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Colheita em cafezal urbano de SP dá início à safra de arábica, une pesquisa à comunidade

Publicado 11.05.2021, 15:09
Atualizado 11.05.2021, 15:16
© Reuters. Vista aérea do cafezal do Instituto Biológico, em São Paulo (SP) 
08/05/2021
REUTERS/Amanda Perobelli
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Por Amanda Perobelli e Leonardo Benassatto

SÃO PAULO (Reuters) - O Instituto Biológico de São Paulo realizou com ajuda de voluntários a colheita de café 2021 de um dos maiores cafezais urbanos do mundo, localizado no bairro da Vila Mariana, dando início simbólico à colheita de grãos da variedade arábica no Estado, cujo desenvolvimento está ligado a esta cultura.

A atividade comunitária na lavoura paulistana, utilizada para estudos científicos relacionados a pragas e doenças, também ressalta a importância da pesquisa para o desenvolvimento da cafeicultura no país, o maior produtor e exportador global de café.

A produção científica que nasce nos laboratórios da Vila Mariana, disse o pesquisador Celso Vegro, do Instituto de Economia Agrícola (IEA), pode ser comparada ao trabalho realizado pelo Instituto Butantan, que neste momento está em particular evidência pela produção da CoronaVac, vacina contra Covid-19 desenvolvida em parceria com a chinesa Sinovac (NASDAQ:SVA).

"O que o Butantan faz para as pessoas, ali dentro (no laboratório do Instituto Biológico) se faz para as plantas. A gente trabalha com a saúde das plantas e sua produtividade", disse.

A cafeicultura brasileira tem se diferenciado de outras nações produtoras pelos ganhos de produtividade decorrentes das mais diversas técnicas agrícolas e científicas.

"Muitas das coisas que saíram dali (do Instituto Biológico) hoje estão espalhadas pelo mundo inteiro, em termos de controle de doenças e pragas, nutrição das plantas, como elas devem ser manejadas para aumentar a produtividade", acrescentou Vegro.

Fundado para estudos específicos sobre a broca-do-café, o instituto ampliou seu leque ao longo do tempo. Hoje tem também foco em temas de sustentabilidade, sendo utilizado para a obtenção de indicadores de controle biológico com o uso de determinados produtos e alternativas de controle de pragas.

Segundo a pesquisadora e responsável técnica pelo cafezal do Instituto Biológico, Harumi Hojo, os cientistas trabalham também em estudos relacionados ao bicho mineiro e ferrugem, além da broca.

O órgão também promove experimentos sobre polinizadores de cafezais, com a inserção de abelhas e o estabelecimento de um corredor verde para incentivar a presença de pássaros na área.

"A gente dá (aos produtores) indicadores do que é possível --se conseguimos testar algo, quais as melhores variedades, quais se comportam bem em cada condição, como é possível fazer o manejo dentro da sustentabilidade", disse Harumi à Reuters.

COMUNIDADE ENVOLVIDA

Nesta época em que a colheita de café arábica em lavouras comerciais está próxima de começar no Brasil, o instituto de 93 anos de história, com 10 mil metros quadrados, onde estão dois mil pés de café arábica plantados, também aproveita todos os anos para envolver a comunidade, numa atividade que ganhou um sentido adicional em tempos de Covid-19.

"Eu não acreditava que dentro de São Paulo, no Ibirapuera, tinha uma área como essa, com plantação de café. Terapia, né? Nesse período então, com pandemia, estar aqui... num céu aberto, onde você pode ter essa atividade é uma conexão muito boa", disse o voluntário e advogado Luciano Caporroz, que participou da colheita no último sábado.

"Estar aqui dentro de São Paulo, essa vivência de colher o café dentro de São Paulo, perto do nosso maior centro urbano, é importante porque quando a pessoa vem fazer essa vivência fica marcado", disse Harumi.

"O café socializa... O café é a bebida do paulistano, a bebida do brasileiro", destacou ela.

Os voluntários foram orientados a colher somente os grãos maduros dos pés da variedade Mundo Novo, que já estavam prontos para a colheita. O cafezal do instituto ainda tem café do tipo Catuaí, ainda em fase de amadurecimento.

Enquanto a colheita de arábica está perto de começar em áreas comerciais, as lavouras de cafés canéforas já registram trabalhos.

Já o café produzido no instituto, após a secagem, passa por beneficiamento, torra, moagem e empacotamento para ser doado ao Fundo Social de São Paulo, que realiza a distribuição do produto.

© Reuters. Vista aérea do cafezal do Instituto Biológico, em São Paulo (SP) 
08/05/2021
REUTERS/Amanda Perobelli

Em 2020, por exemplo, a safra rendeu 600 kg, e parte foi doada ao Fundo Social.

A colheita do último sábado foi realizada apenas com voluntários já envolvidos com o instituto, em função das restrições relacionadas à pandemia de Covid-19, mas o local permanece aberto para visitação da comunidade.

Em 2019, último ano em que o evento "Sabor da Colheita" ocorreu normalmente, foram contabilizados 1.500 visitantes.

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