Investing.com - Embora muitos estejam alertando sobre uma dívida cada vez mais insustentável dos EUA, o que poderia questionar o status dominante do dólar no comércio mundial, outros não veem problema no fato de a dívida dos EUA continuar batendo recordes.
O renomado economista ganhador do Prêmio Nobel, Paul Krugman, por exemplo, explicou que os EUA não estão afundando em uma crise de dívida porque estão crescendo muito rápido.
Embora o rebaixamento da dívida dos EUA pela Fitch tenha provocado ondas de choque nos mercados na semana passada, Krugman acredita que a economia dos EUA é simplesmente forte demais para que uma crise de dívida seja iminente.
"Resumindo: É provável que os EUA enfrentem uma crise da dívida em um futuro próximo, ou mesmo nos próximos dez ou vinte anos? É quase certo que não", disse Krugman em um artigo de opinião publicado na sexta-feira pelo New York Times.
É verdade que, em teoria, uma espiral da dívida é causada por uma taxa de juros sobre a dívida pública significativamente mais alta do que o crescimento econômico, o que não é o caso dos Estados Unidos no momento, quando a taxa dos títulos de 10 anos protegidos contra a inflação está oscilando em torno de 1,83%, apesar dos aumentos das taxas do Fed, em um PIB dos EUA que cresceu 2% nos últimos dois trimestres.
"Portanto, se estivermos diante da perspectiva de um grande aumento da dívida no futuro - o que é o caso - os pagamentos de juros sobre a dívida existente não são os principais culpados", acrescentou.
A esse respeito, vale a pena observar que o Congressional Budget Office estimou que os custos do serviço da dívida do governo chegarão a US$ 663 bilhões este ano, representando uma pequena fração do PIB dos EUA de US$ 26,8 trilhões em dólares atuais.
Embora o saldo da dívida nacional tenha ultrapassado US$ 32 trilhões este ano, Krugman destacou que estudos sugerem que o nível da dívida dos EUA é irrelevante, explicando que, historicamente, as crises da dívida são raras e não levaram a desastres econômicos.