MDNE3: Moura Dubeux bate consenso de receita e lucro no 2T25; rali continua?
Investing.com - Os futuros das ações dos EUA sobem após novos relatórios trimestrais de uma série de grandes empresas de tecnologia, incluindo a Microsoft e a Meta Platforms (NASDAQ:META). Os executivos dessas empresas apoiam um aumento nos gastos com inteligência artificial, apesar das preocupações com a estratégia na esteira do surgimento de um modelo chinês de IA de preço reduzido no início desta semana. A Tesla (NASDAQ:TSLA) pretende reduzir os custos e lançar um veículo elétrico novo e mais barato este ano para combater a demanda em baixa, enquanto o Fed opta por uma abordagem de "esperar para ver" em relação a futuras medidas políticas. No Brasil, Copom eleva juros em 100 pontos-base, confirmando guidance.
1. Futuros americanos em alta; CEOs da Microsoft (NASDAQ:MSFT) e da Meta falam sobre o DeepSeek
Os futuros das ações dos EUA subiram na quinta-feira, com os investidores avaliando uma série de lucros de empresas de tecnologia de grande capitalização e analisando os comentários sobre a política monetária do Federal Reserve.
Às 7h51 (de Brasília), o contrato Dow futuros havia ganhado 0,43%, o S&P 500 futuros havia subido 0,35%, e o Nasdaq 100 futuros havia avançado 168 pontos, ou 0,47%.
Todas as principais médias de Wall Street caíram na sessão anterior, após a decisão amplamente esperada do Fed de manter uma série de cortes nos custos de empréstimos. Os formuladores de políticas também sinalizaram que adotarão uma atitude de esperar para ver quaisquer possíveis reduções no futuro, elevando os rendimentos dos títulos do governo dos EUA e prejudicando as ações (mais abaixo).
As ações também foram puxadas para baixo por ações de tecnologia, incluindo a Nvidia (NASDAQ:NVDA), que caiu 4,1%. A queda ocorreu dois dias após uma liquidação global provocada pelo surgimento de um modelo de IA de baixo custo da startup chinesa DeepSeek, que levantou dúvidas sobre os planos de gastos maciços com IA dos principais grupos de tecnologia.
Apesar dessas preocupações, os executivos da gigante de software Microsoft e da Meta Platforms, proprietária do Facebook, defenderam os gastos como uma forma de manter a competitividade na corrida para monetizar a IA.
O aumento da popularidade do modelo gratuito de IA da DeepSeek foi uma questão fundamental para os analistas, pois eles analisaram os retornos trimestrais dessas empresas. A DeepSeek disse que construiu o modelo usando chips menos avançados e por apenas cerca de US$ 6 milhões, uma alegação que foi fortemente questionada, mas que ainda alimentou preocupações sobre a necessidade dos bilhões de dólares em investimentos em IA que estão sendo buscados pelos gigantes da tecnologia americana.
O CEO da Microsoft, Satya Nadella, disse aos analistas em uma conferência de resultados que os custos de IA estão diminuindo, enquanto o chefe da Meta, Mark Zuckerberg, argumentou que desembolsar muito em despesas de capital provará ser uma "vantagem estratégica" ao longo do tempo.
As ações da Microsoft caíram no pregão de horário estendido depois que a perspectiva da empresa para o terceiro trimestre de sua unidade crucial de computação em nuvem Azure decepcionou as expectativas.
O preço das ações da Meta, por outro lado, subiu após o expediente devido à receita do quarto trimestre melhor do que a estimada, embora tenha sinalizado que as vendas do trimestre atual podem não atender às expectativas.
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2. A Tesla se esforça para cortar custos e lançar um modelo de EV mais barato
A gigante dos veículos elétricos Tesla observou que estava se esforçando para reduzir os custos e lançar um modelo de EV mais barato, elevando suas ações em negociações de horas prolongadas.
A Tesla, que registrou um declínio nas entregas no ano passado, disse que está se movendo para lançar seu novo EV de baixo custo no primeiro semestre de 2025, em uma tentativa de ajudar a aumentar a demanda. O CEO Elon Musk já havia projetado anteriormente que as vendas de veículos cresceriam de 20% a 30% este ano, embora a empresa não tenha reiterado a estimativa em seus últimos lucros.
A Tesla acrescentou que o custo médio para a construção de seus carros atingiu o nível mais baixo de todos os tempos no quarto trimestre, graças, em parte, à queda das despesas com matérias-primas.
A margem de lucro trimestral das vendas de veículos, excluindo os créditos regulatórios, ficou em 13,59%, de acordo com cálculos da Reuters. Os analistas de Wall Street tinham visto a cifra em 16,2%, acrescentou a Reuters, citando dados da Visible Alpha. A Tesla ofereceu um financiamento mais barato para apoiar a demanda, mas os analistas observaram que isso poderia reduzir as margens.
