Fique por dentro das principais notícias do mercado desta quinta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 31.07.2025, 08:22
© Reuters

Investing.com – Os índices futuros de ações nos Estados Unidos registravam alta antes da abertura das bolsas em Nova York nesta quinta-feira, após os balanços trimestrais da Meta Platforms (NASDAQ:META) e da Microsoft (NASDAQ:MSFT). Os resultados atenuam o impacto mais moderado da última decisão de política monetária do Federal Reserve.

Em paralelo, o presidente Donald Trump anunciou um novo acordo comercial em meio à proximidade do prazo para início da cobrança de tarifas mais altas sobre países classificados como “recíprocos”.

No Brasil, os investidores avaliam os possíveis efeitos do decreto de Trump sobre a economia, bem como novos indicadores fiscais e do mercado de trabalho.

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1. Futuros em alta em Wall Street

Os contratos futuros das bolsas americanas operam em alta na quinta‑feira, amparados em parte pelos balanços expressivos do setor de tecnologia, que ajudaram a reduzir a percepção negativa de que o Fed pode não cortar juros em setembro.

Às 7 h de Brasília, o contrato futuro do Dow Jones subia 171 pontos, ou 0,4%, os futuros do S&P 500 avançavam 64 pontos, ou 1,0%, e os do Nasdaq 100 registravam ganho de 330 pontos, ou 1,4%.

Na véspera, os principais índices de Wall Street encerraram sem direção única, enquanto investidores avaliavam a decisão do Fed de manter a taxa básica estável e as sinalizações sobre os próximos passos de política monetária.

O sentimento antes da decisão havia sido apoiado por um resultado mais forte que o previsto da atividade econômica dos EUA no segundo trimestre, favorecido em grande parte pela redução das importações. Apesar disso, as vendas finais para compradores privados domésticos, indicador acompanhado por economistas para avaliar a expansão subjacente da economia, cresceram 1,2%, ritmo mais lento da demanda interna desde o quarto trimestre de 2022.

Outro dado divulgado mostrou que a criação de vagas no setor privado superou as projeções, sugerindo algum fôlego no mercado de trabalho. Ao longo da semana serão publicados novos indicadores de emprego, com destaque para o relatório oficial de folhas de pagamento de julho, previsto para sexta‑feira.

O desempenho positivo de empresas voltadas ao consumo também evidenciou a resiliência do gasto das famílias nos EUA.

2. Trump anuncia novas tarifas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma nova rodada de tarifas, incluindo a aplicação de 50% sobre tubos e fios de cobre, 50% sobre a maioria das exportações do Brasil (com exceção de setores como aeronáutico, energético e suco de laranja) e 15% sobre produtos da Coreia do Sul, em meio à aproximação do prazo para novas barreiras comerciais a partir de 1º de agosto

O pacote também prevê o fim da isenção para remessas internacionais de pequeno valor a partir de 29 de agosto.

As medidas, que seguem sua estratégia de reformular o comércio global, derrubaram os preços do cobre nos EUA e foram acompanhadas de um acordo em que a Coreia do Sul se compromete a investir US$ 350 bilhões em projetos no país e comprar US$ 100 bilhões em gás natural e energia.

O adiamento para 6 de agosto da aplicação das tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros e a exclusão de diversos itens da lista de sobretaxação deram impulso a ações de empresas exportadoras no pregão de ontem, com destaque para fortes ganhos de Embraer (BVMF:EMBR3), Suzano (BVMF:SUZB3), Tupy (BVMF:TUPY3), Iochpe-Maxion (BVMF:MYPK3) e Taurus (BVMF:TASA4).

A medida beneficiou produtos como ferro-gusa, alumina, metais preciosos, veículos, aeronaves e derivados de cobre, mas manteve tarifas pesadas sobre café, frutas e carne bovina, o que levou entidades setoriais a alertarem para o impacto nos custos e a defenderem novas negociações comerciais.

2. Decisão do Fed e do Copom

O banco central americano manteve a taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,5%, conforme amplamente esperado, justificando a decisão com base em um mercado de trabalho considerado “forte”, taxa de desemprego “baixa” e inflação ainda “elevada”.

A decisão ocorreu em um ambiente de pressão crescente por parte de Trump para cortes mais rápidos no custo do crédito, com o objetivo de estimular a economia.

Mesmo sob críticas constantes e ameaças de ser substituído antes do fim do mandato, o presidente do Fed, Jerome Powell, tem reiterado preferência por uma condução cautelosa, aguardando os efeitos das medidas adotadas diante das incertezas trazidas pelas políticas tarifárias do governo.

