Investing.com - O Federal Reserve sinalizou que manterá uma política monetária rígida até que a inflação seja controlada, mas o domínio do dólar também significa que o banco central dos EUA pode causar muito mais danos à economia global do que outros bancos centrais, alertou economista Paul Krugman, economista norte-americano, vencedor do Nobel de Economia de 2008.
A impressionante alta do dólar este ano é amplamente explicada pelo aperto da política monetária do Fed.
Grande parte disso, diz Krugman, é porque o dólar sempre foi uma moeda dominante, dificultando sua queda no mercado cambial. Embora os Estados Unidos respondam por cerca de 25% do PIB global hoje – abaixo dos 40% em 1960 – ainda é mais conveniente que o comércio global seja realizado em dólares.
"Uma vez que uma moeda estabeleceu o domínio global, esse domínio tende a se autoperpetuar. Fazer negócios em dólares é mais barato porque muitas outras pessoas estão usando dólares; tomar empréstimos em dólares tende a ser mais barato porque grande parte do comércio mundial é faturado em dólares, e o baixo custo de financiamento incentiva o faturamento em dólares".
Essa tendência também pode ser observada em dívidas e ações: a maior parte da dívida global é denominada em dólares, e as ações dos EUA tendem a ser mais acessíveis aos investidores internacionais do que as ações europeias, sendo as ações da zona do euro divididas por país.
Isso explica a enorme influência do dólar nos balanços de outros países – e levou alguns economistas a argumentar que o Fed deve considerar a saúde da economia global ao fazer aumentos de juros.
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"Eu não acho que o Fed vai ouvir - ainda. As autoridades do Federal Reserve ainda estão muito preocupadas com a possibilidade de uma alta inflação tomar conta da economia dos EUA, e essa preocupação dominará todo o resto, desde que não haja sinais de um declínio na inflação subjacente".
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