Investing.com - Manchetes relacionadas a comércio provavelmente mexerão com sentimento dos investidores nesta semana, já que os mercados estão focados na próxima rodada de negociações comerciais entre os EUA e a China para ver se alguma outra notícia se materializa.
Uma trégua de 90 dias entre Washington e Pequim deve acabar em 1º de março. Se o prazo se esgotar sem um acordo, o presidente Donald Trump disse que poderia cumprir sua ameaça de aumentar as tarifas sobre até US$ 200 bilhões em produtos chineses.
A semana que começa hoje também será recheada com algumas aparições de autoridades do Federal Reserve, principalmente o presidente Jerome Powell, enquanto os investidores buscam mais pistas sobre as perspectivas para a política monetária nos próximos meses.
Nos EUA, há também importantes índices como inflação de preços ao consumidor e dados de vendas no varejo para prestar atenção, enquanto os investidores buscam mais pistas sobre a força da economia.
O Fed recentemente sinalizou que o seu esforço de três anos para apertar a política monetária está próximo do fim devido ao aumento das incertezas para a economia.
Nos balanços trimestrais, cerca de 60 empresas do S&P 500 devem apresentar resultados financeiros nesta semana, no que será uma das últimas grandes ondas da temporada do quarto trimestre.
Enquanto isso, as manchetes políticas continuarão em foco enquanto Trump e legisladores do Congresso têm até sexta-feira para chegar a um acordo orçamentário para evitar outra parada parcial do governo federal.
Antes da próxima semana, o Investing.com compilou uma lista dos cinco maiores eventos do calendário econômico com maior probabilidade de afetar os mercados.
Uma nova rodada de negociações comerciais EUA-China começa em Pequim, após as negociações concluídas em Washington na semana passada terminaram sem um acordo.
Funcionários de nível inferior vão dar início às reuniões na segunda-feira, lideradas no lado americano pelo representante adjunto de comércio dos Estados Unidos, Jeffrey Gerrish.
As conversações de nível mais elevado serão realizadas na quinta e sexta-feira com o secretário de comércio, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
Uma autoridade da Casa Branca disse na sexta-feira que os negociadores americanos estão se preparando para pressionar a China em demandas de longa data, incluindo roubo de propriedade intelectual e pressão para que empresas americanas compartilhem sua tecnologia com empresas chinesas.
Os dois lados estão tentando fechar um acordo antes do prazo final de 1º de março, quando as tarifas sobre importações chinesas no valor de US$ 200 bilhões devem aumentar de 10% para 25%.
O presidente Donald Trump disse na semana passada que não pretende se reunir com o presidente chinês Xi Jinping antes do prazo final, diminuindo as esperanças de que um pacto comercial possa ser alcançado rapidamente.
Alguns discursos de membros do Fed chamarão a atenção do mercado nesta semana, já que investidores buscam mais indicações sobre as taxas de juros.
No topo da agenda estarão as observações do presidente do Fed, Jerome Powell, que falará terça-feira no Fórum de Políticas Rurais da Hope Enterprise Corporation, no Mississippi, às 20h45 (horário de Brasília).
Os discursos da governadora do Fed, Michelle Bowman, da presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, do presidente do Fed de Kansas City, Esther George, do presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, e do chefe do Fed de Philly, Patrick Harker, também estarão em foco.
As expectativas de mercado para um aumento da taxa do Fed neste ano estão por um fio, de acordo com o Monitor da Taxa do Federal Reserve do Investing.com, depois que banco central prometeu no mês passado ser paciente com mais aumentos de taxa.
O Departamento de Comércio publicará os números de janeiro do IPC às 11h30 de quarta-feira, o que deve dar sinais mais claros sobre o ritmo da inflação.
Os preços ao consumidor devem ter subido 0,1% no mês passado, segundo estimativas, em comparação à queda de 0,1% em dezembro. Em uma base anual, a previsão é que o IPC desacelere para 1,5%, ante 1,9% no mês anterior.
Excluindo o custo de alimentos e combustíveis, o núcleo da inflação deve ter tido um aumento de 0,2% no mês passado e 2,1% em relação ao ano anterior.
O enfraquecimento da inflação provavelmente aumentará as expectativas de que o Federal Reserve precisará desacelerar seu ritmo de altas de juros no próximo ano.
O Departamento de Comércio divulgará dados sobre as vendas no varejo para dezembro às 11h30 da quinta-feira, que serão levados em consideração pelos investidores para perceber sinais adicionais sobre a força do consumidor americano.
A previsão do consenso é de que o relatório mostre que as vendas no varejo subiram 0,1%, após um aumento de 0,2% em novembro. Excluindo o setor automotivo, espera-se que as vendas tenham ficado estáveis.
Vendas no varejo crescentes com o tempo estão relacionadas com crescimento econômico mais forte, ao passo que vendas fracas sinalizam economia em declínio. Os gastos dos consumidores são responsáveis por cerca de 70% do crescimento econômico norte-americano.
Também no calendário econômico desta semana estarão os números de inflação dos preços ao produtor, uma leitura preliminar sobre o sentimento do consumidor de Michigan, bem como o último relatório do JOLTS.
Há cerca de 60 empresas constituintes do S&P 500 informando resultados nesta semana em Wall Street, já que a temporada de resultados começa a se acalmar.
Loews (NYSE:L), Diamond Offshore Drilling (NYSE:DO), Chegg (NYSE:CHGG), e Kemper (NYSE:KMPR) estão agendadas para segunda-feira.
Resultados da Under Armour (NYSE:UAA), Activision Blizzard (NASDAQ:ATVI), Occidental Petroleum (NYSE:OXY), Shopify (NYSE:SHOP), Dean Foods (NYSE:DF), Groupon (NASDAQ:GRPN), Molson Coors (NYSE:TAP), Akamai Technologies (NASDAQ:AKAM), e Twilio (NYSE:TWLO) irão capturar as atenções do mercado na terça-feira.
Cisco (NASDAQ:CSCO), Teva (NYSE:TEVA), AIG (NYSE:AIG), Yelp (NYSE:YELP), TripAdvisor (NASDAQ:TRIP), Fossil (NASDAQ:FOSL), MGM Resorts (NYSE:MGM), Marathon Oil (NYSE:MRO), Gannett (NYSE:GCI), Hilton (NYSE:HLT), Hyatt Hotels (NYSE:H), DISH Network (NASDAQ:DISH), e NetApp (NASDAQ:NTAP) reportam os resultados na quarta-feira.
A quinta-feira verá Coca-Cola (NYSE:KO), NVIDIA (NASDAQ:NVDA), Canada Goose (NYSE:GOOS), Cyberark Software (NASDAQ:CYBR), Canopy Growth (NYSE:CGC), Applied Materials (NASDAQ:AMAT), CBS (NYSE:CBS), CME Group (NASDAQ:CME), Six Flags Entertainment (NYSE:SIX), Encana (NYSE:ECA), Duke Energy (NYSE:DUK), Vulcan Materials (NYSE:VMC), GNC Holdings (NYSE:GNC), e Avon Products (NYSE:AVP) divulgarem seus resultados.
Por fim, PepsiCo (NASDAQ: PEP), Deere (NYSE: DE), Newell Brands (NASDAQ: NWL) e Enbridge (NYSE: ENB) estão entre as poucas a publicar na sexta-feira.
- Reuters contribuiu com esta reportagem.