Taxas de câmbio da Argentina convergem e mercado observa banco central

Publicado 06.05.2025, 13:44
Atualizado 06.05.2025, 13:46
© Reuters. Homem conta notas de peso no comércio de Buenos Aires, Argentinan11/05/2024nREUTERS/Irina Dambrauskas

Por Jorge Otaola

BUENOS AIRES (Reuters) - As principais taxas de câmbio da Argentina -- o dólar/peso oficial e o dólar blue (paralelo) -- convergiram nesta terça-feira, após quase seis anos de controles rígidos de capital no país.

O preço oficial de um dólar subiu para 1.203 pesos, tornando-o mais caro do que a taxa de câmbio do mercado paralelo, de 1.180 pesos. O movimento representa uma forte reversão dos últimos anos, quando a taxa de câmbio estava fixa e o acesso a dólares era severamente restrito, elevando os preços em mercados paralelos.

A Argentina, sob o governo do presidente Javier Milei, está passando por uma grande reforma econômica, com uma política monetária rígida ajudando a reverter um profundo déficit fiscal, controlando uma das maiores taxas de inflação do mundo.

No mês passado, o governo de Milei flexibilizou grande parte dos controles de capital que estavam em vigor desde 2019, permitindo que o peso flutue dentro de uma ampla faixa de negociação.

Isso fez com que a diferença entre as taxas câmbio -- cerca de 200% no seu ponto mais alto nos últimos anos -- finalmente diminuísse, com a taxa oficial oscilando no meio da nova faixa de negociação, entre 1.000 e 1.400 pesos por dólar.

"É bom que o peso esteja começando a encontrar uma zona de nivelamento, e o meio da faixa não é ruim, especialmente dado o medo de que o fim dos controles cambiais levaria a uma desvalorização acentuada", disse o analista Marcelo Rojas, de Buenos Aires.

"Agora teremos que prestar muita atenção ao comportamento do banco central, porque novos dólares são esperados, e isso faria com que a moeda se valorizasse em direção ao fundo da banda."

Analistas e operadores agora estão voltando a atenção para a capacidade do banco central de acumular reservas cambiais, que estavam no vermelho em termos líquidos até as recentes injeções de US$12 bilhões do Fundo Monetário Nacional (FMI), sob um novo acordo de empréstimo.

Além disso, o país, grande produtor de grãos, deve ver um influxo de dólares provenientes das exportações de soja e milho no próximo mês.

"O relaxamento dos controles cambiais é positivo, mas o mercado ainda está esperando para ver se o banco central finalmente conseguirá começar a acumular reservas líquidas genuínas", disse Juan Manuel Franco, economista-chefe do SBS Group.

"Estamos esperando para ver como serão os fluxos em maio, que normalmente é o melhor mês para entradas agrícolas."

(Reportagem de Jorge Otaola)

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