Trabalhadores portuários da Costa Leste consideram greve em meio a negociações paralisadas

EdiçãoAhmed Abdulazez Abdulkadir
Publicado 04.09.2024, 09:52
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A International Longshoremen's Association (ILA), que representa 45.000 trabalhadores em portos de contêineres importantes ao longo da Costa Leste dos EUA, está programada para realizar uma reunião de dois dias a partir de hoje para discutir demandas salariais e planejar uma possível greve marcada para 1º de outubro. O sindicato, que abrange desde o Texas até o Maine, está em um impasse nas negociações formais com a United States Maritime Alliance (USMX), o grupo empregador, sobre questões como salários, automação e benefícios relacionados à saúde e aposentadoria.

Uma fonte próxima à situação revelou que a ILA está buscando um aumento salarial de 77% ao longo da duração do novo contrato. Especialistas indicaram que o aumento salarial final deve superar o aumento de 32% obtido pelo sindicato portuário da Costa Oeste no ano passado. O presidente internacional da ILA, Harold Daggett, emitiu um alerta de que se um novo acordo trabalhista não for alcançado até 30 de setembro, quando o atual contrato de seis anos expira, os trabalhadores entrarão em greve.

A USMX expressou sua intenção de se reunir novamente com a ILA para continuar as negociações. A ameaça iminente de uma desaceleração do trabalho ou uma paralisação completa das operações poderia impactar severamente os principais portos como Nova York/Nova Jersey, Houston e Charleston, Carolina do Sul. Essa interrupção ocorreria em um momento crítico, com a aproximação da temporada de festas e das eleições presidenciais dos EUA.

Vincent Clerc, CEO da A.P. Moller-Maersk, uma empresa membro da USMX, destacou as potenciais consequências graves para as cadeias de suprimentos globais, que já estão sob pressão devido a questões como os desvios no Mar Vermelho. Os comentários de Clerc na semana passada em Los Angeles observaram que, em negociações passadas, as partes conseguiram evitar chegar a um ponto crítico e concordaram com os termos.

Antecipando possíveis interrupções, os expedidores que dependem desses portos movimentaram preventivamente mercadorias para reduzir riscos. Apesar dessas medidas, cada dia que passa sem um acordo intensifica as preocupações sobre a possibilidade de uma greve.

Apelos para a retomada das negociações foram ecoados por grupos da indústria. Na terça-feira, a National Retail Federation (NRF) se juntou à Retail Industry Leaders Association e à American Apparel & Footwear Association para instar as partes a retornarem à mesa de negociações. O CEO da NRF, Matthew Shay, enfatizou o impacto significativo que uma greve ou qualquer interrupção teria sobre varejistas, consumidores e a economia em geral, instando a administração a fornecer apoio para facilitar a continuação das negociações.

A Reuters contribuiu para este artigo.


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