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Fique por dentro das 5 principais notícias do mercado desta quinta-feira

Publicado 12.03.2020, 08:52
Atualizado 12.03.2020, 09:02
© Reuters.
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Por Geoffrey Smith

Investing.com - O anúncio do presidente Donald Trump de proibição de viagens da Europa aos EUA por 30 dias intensifica o sentimento de aversão a risco nos mercados, enquanto a Itália encerra todos os negócios, com exceção às atividades essenciais à contenção do coronavírus. 

Espera-se que o Banco Central Europeu gaste mais de sua pilha esgotada de munição apoiando a economia e o sistema bancário da zona do euro. 

Os preços do petróleo caem novamente depois que a Arábia Saudita despreza uma reunião em que havia expectativa de uma reaproximação antecipada com a Rússia. 

Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na quinta-feira, 12 de março.

1. Trump anuncia suspensão de viagens da Europa, mas nada sobre a política de testes dos EUA

O presidente Donald Trump impôs uma proibição de 30 dias às chegadas de pessoas da maior parte da Europa, em um esforço para impedir a propagação do que ele chamou de "vírus estrangeiro" pelos EUA. Por razões que ele não explicou, as medidas isentam o Reino Unido e Irlanda, que já relatam aumentos acentuados de casos confirmados. Houve inicialmente um entendimento de que as restrições eram amplas, atingindo o comércio, mas o governo dos EUA respondeu que as medidas são apenas para a viagem de pessoas.

Em um discurso de 10 minutos da Casa Branca no dia em que a Organização Mundial da Saúde declarou o surto de coronavírus uma pandemia global, Trump também confirmou que o governo adiará o prazo para recolhimento de impostos de 15 de abril deste ano, proporcionando efetivamente um período de carência de US$ 200 bilhões às famílias e empresas americanas. Ele também disse que autorizaria US$ 50 bilhões em empréstimos a pequenas e médias empresas para facilitar problemas de fluxo de caixa.

No entanto, ele não anunciou novas medidas para melhorar a velocidade e a amplitude dos testes de identificação do coronavírus nos Estados Unidos. Sua alegação de que as companhias de seguros renunciam a todos os requisitos de co-pagamento para tratamentos contra a doença foi também  posteriormente negada pela associação da indústria, que afirmou que a isenção se aplica apenas aos testes.

No mundo dos esportes, a NBA anunciou suspensão dos jogos da temporada 2019/2020 após o pivô francês Rudy Gobert, do Utah Jazz, testou positivo para o coronavírus. Após o anúncio na noite de ontem, duas partidas foram adiadas, enquanto três jogos foram finalizados.

2. Europa intensifica bloqueio

A Itália intensificou seu bloqueio à vida pública, fechando todo o comércio não essencial, como salões de beleza, bares, restaurantes e cinemas.

As medidas tomadas depois que o país registrou outro aumento acentuado de novas infecções e cerca de 170 mortes a mais pelo vírus consolidam um cenário quase inevitável de profunda recessão na primeira metade do ano.

O governo italiano agora projeta um déficit orçamentário de 2,7% do PIB este ano. Resta ver como a zona do euro acomodará o que representa uma clara, se inevitável e necessária, violação de suas regras fiscais. O rendimento do título de referência de 10 anos da Itália subiu 19 pontos-base, para 1,38%, na máxima do dia.

Em outras partes da Europa, a Dinamarca fechou suas escolas e universidades por duas semanas, enquanto o The Times de Londres informou que o governo do Reino Unido forçaria que o restante da temporada de futebol fosse jogado com portões fechados (embora o festival de corridas de cavalos de Cheltenham continue normalmente).

O jogador de futebol italiano Daniele Rugani, colega de Cristiano Ronaldo na Juventus (MI:JUVE), testou positivo para o vírus, levantando dúvidas de que mesmo com jogos realizados com portões fechados seriam tolerados pelas autoridades de saúde pública. As ações do clube italiano negociadas na Bolsa de Valores de Milão operam em forte queda de 6,62% a 0,6204 euro, com uma baixa acumulado no ano de mais de 50%.

3. Os mercados globais derreteram novamente

O discurso de Trump deu início a outra onda de pânico nos mercados, com a nova liquidação das ações colocando os índices futuros em Wall Street em forte baixa e provocando mais pesadas perdas nos mercados de ações asiáticos e europeus.

Às 8h30 (horário de Brasília), os contratos futuros do Dow 30 caíam 1.233 pontos, ou 5,23%, enquanto o contrato futuro do S&P 500 perdia 4,8% e o contrato futuro do Nasdaq 100 tinha queda de 4,9%, eliminando todos os ganhos dos últimos dois anos e meio.

As bolsas de valores europeias sofreram ainda mais, o índice de referência STOXX 600 caindo 5,97% para o menor nível desde 2013, com o Reino Unido FTSE 100 despencando 5,7% e o DAX alemão uma queda de 6,05%.

As ações chinesas superaram o desempenho, todos os principais índices perdendo menos de 2,5%. No entanto, o índice de referência da Austrália caiu 7,7% e o Nikkei japonês caiu outros 4,4%.

4. BCE deve agir, com munição limitada

Espera-se que o Banco Central Europeu anuncie um pacote de medidas de política monetária e prudencial para apoiar a economia às 9h45 após a reunião do conselho da instituição.

A presidente Christine Lagarde, que alertou os líderes europeus sobre uma crise no estilo de 2008 em uma teleconferência no início desta semana, realizará sua conferência de imprensa às 10h30 (horário de Brasília).

As expectativas de flexibilização do BCE aumentaram drasticamente nos últimos dias, apesar de haver pouco espaço para reduzir ainda mais as taxas de juros e muitos dirigentes do banco se opõem a uma flexibilização quantitativa adicional. O mercado agora espera não apenas um corte de outros 10 pontos base em sua taxa de depósito, mas também medidas para garantir a liquidez do banco e a disponibilidade de crédito para empresas que enfrentam problemas de fluxo de caixa. Muitos esperam um aumento no programa de compras de ativos do banco também.

A reunião do BCE ocorre um dia depois que o governo do Reino Unido e o Banco da Inglaterra anunciaram um pacote de medidas de estímulo que abrangem as políticas fiscal, monetária e prudencial.

5. Petróleo cai novamente quando Arábia Saudita despreza reunião técnica da Opep+

Os preços do petróleo despencaram novamente depois que a proibição de viagens de Trump implicou um grande golpe adicional para alimentar a demanda das companhias aéreas, enquanto a Arábia Saudita novamente sinalizou sua relutância em discutir qualquer forma de coordenação de mercado no curto prazo, após o colapso do chamado acordo de restrição de produção da Opep+ na semana passada.

Às 8h40 (horário de Brasília), os contratos futuros de petróleo WTI caíram 5,85%, a US$ 31,05 por barril, enquanto a referência global Brent, negociado em Londres, perdia 6,76%, a US$ 33,37 por barril.

O Comitê Técnico Conjunto, uma reunião de funcionários de nível inferior que geralmente inclui a participação da Rússia e de outros exportadores de petróleo não pertencentes à Opep, estava programado para se reunir por teleconferência, mas os jornalistas informaram que a Arábia Saudita não participaria. A Rússia havia sinalizado anteriormente que participaria, aumentando as esperanças de que os dois gigantes exportadores pudessem retomar rapidamente a cooperação.

Na quinta-feira, o ministro da Energia da Rússia deve se reunir com representantes das empresas de petróleo russas. Enquanto isso, o membro da Opep, Irã, disse que entraria em contato com o Fundo Monetário Internacional para obter assistência financeira.

 

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