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Eleição, crise e efeitos da covid: as preocupações dos CEOs em 2022

Publicado 23.01.2022, 05:00
Atualizado 23.01.2022, 22:44
© Reuters.  Eleição, crise e efeitos da covid: as preocupações dos CEOs em 2022

Apesar da velocidade sem precedentes do avanço da covid-19, executivos de grandes empresas já não veem a pandemia como o principal desafio do ano. Após 22 meses lidando com a imprevisibilidade que o coronavírus trouxe ao mundo, o assunto ainda está entre os mais citados por executivos quando questionados sobre as dificuldades e as oportunidades que 2022 traz. O tom, porém, não é de preocupação com a possibilidade de a pandemia voltar a paralisar os negócios, mas de que já houve muito aprendizado desde 2020 e que as companhias precisam saber lidar com as ondas da doença.

"Todos nós ainda temos de aprender com o vaivém do vírus. Teremos de continuar muito atentos à pandemia. Se o mundo já tinha grandes incertezas antes, continuará incerto, e vai ser muito importante monitorar isso", diz o diretor-presidente no Brasil da multinacional americana General Mills (NYSE:GIS) (SA:G1MI34), Waldemar Junior.

Nesse vaivém da pandemia, alguns executivos já tiveram de, nos primeiros dias do ano, alterar um planejamento que vinham fazendo havia meses: o retorno aos escritórios. Com a agilidade conquistada à força nos últimos anos para trabalhar com imprevistos, no entanto, os profissionais não tiveram grande dificuldade de se readaptar.

CENÁRIO DESAFIADOR

Finalizando esse primeiro mês do ano, em que milhares de trabalhadores foram afastados do trabalho devido à pandemia, os rastros que a covid deixa, a situação macroeconômica brasileira e as eleições são vistos como os grandes obstáculos de 2022. "O quadro econômico não favorece os negócios. Nos últimos dois trimestres, tivemos a economia desacelerando e isso deve se repetir agora. A inflação deve ser menor, mas ainda alta. Teremos menos gente podendo acessar o mercado de consumo em 2022. Esse é o maior desafio que teremos", diz o presidente do Grupo Boticário, Fernando Modé.

Além da possível redução nas vendas, há um anseio em relação ao modo de consumo que se verificará a partir de agora. Isso porque, nos últimos anos, produtos para serem usados em casa se tornaram prioridade para os consumidores. Não se sabe ainda se essa tendência permanecerá. "Ainda existe um grau elevado de incerteza, de como ficará o consumo. O consumo na pandemia foi muito para o lar. A incerteza é quanto continuará no lar e quanto irá para fora do lar. É uma equação difícil. As pessoas investiram para ficar mais em casa, adquiriram ativos. Achamos que o consumo no lar continuará forte", acrescenta Junior, da General Mills.

POUPANÇA DOS MAIS RICOS

Para o presidente do Grupo Soma (SA:SOMA3) (detentor das marcas de vestuário Hering, Dzarm, Farm e Animale, entre outras), Roberto Jatahy, a poupança feita durante a pandemia pelas classes mais altas deve segurar o consumo em 2022. O que preocupa é a alta do juros e as eleições. "Ano de eleição é de muita insegurança. Isso impacta no consumo. Por outro lado, também tem afrouxamento fiscal, que pode propiciar o aumento das compras."

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A presidente do grupo de medicina diagnóstica Sabin, Lídia Abdalla, também destaca os desafios econômicos em um ano de eleição e considera que a falta de avanço na agenda de reformas deve pesar agora. "Sabemos que algumas reformas não avançaram e que isso vai gerar impacto nos nossos negócios neste ano."

Em relação às consequências deixadas pela covid e que ainda desafiam as empresas, o executivo da General Mills lembra da quebra de cadeias produtivas, que desencadeou a falta de matérias-primas. O problema fez a companhia, nos últimos anos, mapear os itens que são essenciais nas fábricas para evitar o desabastecimento. "Isso vai continuar a ser um desafio em 2022", diz Junior.

O retorno (ou não) aos escritórios nos primeiros dias do ano

Fernando Modé Presidente do Grupo Boticário

"Não temos nenhuma grande emergência que necessite do presencial"

Devido à Ômicron, o Grupo Boticário adiou plano de volta ao escritório e restringiu trabalho presencial, viagens e encontros a casos urgentes, à exceção do pessoal das fábricas e das lojas. O administrativo (26% do quadro) deve ter pelo menos oito momentos presenciais por ano para interagir. "Não temos nenhuma grande emergência hoje que necessite do presencial", diz o presidente da companhia, Fernando Modé. "As coisas estão funcionando com regularidade satisfatória. Mas não queremos ter algum problema por termos mantido assim por muito tempo."

Lídia Abdalla Presidente do Sabin

"Temos resultados mais rápidos e melhores com os times presencialmente"

Como outras empresas de medicina diagnóstica, o Sabin se viu no começo do ano com um salto na demanda por exames de pessoas com sintomas de covid e influenza. Para garantir acesso ao serviço, a companhia optou por manter o modelo de operação que já vem adotando há algum tempo, com apenas funcionários de TI e de call center em trabalho remoto. "Temos resultados mais rápidos e melhores com os times presencialmente", diz a presidente do grupo, Lídia Abdalla. "Na nossa empresa, até o backoffice faz trabalho de campo. Ganhamos velocidade e rapidez no presencial."

Roberto Jatahy Diretor-presidente do Grupo Soma

"O home office implantou e exponenciou a cultura da autonomia"

O Grupo Soma (dono das marcas Hering (SA:HGTX3), Dzarm, Farm, Animale, Maria Filó e Fábula, entre outras) adiou a volta ao escritório, em razão da nova onda de covid, e o diretor-presidente, Roberto Jatahy, explica que as lições aprendidas em dois anos de pandemia facilitaram a decisão. "O home office implantou e exponenciou a cultura da autonomia", diz. "Havia uma falsa percepção de que a pessoa ao seu lado fisicamente estava trabalhando. A gente hoje trabalha por indicador. A pessoa tem de entregar independentemente se vai trabalhar dia de semana ou fim de semana."

Waldemar Junior Diretor-presidente da General Mills no Brasil

"Chegamos à conclusão de que conseguimos operar bem no ambiente virtual"

Dona das marcas Yoki e Häagen-Dazs, a multinacional americana General Mills havia se preparado para uma volta ao escritório em São Bernardo do Campo (SP), em janeiro, com trabalho presencial duas ou três vezes por mês. Com a Ômicron, o plano foi adiado até a pandemia arrefecer. "Chegamos à conclusão de que conseguimos operar bem no ambiente virtual. Do ponto de vista de preferência do funcionário, 90% afirmaram que tinham expectativa de ir para o escritório uma ou duas vezes por semana", diz o diretor-presidente no Brasil, Waldemar Junior.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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