Fique por dentro das principais notícias do mercado desta quinta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 24.07.2025, 08:06
© Reuters

Investing.com – Os índices futuros das bolsas de Nova York operam perto da estabilidade, enquanto investidores avaliam rumores sobre novos acordos comerciais e acompanham os balanços trimestrais de grandes companhias.

A Alphabet (NASDAQ:GOOGL) reporta avanço expressivo nas receitas, com destaque para as divisões de busca e computação em nuvem, ao passo que a controladora do Google projeta expansão relevante nos investimentos em inteligência artificial ainda neste ano.

Já a Tesla (NASDAQ:TSLA) registra queda nas ações após um resultado mais fraco em seu segmento automotivo impactar negativamente o lucro líquido.

No radar do dia estão os indicadores de atividade empresarial nos Estados Unidos e a nova decisão de política monetária do Banco Central Europeu.

No Brasil, os investidores seguem atentos a sinais de tensão entre EUA e Brasil, com Trump indicando que aplicará tarifa máxima às nossas exportações.

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1. Futuros mistos nos EUA

Os índices futuros de Nova York operavam sem direção definida na manhã desta quinta-feira, refletindo a avaliação dos investidores diante de uma nova rodada de balanços corporativos e relatos de avanços nas negociações comerciais entre Estados Unidos e União Europeia.

Às 07h35 de Brasília, os contratos futuros do Dow Jones recuavam 152 pontos, ou 0,3%, enquanto os do S&P 500 se mantinham estáveis. Já os do Nasdaq 100 registravam alta de 51 pontos, ou 0,2%.

Na sessão anterior, as bolsas americanas encerraram o dia em alta. O S&P 500 fechou em nova máxima histórica, a 12ª em 2025, e o Nasdaq Composite superou os 21.000 pontos pela primeira vez. O movimento refletiu uma matéria do Financial Times segundo a qual Washington e Bruxelas estariam próximos de um pacto que estabeleceria uma tarifa padrão de 15% sobre produtos originários da UE.

Horas depois, a Bloomberg News confirmou as informações, que vieram à tona após o presidente Donald Trump anunciar, na terça-feira, um acordo comercial com o Japão prevendo alíquota semelhante. Segundo analistas, os anúncios ajudaram a reduzir parte da incerteza que ronda a política tarifária norte-americana, em especial com a aproximação do prazo de 1º de agosto, quando devem entrar em vigor tarifas mais elevadas classificadas por Trump como “recíprocas”.

Com cerca de um quarto das empresas do S&P 500 já tendo divulgado seus resultados do segundo trimestre, a temporada de balanços mostra desempenho robusto: 67% superaram as estimativas de receita, e 88% divulgaram lucro por ação acima das projeções dos analistas.

2. Alphabet supera expectativas; Tesla prevê desafios à frente

Na esteira dos balanços divulgados após o fechamento de quarta-feira, destacaram-se Alphabet e Tesla, as duas primeiras entre as chamadas "7 Magníficas" de mega capitalização a apresentar seus números.

A Alphabet reportou crescimento de 14% em sua receita trimestral na comparação anual, alcançando um novo recorde de US$ 96,4 bilhões. O resultado foi puxado pelo desempenho das divisões de busca e computação em nuvem, consideradas estratégicas para o futuro da companhia.

Os ganhos, no entanto, foram parcialmente compensados pelo aumento expressivo nos investimentos em inteligência artificial, área que, segundo a diretoria, deve assumir papel central no crescimento da empresa. O Google tem incorporado recursos de IA ao seu buscador, em resposta à concorrência crescente de startups como OpenAI e Perplexity.

A tecnologia também deve ampliar o alcance da publicidade digital, permitindo campanhas com maior capacidade de retorno. A receita publicitária da companhia somou US$ 71,3 bilhões, alta de 10,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto o negócio principal de busca avançou 11,7%.

A unidade de nuvem do Google, voltada ao fornecimento de infraestrutura para data centers, teve expansão de 32% nas vendas, somando US$ 13,6 bilhões no trimestre.

Apesar dos números expressivos, o mercado observa com cautela a capacidade da Alphabet de transformar os investimentos em IA em novas fontes de receita. A empresa projeta aumento de 13% nos gastos de capital neste ano, alcançando US$ 85 bilhões, ante US$ 52,5 bilhões em 2024.

As ações da Alphabet subiam mais de 2% nas negociações após o fechamento.

