB [Produto Interno Bruto]”, afirmou o presidente do conselho da entidade, José Ricardo Roriz.

Roriz criticou a política externa brasileira e afirmou que a diplomacia foi “inoperante” diante dos sinais emitidos durante a campanha de Trump para o governo em 2024.

“Tínhamos uma tarifa confortável de 10% e deixamos essa vantagem se perder por falta de ação”, declarou.

A Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) expressou “grave preocupação” com a decisão do governo dos EUA. Para a entidade, as tarifas impactam diretamente a pauta exportadora do Estado.

Segundo levantamento da Firjan, 60% dos empresários locais estimam efeitos imediatos, como queda de receitas e redução de exportações. Além disso, 42% dos empresários entrevistados citaram risco de demissões.

“As tarifas permanecem como ponto de grande preocupação”, disse em nota. A federação defendeu “atuação diplomática urgente” para mitigar os efeitos das medidas.

A Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil) também criticou o tarifaço. Afirmou que a medida “fragiliza as relações econômicas e comerciais entre os dois países”.

Conforme pesquisa da Amcham, mais da metade das empresas exportadoras acreditam que as vendas para os EUA podem ser total ou fortemente interrompidas.

A entidade estima que 86% das companhias veem ações de reciprocidade como prejudiciais à segurança jurídica e ao ambiente de negócios no Brasil.

“Divergências comerciais devem ser resolvidas por meio do diálogo construtivo”, afirmou.

Entre os poucos setores poupados está o de óleo e gás. O IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás) informou que recebeu positivamente a isenção das tarifas.

Para o instituto, a exclusão reconhece “a importância estratégica” do setor no comércio bilateral e “preserva os fluxos comerciais e os investimentos”.

Eis os principais produtos isentos do tarifaço:

Leia mais em Poder360

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.