Fique por dentro das principais notícias do mercado desta quinta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 29.05.2025, 08:14
© Reuters

Investing.com – Os índices futuros das bolsas nos EUA sobem nesta quinta-feira, após uma decisão judicial que contesta a política tarifária mais importante do presidente Donald Trump.

No cenário corporativo, a Nvidia superou as expectativas no primeiro trimestre, com forte demanda por chips de IA e impacto limitado das restrições à China.

No Brasil, os investidores analisarão mais dados de inflação e do mercado de trabalho.

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1. Justiça americana suspende regime tarifário central de Trump

O Tribunal de Comércio Internacional dos Estados Unidos determinou que a estrutura tarifária ampla proposta pelo presidente Donald Trump excede os limites legais de sua autoridade, classificando-a como incompatível com a legislação vigente. A iniciativa, que consistia na aplicação gradual de tarifas sobre todas as importações, foi considerada juridicamente insustentável.

A corte reconheceu que o Executivo extrapolou suas prerrogativas ao taxar importações provenientes de países com superávits comerciais expressivos em relação aos EUA. Apesar de o governo ter anunciado a intenção de recorrer ao Tribunal de Apelações do Circuito Federal e, eventualmente, à Suprema Corte, a decisão impõe um revés estratégico substancial.

Vale destacar que o julgamento não analisou tarifas específicas incidentes sobre aço, alumínio e automóveis, pois estas foram embasadas por um arcabouço legal distinto. Ainda assim, o impacto da decisão restringe fortemente a capacidade da administração Trump de utilizar tarifas como instrumento de pressão nas negociações comerciais, exigindo a reformulação de sua abordagem.

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2. Nvidia supera projeções mesmo com entraves na China

A Nvidia (NASDAQ:NVDA) divulgou um desempenho acima das expectativas para o primeiro trimestre, beneficiada pela antecipação de compras de chips de inteligência artificial por parte dos clientes, diante das novas restrições de exportação impostas pelos EUA à China.

Entre fevereiro e abril, a companhia registrou lucro por ação ajustado de US$ 0,96, com receita de US$ 44,06 bilhões. Os números superaram as estimativas de analistas, que projetavam lucro de US$ 0,93 e receita de US$ 43,31 bilhões.

Segundo Jensen Huang, CEO da empresa, a procura pela infraestrutura de IA da Nvidia segue em rápida expansão. Ele destacou que a geração de tokens de inferência de IA cresceu dez vezes em um ano, refletindo a crescente adoção dos agentes inteligentes.

Apesar do bloqueio à venda de chips H20 para a China ter gerado uma perda de US$ 4,5 bilhões, o impacto foi inferior ao projetado anteriormente, de US$ 5,5 bilhões. A empresa conseguiu redirecionar parte dos componentes para outros usos.

Para o segundo trimestre do exercício fiscal de 2026, a Nvidia projeta receita de US$ 45 bilhões, com uma margem de variação de 2%, abaixo dos US$ 45,66 bilhões esperados pelo mercado. O impacto das restrições deve ser de aproximadamente US$ 8 bilhões.

Ainda assim, os papéis da empresa subiram mais de 5% nas negociações pré-mercado, com investidores avaliando positivamente o desempenho recente e a menor severidade dos entraves regulatórios no curto prazo.

3. Futuros norte-americanos em alta

Os contratos futuros dos principais índices acionários dos EUA operam em alta nesta manhã, após a decisão judicial que restringe a atuação tarifária da gestão Trump e a divulgação dos sólidos resultados da Nvidia.

Às 8 h de Brasília, os futuros do S&P 500 avançavam 92 pontos (+1,6%), os do Nasdaq 100 subiam 415 pontos (+2%), enquanto os do Dow Jones ganhavam 535 pontos (+1,3%).

CONFIRA: Cotação das ações dos EUA na pré-abertura em Wall Street

A reação positiva dos investidores começou no final da sessão anterior, quando o tribunal americano invalidou as tarifas comerciais impostas a países com superávits relevantes nas trocas com os EUA. Simultaneamente, o bom desempenho da Nvidia contribuiu para elevar a confiança em setores diretamente ligados à tecnologia de ponta.

Entre os balanços corporativos que serão analisados hoje estão os da Kohl’s Corp (NYSE:KSS), Foot Locker (NYSE:FL) e Hormel Foods (NYSE:HRL), com Marvell Technology (NASDAQ:MRVL) e Dell (NYSE:DELL) divulgando seus números após o fechamento dos mercados.

A agenda econômica do dia inclui a segunda estimativa do PIB dos EUA e os pedidos semanais de seguro-desemprego. Além disso, declarações de dirigentes do Federal Reserve, como Thomas Barkin (Richmond), Austan Goolsbee (Chicago) e Lorie Logan (Dallas), podem oferecer novos sinais sobre os rumos da política monetária.

4. Petróleo reage a clima mais ameno nos mercados

As cotações do petróleo seguem em alta nesta quinta-feira, refletindo a melhora na percepção de risco após a decisão do tribunal americano que impôs limites ao plano tarifário do presidente Trump.

No momento da redação, os contratos futuros do Brent eram negociados a US$ 64,44 por barril (+0,19%), enquanto o WTI subia para US$ 62,04 por barril (+0,32%).

A decisão judicial reduziu parte da incerteza que vinha rondando os mercados de energia, especialmente após meses de apreensão quanto aos efeitos colaterais de tarifas sobre a atividade global e, por consequência, sobre a demanda por petróleo.

Paralelamente, dados do American Petroleum Institute indicaram uma queda de 4,24 milhões de barris nos estoques dos EUA na última semana, contrastando com a expectativa de aumento de 1 milhão de barris.

A redução nos estoques renova a percepção de resiliência na demanda doméstica por combustíveis, mesmo diante do cenário macroeconômico ainda volátil. Os participantes do mercado aguardam os números oficiais a serem divulgados mais tarde para confirmar essa tendência.

5. Inflação e desemprego no Brasil

O mercado local deve repercutir pela manhã a divulgação do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) para o mês de maio pela Fundação Getulio Vargas, indicador de inflação mais sensível ao câmbio e aos preços no atacado, razão pela qual é utilizado em reajustes de grande parte de contratos de aluguel e tarifas públicas.

Na segunda prévia deste mês, o indicador registrou uma queda de 0,32% frente ao mês anterior, com desaceleração nos preços ao produtor (IPA), leve aceleração no consumidor (IPC) e moderação nos custos da construção (INCC).

O IGP-M em abril teve um avanço de 0,24%, contrariando expectativas de queda, com destaque para o encarecimento de produtos agropecuários, especialmente milho, bovinos e tomate, enquanto o IPA subiu 0,13% e o IPC desacelerou para 0,46% devido à retração em transportes e habitação; já o INCC acelerou para 0,59%.

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Hoje também será divulgada a taxa de desemprego para o mês de abril, após a forte criação de vagas formais de emprego publicada ontem, com um saldo positivo recorde de 257.528 postos de trabalho em abril, acima da expectativa de 175 mil, com destaque para o setor de serviços.

No cenário político, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem, após reunião com os presidentes da Câmara e do Senado, que o governo não considera, no momento, revogar o decreto que eleva as alíquotas do imposto sobre operações financeiras (IOF), destacando que a medida é necessária para manter o equilíbrio fiscal e que alternativas estruturantes serão discutidas com o Congresso.

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