Já a Tesla manteve o foco em automação, com expectativa de que os projetos de condução autônoma e robótica contribuam para novas receitas e compensem a desaceleração nas vendas de veículos elétricos.

A proximidade do fim de um crédito fiscal federal, criado para estimular o setor, representa mais um fator de pressão. Em teleconferência com analistas, o CEO Elon Musk reconheceu que a companhia poderá enfrentar “alguns trimestres difíceis”.

"Não estou dizendo que isso vai acontecer, mas é possível, talvez no 4º trimestre, 1º ou até no 2º trimestre do ano que vem. Mas, a partir do momento em que atingirmos autonomia em escala, provavelmente na segunda metade de 2026, eu ficaria surpreso se a economia da Tesla não estivesse bastante sólida", declarou Musk.

Em entrevista ao Wall Street Journal, ele acrescentou que a empresa ainda está nos "estágios iniciais" de sua estratégia voltada à direção autônoma.

Com impacto direto da queda nas entregas de veículos, a receita consolidada recuou 12%, totalizando US$ 22,5 bilhões. O lucro líquido caiu de US$ 1,4 bilhão para US$ 1,17 bilhão na comparação anual.

As ações da Tesla caíam mais de 4% nas negociações pós-mercado.

3. Indicadores de atividade nos EUA

Os mercados acompanham nesta quinta-feira a divulgação das leituras preliminares dos índices de gerentes de compras (PMIs) dos EUA referentes a julho.

Analistas projetam que o PMI industrial da S&P Global recue levemente para 52,7, ante os 52,9 do mês anterior. Já o índice de serviços deve avançar para 53,0, após registrar 52,9 em junho.

Leituras acima de 50 pontos indicam expansão da atividade.

Apesar da incerteza gerada pelas tarifas anunciadas por Trump, a economia americana tem mostrado capacidade de adaptação: o mercado acionário renovou máximas históricas, o varejo superou expectativas, a confiança do consumidor melhorou, e os temores inflacionários ligados às novas tarifas ainda não se concretizaram. Ainda assim, analistas alertam que os efeitos dessas medidas podem aparecer nos próximos trimestres.

4. Banco Central Europeu deve manter juros estáveis

O Banco Central Europeu anuncia nesta quinta-feira sua decisão de política monetária, com expectativa majoritária de manutenção da taxa de depósito em 2%.

Na reunião de junho, o BCE reduziu os juros em 25 pontos-base, o oitavo corte em um ano, amparado por sinais de desaceleração da inflação e fraqueza na atividade da zona do euro. A autoridade monetária já havia sinalizado que faria uma pausa em julho, dada a instabilidade nas relações comerciais com os Estados Unidos.

“A condução futura da política monetária dependerá fortemente da evolução da disputa tarifária e de seu impacto nas projeções de crescimento”, escreveram analistas do Erste Group em nota a clientes.

Segundo o Financial Times, o acordo em negociação entre EUA e UE incluiria a suspensão de tarifas sobre produtos como bebidas destiladas, dispositivos médicos e aeronaves. A União Europeia, por sua vez, permanece pronta para acionar um pacote de retaliação avaliado em 93 bilhões de euros caso o entendimento não seja formalizado até 1º de agosto.

5. Trump indica que aplicará tarifa máxima ao Brasil

Em um evento sobre inteligência artificial em Washington ontem, o presidente norte-americano Donald Trump afirmou que as tarifas de até 50% impostas pelos EUA visam países com os quais as relações diplomáticas “não têm sido boas”, citando o Brasil como exemplo, após o governo Lula, segundo ele, tratar de forma inadequada o ex-presidente Jair Bolsonaro, que responde na justiça a um processo que o acusa de tentativa de golpe de Estado.

O prazo final definido por Trump para encerrar os acordos comerciais é 1º de agosto.

Em resposta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que foi concluído o plano de contingência elaborado em conjunto com os ministérios do Desenvolvimento e das Relações Exteriores para lidar com as tarifas impostas pelos EUA a produtos brasileiros e que o detalhamento será apresentado ao presidente Lula na próxima semana.

Demonstrando otimismo quanto a um possível acordo com Washington, Haddad também criticou governadores que inicialmente apoiaram as medidas americanas, elogiando-os por reavaliarem suas posições.

Estados como São Paulo e Goiás anunciaram linhas de crédito emergenciais, mas o ministro considerou as ações locais limitadas em alcance.

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