Em outro lugar, Musk disse que a Tesla começaria a testar um serviço de veículo autônomo pago em junho. Ele apontou o software de assistência ao motorista da Tesla, bem como a IA, como principais fontes de suporte para os negócios no futuro.
3. Apple apresentará relatório
A Apple (NASDAQ:AAPL) deve apresentar seu relatório após o sino de quinta-feira, com a fabricante do iPhone inclinada a revelar um crescimento morno da receita trimestral.
O grupo tecnológico da Califórnia tem enfrentado uma concorrência cada vez mais intensa em seu principal mercado chinês, possivelmente prejudicando as vendas durante o período de compras de fim de ano.
Ele também vem introduzindo lentamente recursos aprimorados por IA em seus aparelhos. Uma versão aprimorada de seu assistente de voz Siri não deve estar disponível até o final deste ano em algumas regiões, enquanto as avaliações iniciais de sua oferta Apple Intelligence receberam "avaliações de mistas a ruins", disseram analistas da Vital Knowledge.
Os analistas também destacaram em uma nota aos clientes que a recepção morna ao Apple Intelligence pode sugerir que o produto "não será um grande impulsionador das vendas do iPhone".
No entanto, a Apple ainda está menos exposta ao surgimento do modelo de IA da DeepSeek do que seus outros colegas da Big Tech que investiram pesadamente em IA, de acordo com os analistas da Baird.
Em uma nota aos clientes, os analistas disseram que a empresa, como fabricante "líder" de produtos voltados para o consumidor, está "bem posicionada" para se beneficiar da chamada IA generativa "sem gastar dezenas de bilhões de dólares em grandes modelos de linguagem ou infraestrutura".
A Apple disse que os pagamentos do quarto trimestre fiscal para propriedades e equipamentos - um indicador de despesas de capital - aumentaram em US$ 2,91 bilhões para US$ 9,45 bilhões. O valor foi relativamente mais modesto do que os planos apresentados por rivais como a Microsoft e a Meta Platforms, em parte porque a Apple usa centros de dados de terceiros para alguns de seus trabalhos de IA.
CONFIRA: Powell desvia de perguntas sobre e Trump e diz que não há pressa para ajustes
4. O Fed mantém as taxas estáveis; decisão do BCE à frente
O Fed manteve as taxas de juros estáveis em uma faixa de 4,25% a 4,5% na quarta-feira, enquanto o presidente Jerome Powell disse que as autoridades não tinham pressa em cortar novamente os custos dos empréstimos.
Apoiadas por um conjunto recente de dados econômicos sólidos dos EUA e incertezas persistentes em relação às perspectivas mais amplas, as autoridades optaram por manter a política monetária em um padrão de espera.
Entretanto, as decisões sobre tarifas, impostos e imigração tomadas pelo novo governo Trump podem ser novamente levadas em conta nos planos do Fed. Alguns economistas previram que essas medidas poderiam exercer uma nova pressão de alta sobre a inflação, que permanece acima do nível da meta de 2% estabelecida pelo Fed.
Em uma entrevista coletiva, Powell disse acreditar que o Fed tem uma postura política "muito bem calibrada", apoiada por um quadro de emprego "amplamente estável" e leituras de inflação "mais positivas". Dessa forma, o Fed não vê motivos para ajustar as taxas novamente até que os dados mostrem riscos para o mercado de trabalho ou uma nova queda na inflação.
Powell acrescentou que os apelos do Fed não foram motivados por política - um comentário que veio depois que Trump criticou o banco central e pediu aos formuladores de políticas que cortassem as taxas.
Em outros lugares, espera-se que o Banco Central Europeu reduza as taxas na quinta-feira, já que os formuladores de políticas procuram reanimar a atividade econômica lenta na zona do euro. Anteriormente, o BCE reduziu as taxas quatro vezes em 2024, observando que o aumento acentuado da inflação nos últimos anos estava quase concluído.
5. Banco Central brasileiro aumenta taxa de juros
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa de juros Selic em 100 pontos-base, para 13,25%, confirmando o forward guidance da última reunião, que antecipou duas novas altas na mesma magnitude.
Afastando receios de alguns analistas, a decisão foi unânime, e marca a primeira elevação sob o comando do presidente Gabriel Galipolo, indicado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Galípolo substitui Roberto Campos Neto, que havia sido indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O Copom deve se reunir novamente em março, com sinalização de que um novo aumento da mesma magnitude deve ocorrer, levando a Selic para 14,25%.
“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião”, apontou o Copom em comunicado.
No entanto, o colegiado optou por deixar a porta aberta para os encontros subsequentes, como esperado por economistas consultados pelo Investing.com Brasil, dando mais graus de liberdade para sua atuação.
O ciclo de aperto vai depender “da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, completou o comunicado.