Taxas dos DIs sobem em meio à possibilidade de derrubada do decreto do IOF

Publicado 25.06.2025, 17:01
Atualizado 25.06.2025, 17:05
© Reuters.

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam a sessão em alta, influenciadas pelo leve avanço dos rendimentos dos Treasuries durante boa parte do dia e pela valorização do dólar ante o real, com investidores também atentos à possibilidade de derrubada do decreto do IOF no Congresso ainda nesta quarta-feira.

No fim da tarde, a taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 estava em 14,945%, ante o ajuste de 14,944% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 marcava 13,51%, em alta de 6 pontos-base ante o ajuste de 13,454%.

Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,55%, ante 13,507% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,65%, ante 13,612%.

Internamente, pesava sobre os negócios a possibilidade de a Câmara e o Senado votarem, ainda nesta quarta, o projeto de decreto legislativo para derrubar o decreto do governo que trata do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

“Movimento mais interno hoje justamente na expectativa dessa votação que pode revogar o aumento IOF imposto pelo governo. Essa medida foi lançada como uma das alternativas para aumentar a arrecadação e consequentemente melhorar a questão fiscal”, pontuou Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital.

“Caso vejamos uma revogação, governo volta para o ponto de partida sem novas fontes de renda e com déficit ainda latente, o que pressiona a curva futura de juros”, acrescentou.

O avanço do dólar ante o real e a alta dos yields durante parte da sessão, conforme operador de um banco de investimentos ouvido pela Reuters, também deram suporte às taxas futuras no Brasil.

Às 12h25, a taxa do DI para janeiro de 2028 atingiu a máxima de 13,570%, em alta de 12 pontos-base ante o ajuste da véspera, em um momento da sessão em que o dólar também marcou a máxima do dia ante o real.

No exterior, o cessar-fogo entre Israel e Irã no Oriente Médio fez as atenções se voltarem para audiência do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, no Congresso norte-americano, em busca de sinais sobre o futuro da taxa de juros nos EUA.

Powell avaliou que a política tarifária do governo Trump pode provocar apenas um salto pontual nos preços, mas o risco de causar uma inflação mais persistente é grande o suficiente para que o Fed seja cuidadoso ao considerar novos cortes nos juros.

Neste cenário, os rendimentos dos Treasuries oscilaram em alta durante parte da sessão, embora tenham desacelerado à tarde e se reaproximado da estabilidade.

Às 16h34, o rendimento do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento—mostrava estabilidade, aos 4,289%.

Perto do fechamento desta quarta-feira, a curva a termo brasileira precificava 97% de probabilidade de manutenção da taxa básica Selic em 15% no encontro de julho do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Na terça-feira -- atualização mais recente -- a precificação das opções de Copom negociadas na B3 (BVMF:B3SA3) indicava 85,00% de chances de manutenção da Selic, contra 10,55% de probabilidade de nova alta de 25 pontos-base em julho.

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