SÃO PAULO (Reuters) - O gestor canadense de fundos de pensão CDPQ anunciou nesta sexta-feira a compra dos ativos de transmissão de energia do grupo italiano Terna (BIT:TRN) no Brasil, Peru e Uruguai, por valor patrimonial de mais de 265 milhões de euros, segundo comunicado.
A rede de transmissão da Terna recentemente construída na América Latina estende-se por aproximadamente 1.200 quilômetros nos três países, disseram as empresas em nota.
A aquisição permitirá que o CDPQ (Caisse de Dépôt et Placement du Québec) entre no mercado latino-americano de transmissão de energia.
"Com este primeiro investimento em transmissão de energia no Brasil, Peru e Uruguai, estamos lançando as bases de uma nova plataforma do CDPQ dedicada à transmissão de energia na América Latina, com o objetivo de a tornar uma das players mais relevantes neste setor crítico da economia", declarou o vice-presidente-executivo e Head de Infraestrutura do CDPQ, Emmanuel Jaclot.
Ele disse ainda que a companhia está comprometida em impulsionar a expansão de redes elétricas conectando novos projetos de energia renovável a clientes em toda a região, um objetivo alinhado com a estratégia de descarbonização do portfólio.
No Brasil, o grupo canadense é parceiro da francesa Engie (SA:EGIE3) na Transportadora Associada de Gás (TAG) e também atua em parceria com a Telefônica (SA:VIVT3) em uma empresa de fibra ótica, além de deter uma fatia na Talent (plataforma de busca de empregos) e operar no setor imobiliário por meio da administradora de shopping centers Ancar Ivanhoe.
O fechamento do negócio com a Terna está previsto para ocorrer em várias etapas, em grande parte no segundo semestre de 2022, sujeito ao cumprimento de certas condições habituais.
Do lado da Terna, a transação permitirá que a empresa registre um ganho de capital de mais de 60 milhões de euros e reoriente sua presença internacional de acordo com seu Plano Industrial 2021-2025 atualizado.
O grupo Terna é um dos principais operadores europeus e globais de transporte de eletricidade. Opera a rede de transmissão de alta tensão com cerca de 75.000 km de linhas, cerca de 900 subestações elétricas em todo o território italiano e 26 interligações com países estrangeiros.
(Por Roberto Samora)