Vendas de diesel B crescem em maio e têm maior volume em 7 meses, mostra ANP

Publicado 30.06.2025, 16:18
Atualizado 30.06.2025, 17:10
© Reuters. Abastecimento de veículon18/04/2013nREUTERS/Beawiharta

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - As vendas de diesel B por distribuidoras no Brasil cresceram 3,6% em maio versus o mesmo período de 2024, para seu maior patamar em sete meses, apontaram dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta segunda-feira.

A comercialização do diesel B (já com mistura de biodiesel) no quinto mês do ano somou 5,85 bilhões de litros, maior volume desde outubro de 2024, quando as vendas estabeleceram um recorde mensal de 6,27 bilhões de litros.

O volume de maio é ainda 8,27% maior que o registrado em abril, mês em que as vendas recuaram.

"A recuperação mensal acompanha tanto a maior chegada de fertilizantes no país -- com os produtores se preparando para o início do plantio de algumas culturas no segundo semestre -- como a proximidade do período de colheita do milho safrinha, que eleva a demanda por transporte de produtos", disse em nota o analista de Inteligência de Mercado da StoneX Bruno Cordeiro.

No acumulado do ano até maio, a ANP apurou uma alta de 2,9% na comercialização do combustível mais vendido no país ante o mesmo período de 2024, a 27,61 bilhões de litros, com impulso de uma colheita recorde de soja.

Cordeiro destacou ainda que, no período, o índice ABCR, que mede o fluxo de veículos nas principais rotas pedagiadas do Brasil, apresentou um crescimento de 5,2% no comparativo sazonal, "evidenciando o maior número de caminhões nas estradas".

Para 2025, a StoneX estima um crescimento de 3% das vendas de diesel B no Brasil, totalizando 69,3 bilhões de litros.

GASOLINA X ETANOL

As vendas de gasolina C (já com mistura de etanol anidro), por sua vez, subiram 4,5% em maio ante o mesmo período do ano passado, para 3,81 bilhões de litros, com maior competitividade ante o etanol hidratado nas bombas e uma recuperação do fluxo de veículos leves entre abril e maio, segundo a StoneX.

"Em geral, a maior competitividade do fóssil frente o etanol nos últimos meses garante uma maior participação da gasolina sobre o Ciclo Otto, mesmo no Estado de São Paulo, onde a paridade se mantém abaixo de 70%", disse em nota a analista de Inteligência de Mercado da StoneX Isabela Garcia.

A especialista ressaltou ainda que espera-se uma manutenção do consumo maior de gasolina C, para os próximos meses, especialmente a partir de agosto, com o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%, contribuindo para a manutenção de preços mais competitivos para o fóssil.

Com o cenário, a StoneX revisou sua projeção de Ciclo Otto na semana passada, passando a prever uma alta no consumo de gasolina C de 4,9% em 2025 ante 2024 para um recorde de 46,5 bilhões de litros, enquanto etanol hidratado deve retrair 7,8% frente o ano anterior, para 20 bilhões de litros.

"Assim, o indicador deve encontrar apoio tanto em meio ao crescimento do Ciclo Otto, quanto devido a condições mais competitivas frente o etanol, acentuado pela mistura de E30 e seus impactos sobre a oferta de hidratado ao longo do ciclo", disse Garcia.

No acumulado do ano até maio, as vendas de gasolina por distribuidoras no país somaram 18,47 bilhões de litros, alta de 3,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo os dados da ANP.

Já as vendas de etanol hidratado em maio somaram 1,78 bilhão de litros, queda de quase 4% na comparação com o mesmo mês de 2024 e leve alta de 0,2% ante abril. No acumulado do ano até maio, as vendas do biocombustível somaram 8,87 bilhões de litros, queda de 2,3%.

(Por Marta Nogueira)

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