Europa considera retirar EUA da OMC, diz presidente de comissão

Publicado 24.07.2025, 10:56
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O presidente da Inta (sigla para Comissão de Comércio Internacional) do Parlamento Europeu, Bernd Lange, disse haver “algumas discussões” sobre se os Estados Unidos devem ser expulsos da OMC (Organização Mundial do Comércio).

“Não tenho certeza se será legalmente possível”, declarou em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo publicada nesta 5ª feira (24.jul.2025). “Eles [EUA] bloquearam, no último mês, pela 86ª vez, a indicação para o mecanismo de apelações. E, então, o mecanismo continua sem juízes. Além disso, não pagam há cerca de 2 anos o dinheiro que deviam dar para a OMC”, disse.

Lange declarou que “o mundo mudou” e não voltará a ser como era antes de Donald Trump (Partido Republicano) iniciou seu 2º mandato na Casa Branca, em janeiro deste ano.

“Então, precisamos ser muito cuidadosos para proteger o sistema multilateral de comércio. É claro que os Estados Unidos são importantes. Mas apenas a Europa é responsável por 15% do comércio global. E estamos comprometidos com a Organização Mundial do Comércio e queremos reformar essa organização e a estabilizar”, afirmou.

Segundo ele, a Europa deve “criar uma rede de parceiros confiáveis” e dar previsibilidade para investimentos. “Isso é crucial, ou o comércio global vai ficar parado”, disse.

Lange citou a tarifa de 50% imposta pelos EUA aos produtos brasileiros. Afirmou que o Brasil está “sendo atacado” e falou sobre criar “uma frente comum contra a política ilegal e injustificável” do presidente norte-americano.

“Trump está usando as tarifas não como uma medida econômica, mas como arma de pressão política. Há esta nova investigação, por meio da seção 301, dos EUA contra o Brasil, sobre regulação digital e com outros elementos, em que está claro que é um uso coercitivo das tarifas” disse.

BRASIL RECLAMA NA OMC

O Brasil criticou na 4ª feira (23.jul) as tarifas unilaterais impostas pelos Estados Unidos durante reunião do Conselho Geral da OMC, realizada em Genebra, na Suíça. Durante o encontro, o governo brasileiro incluiu na pauta o tema “Respeito ao sistema multilateral de comércio baseado em regras”.

O comunicado, lido pelo embaixador Philip Fox-Drummond Gough, foi endossado por cerca de 40 integrantes da organização, incluindo China, Índia, Rússia (países do Brics), União Europeia, Canadá e Austrália.

A delegação brasileira classificou as tarifas norte-americanas como arbitrárias, com potencial de “lançar a economia global em uma espiral de preços altos e estagnação”.

Segundo o texto, as medidas “violam os princípios fundamentais da OMC, como a não discriminação e o tratamento de nação mais favorecida” e “comprometem a coerência jurídica e a previsibilidade do sistema multilateral de comércio”.

A delegação do Brasil disse que continuará priorizando “a diplomacia e a negociação”. No entanto, afirmou que, se as negociações fracassarem, o país recorrerá a todos os meios legais disponíveis para defender sua economia, incluindo o sistema de solução de controvérsias da organização.

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