Nos comentários mais recentes, Powell indicou ser cedo para definir se haverá redução da taxa na reunião de setembro e destacou que a política monetária atual é apenas moderadamente restritiva, sem frear de forma relevante a atividade.

Entre os dirigentes do Fed houve divergências: Christopher Waller e Michelle Bowman, ambos indicados por Trump, votaram por um corte de 0,25 ponto percentual, citando sinais de desaquecimento no mercado de trabalho.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom), do banco central, manteve a taxa básica de juro (Selic) em 15% ao ano ontem, encerrando uma sequência de aumentos iniciada em setembro do ano passado. A decisão foi unânime e esperada pelo mercado.

O comunicado destacou sinais de moderação da atividade, mas também a força do mercado de trabalho, apresentou a primeira projeção para 2027 com inflação em 3,4% no cenário de referência, alertou para riscos elevados, incluindo expectativas desancoradas, impactos fiscais e incertezas externas, como tarifas comerciais impostas pelos EUA.

A autoridade monetária indicou ainda que pretende manter os juros no atual patamar por período prolongado, sem descartar uma nova alta, caso a trajetória inflacionária se deteriore.

3. Resultados da Meta

As ações da Meta Platforms dispararam no after‑market após os números acima do esperado no negócio de publicidade no trimestre de abril a junho, que reforçaram a percepção de que os investimentos da empresa em inteligência artificial começam a gerar retorno.

A receita avançou 22% no segundo trimestre, para US$ 47,5 bilhões, enquanto o lucro líquido atingiu US$ 18,3 bilhões, ambos acima das projeções de analistas. A Vital Knowledge destacou que o crescimento foi sustentado por elevação de 11% no volume de anúncios exibidos e aumento de 9% nos preços médios.

Para o terceiro trimestre, a empresa projeta alta de receita entre 17% e 24% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas alertou que a base de comparação mais difícil pode levar a um ritmo menor de crescimento no quarto trimestre.

A companhia, que assim como outras grandes empresas de tecnologia vem aumentando aportes em IA, manteve praticamente inalterado o plano de investimento em capital fixo, entre US$ 66 bilhões e US$ 72 bilhões, e indicou que em 2026 esse valor deve chegar a cerca de US$ 100 bilhões. Para 2025, as estimativas estão próximas de US$ 80 bilhões.

Executivos também alertaram que a depreciação adicional e a expansão dos gastos com pessoal tendem a pressionar as despesas operacionais em 2026.

“Em resumo, os números da Meta vieram muito fortes, e a única ressalva é a expectativa de aumento expressivo de custos a partir de 2026”, avaliou a Vital Knowledge.

4. Resultados da Microsoft

A inteligência artificial também teve papel relevante no desempenho da Microsoft, impulsionando a divisão de computação em nuvem.

A receita da unidade Azure no quarto trimestre fiscal subiu 39% e superou as projeções, contribuindo para uma receita consolidada de US$ 76,4 bilhões.

O lucro líquido foi de US$ 27,2 bilhões, ou US$ 3,65 por ação diluída, também acima das expectativas.

A direção da empresa destacou que pretende continuar a aumentar os investimentos em infraestrutura para atender ao crescimento da IA. A CFO Amy Hood informou que os gastos de capital devem superar US$ 30 bilhões no trimestre atual, após o aumento de 27% registrado anteriormente, para US$ 24,2 bilhões.

As ações da Microsoft, que acumulam valorização superior a 22% em 2025, subiam mais de 8% no after‑market.

Com esses resultados, Meta e Microsoft se juntam a outras companhias do grupo das “7 magníficas” de tecnologia de grande capitalização. Ainda hoje, após o fechamento dos mercados, estão previstos os balanços da Apple (NASDAQ:AAPL) e da Amazon (NASDAQ:AMZN).

5. Indicadores fiscais e do mercado de trabalho no Brasil

A agenda econômica de hoje no Brasil concentra atenções em indicadores fiscais e do mercado de trabalho referentes a junho, incluindo a divulgação da relação dívida líquida/PIB, do balanço orçamentário, do resultado primário do setor público e da variação mensal da dívida bruta.

Também será conhecido o dado oficial da taxa de desemprego do período, com expectativa de queda da desocupação para 6%. Em maio, o indicador atingiu o menor patamar da série histórica da Pnad Contínua para o mês, ao cair para 6,2%.

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