SÃO PAULO (Reuters) - O dólar abandonou indefinição vista mais cedo e passava a operar firmemente no azul nesta quinta-feira, chegando a superar a marca de 5,23 reais, amparado pelo fortalecimento da divisa norte-americana no exterior conforme a perspectiva de uma política monetária apertada nos Estados Unidos alimentava temores de recessão.
Às 15:11 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,88%, a 5,2249 reais na venda. No pico da sessão, o dólar saltou 1%, a 5,2310 reais, o equivalente a seu maior patamar para encerramento desde 11 de fevereiro deste ano (5,2428).
Na B3 (SA:B3SA3), às 15:11 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,51%, a 5,2355 reais.
O mercado de câmbio doméstico acompanhava movimento visto no exterior, onde o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes devolveu perdas anteriores e passava a subir 0,31% nesta quinta-feira.
Várias moedas sensíveis ao apetite por risco global, como dólar australiano, rand sul-africano, peso chileno e peso colombiano, caíam acentuadamente nesta tarde, em linha com piora no desempenho das principais bolsas globais. (NPT)
Investidores repercutiam comentários do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, que reconheceu nesta quinta-feira em audiência no Congresso dos EUA que uma recessão é "certamente uma possibilidade" na maior economia do mundo. Apesar desse risco, ele reforçou o compromisso "incondicional" do Fed com o controle da inflação.
Somando-se ao ambiente externo arisco, riscos fiscais brasileiros colaboravam para a valorização do dólar, disseram participantes do mercado, citando discussões em torno de possíveis medidas do governo para compensar a alta dos preços dos combustíveis, como a criação de um auxílio a caminhoneiros.
(Por Luana Maria Benedito)