EUA e China chegam a acordo para reduzir tarifas

Publicado 12.05.2025, 07:33
Atualizado 12.05.2025, 07:35
© Reuters. Bandeiras dos EUA e da Chinan08/04/2025. REUTERS/Tingshu Wang/File Photo

Por Emma Farge e Olivia Le Poidevin

GENEBRA (Reuters) - Os Estados Unidos e a China concordaram em reduzir temporariamente as tarifas recíprocas em um acordo que superou as expectativas, conforme as duas maiores economias do mundo buscam encerrar uma guerra comercial que alimentou temores de recessão e abalou os mercados financeiros.

Os EUA reduzirão as tarifas extras impostas às importações chinesas em abril deste ano de 145% para 30% e as taxas chinesas sobre as importações dos EUA cairão de 125% para 10%, informaram os dois países nesta segunda-feira. As novas medidas entrarão em vigor por 90 dias.

As notícias ajudaram a acalmar preocupações sobre uma desaceleração desencadeada no mês passado pela escalada das medidas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, com o objetivo de reduzir o déficit comercial norte-americano.

"Ambos os países representaram muito bem seus interesses nacionais", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, após conversas com autoridades chinesas em Genebra. "Nós dois temos interesse em um comércio equilibrado, e os EUA continuarão avançando nesse sentido."

Bessent estava falando ao lado do representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, após as negociações no fim de semana na Suíça, nas quais ambos os lados comemoraram o progresso na redução das diferenças.

"O consenso de ambas as delegações neste fim de semana é que nenhum dos lados deseja uma dissociação", disse Bessent. "E o que ocorreu com essas tarifas muito altas (...) foi o equivalente a um embargo, e nenhum dos lados quer isso. Nós queremos comércio."

As reuniões de Genebra foram as primeiras interações frente a frente entre autoridades econômicas sêniores dos EUA e da China desde que Trump voltou ao poder e lançou uma ofensiva tarifária global, impondo tarifas particularmente pesadas à China.

Bessent disse que o acordo não inclui tarifas específicas para setores e que os EUA continuarão com o reequilíbrio estratégico em áreas como medicamentos, semicondutores e aço, onde haviam identificado vulnerabilidades na cadeia de suprimentos.

Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump aumentou para 145% as tarifas pagas pelos importadores norte-americanos por produtos da China, além daquelas que ele impôs a muitos produtos chineses durante seu primeiro mandato e as tarifas cobradas pelo governo Biden.

A China revidou impondo restrições à exportação de alguns elementos de terras raras, vitais para os fabricantes norte-americanos de armas e bens de consumo eletrônicos, e aumentando as tarifas sobre os produtos norte-americanos para 125%.

"Isso é melhor do que eu esperava. Achei que as tarifas seriam reduzidas para algo em torno de 50%", disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management em Hong Kong.

"Obviamente, essa é uma notícia muito positiva para as economias dos dois países e para a economia global, e deixa os investidores muito menos preocupados com os danos às cadeias globais de oferta no curto prazo", acrescentou Zhang.

A disputa tarifária paralisou quase US$600 bilhões em comércio bilateral, interrompendo as cadeias de oferta, provocando temores de estagflação e desencadeando algumas demissões.

Trump fez uma avaliação positiva das negociações antes de elas serem concluídas, dizendo que os dois lados haviam negociado "uma reinicialização total... de forma amigável, mas construtiva".

Ele impôs as tarifas em parte depois de declarar uma emergência nacional sobre a entrada de fentanil nos Estados Unidos, e Greer disse que as conversas sobre a restrição do opioide foram "muito construtivas", embora em um caminho separado.

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