Investing.com – Após o anúncio de medidas de apoio à economia chinesa, a percepção é de que o apoio é bem-vindo, mas não muda o jogo para as perspectivas da atividade do gigante asiático, na visão do grupo suíço Julius Baer, que tratou do tema em nota ao mercado divulgada nesta quarta-feira, 25. O Julius Baer segue com projeção de crescimento da economia chinesa de 4,5% em 2024 e 4,0% em 2025.
As medidas podem melhorar o sentimento do mercado, mas não devem solucionar o problema de demanda na economia chinesa, com impactos vistos como limitados, disse Sophie Altermatt, economista do Julius Baer.
“Taxas de juros mais baixas e liquidez adicional farão pouco para ativar a demanda por crédito no ambiente atual de baixa confiança e pressões deflacionárias”, destaca a economista.
A autoridade monetária chinesa anunciou um pacote de medidas para impulsionar a economia, incluindo cortes nos juros e ações direcionadas ao setor imobiliário, como a redução das taxas de hipotecas existentes.
Com a continuidade dos efeitos da crise no setor imobiliário, o cenário, neste momento, é de baixa confiança do consumidor e das empresas, que teriam levado a perspectivas incertas de renda e emprego e pressões deflacionárias.
Estes fatores reduziram o apetite por empréstimos e investimentos e, “em tal ambiente, é improvável que uma política monetária mais frouxa reavive o apetite por crédito”, segundo a economista.
“Até agora, a emissão de títulos do governo acelerou após um início lento no início do ano, mas isso não se traduziu em gastos fiscais mais acomodatícios. Dentro do pacote de suporte do PBoC, a redução das taxas de hipotecas existentes está mais diretamente relacionada às finanças familiares, pois reduz o ônus da taxa de juros para os proprietários de imóveis existentes”, conclui Altermatt, que entende ser preciso complementar essas ações com medidas fiscais eficazes.