Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - Com o clima seco, a colheita de café robusta atingiu cerca de 95% do total no Espírito Santo, principal Estado produtor da variedade, cujas lavouras registraram também as primeiras floradas para a safra do ano que vem (2024/25), afirmou relatório do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) nesta terça-feira.
"Vale ressaltar que, no Espírito Santo, houve relatos das primeiras floradas da safra 2024/25, e, a princípio, as expectativas para a próxima temporada são positivas, desde que o clima siga favorável, com chuvas constantes a partir da primavera para um bom pegamento das flores", comentou o Cepea, da Esalq/USP.
Os preços dos grãos robustas têm sido sustentados por uma maior demanda internacional, após uma queda na oferta do Vietnã, maior produtor da variedade. Isso deve impulsionar embarques de grãos do Brasil.
Em Rondônia, outro importante Estado produtor de robusta no Brasil, os trabalhos de colheita já foram encerrados, acrescentou o Cepea.
O centro de estudos apontou ainda que os valores do café robusta no mercado interno mantiveram-se entre 640 reais e 650 reais a saca na primeira semana de agosto, "e as negociações seguiram reduzidas, influenciadas pela oferta limitada do grão".
Já a colheita de café arábica também está adiantada nas mais importantes regiões produtoras do Brasil.
Segundo o Cepea, as atividades alcançaram 85% da área nas Matas Mineiras, 82% na Mogiana e 75% no Sul de Minas. No Cerrado Mineiro, a colheita avançou a 70%, e em Garça (SP) e no Noroeste do Paraná, 60%.
Em relação ao mercado, os preços domésticos do café arábica tiveram "boa recuperação" na primeira semana de agosto, chegando a ultrapassar os 850 reais por saca em alguns dias, versus entre 800 e 830 reais na segunda quinzena de julho.
"Com o impulso às cotações da variedade, principalmente na quinta-feira, 3, diversas negociações de volumes um pouco mais expressivos foram relatadas por agentes consultados pelo Cepea", afirmou.
Com produção mais elevada na temporada atual, produtores têm aproveitado para realizar as entregas que ficaram pendentes de arábica, após as quebras pela seca nas temporadas 2021/22 e 2022/23.