Trump diz que não planeja demitir Powell do Fed

Publicado 16.07.2025, 12:10
Atualizado 16.07.2025, 15:01
© Reuters. Chair do Federal Reserve, Jerome Powell, durante audiência no Congresso, em Washingtonn25/06/2025nREUTERS/Kevin Mohatt

(Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que não está planejando demitir o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, mesmo após ter lançado uma nova rodada de críticas contra o chefe do banco central e se recusou a rejeitar completamente a possibilidade de destituí-lo.

Uma reportagem da Bloomberg, publicada nesta quarta-feira, dizendo que o presidente provavelmente demitirá Powell em breve, provocou uma queda nas ações e no dólar, além de um aumento nos rendimentos dos Treasuries.

Trump disse que a reportagem não era verdadeira.

"Não descarto nada, mas acho que é altamente improvável, a menos que ele tenha que sair por fraude", disse Trump, referindo-se às recentes críticas da Casa Branca e de parlamentares republicanos sobre os custos excessivos da reforma de US$2,5 bilhões da sede histórica do Fed em Washington. Não houve nenhuma indicação de fraude, e o Fed rebateu as críticas.

As ações recuperaram terreno após os novos comentários de Trump, que também incluíram uma reclamação já conhecida de que Powell já deveria ter cortado as taxas de juros e é um chair "terrível". Trump também disse que conversou com alguns parlamentares republicanos sobre a demissão de Powell.

Enquanto Trump minimizava a possibilidade, o senador republicano Thom Tillis usou seu tempo no plenário do Senado para fazer uma defesa vigorosa de um Fed independente, que, segundo os economistas, é o ponto central da estabilidade financeira e de preços dos EUA.

"Tem-se falado sobre a possibilidade de demitir o chair do Fed", disse Tillis, membro do Comitê Bancário do Senado, que supervisiona o Fed e confirma as indicações presidenciais para sua diretoria. Submeter o Fed ao controle presidencial direto seria um "grande erro", disse ele.

"As consequências de demitir um chair do Fed, apenas porque os políticos não concordam com sua decisão econômica, prejudicarão a credibilidade dos Estados Unidos no futuro e eu diria que, se isso acontecer, você verá uma resposta bastante imediata, e temos que evitar isso", disse Tillis.

Perguntado se seria um problema para Trump demitir Powell, o líder da maioria no Senado, John Thune, disse aos repórteres: "Meu entendimento é que ele não tem nenhuma intenção de fazer isso". "A análise do próprio presidente Trump e de seu secretário do Tesouro é que ele não pode demitir Jay Powell", disse o presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, French Hill, à CNBC nesta quarta-feira.

Powell, que foi nomeado por Trump no final de 2017 para liderar o Fed e depois nomeado para um segundo mandato pelo presidente democrata Joe Biden quatro anos depois, disse repetidamente que pretende cumprir seu mandato que vai até 15 de maio de 2026. Um parecer recente da Suprema Corte solidificou uma interpretação de longa data da lei, segundo a qual o chair do Fed não pode ser demitido por diferenças de política, mas apenas "por justa causa".

Na semana passada, a Casa Branca pareceu tentar estabelecer as bases para isso quando o diretor do Escritório de Gestão e Orçamento, Russell Vought, enviou a Powell uma carta dizendo que Trump estava "extremamente preocupado" com as reformas de dois prédios do Fed.

Powell respondeu pedindo ao inspetor geral do banco central que analisasse o projeto, e o banco central publicou um resumo de "perguntas frequentes", que refutava algumas das afirmações de Vought sobre salas de jantar VIP e elevadores que, segundo ele, aumentaram os custos.

A decisão do Fed de manter sua taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,50% enquanto avalia o impacto das tarifas do governo Trump sobre a inflação atraiu a ira crescente de Trump.

O "processo formal" para identificar um sucessor de Powell está em andamento, disse o secretário do Tesouro, Scott Bessent. Bessent é um dos candidatos ao cargo, juntamente com o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, o ex-diretor do Fed Kevin Warsh e o atual diretor do Fed Christopher Waller.

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